Trinta e seis:

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🌼Bianca Vasconcelos:

Eles não se desgrudam. E meus olhos teimam em focar nos dois. Parecem um casal feliz, e eu estou parecendo uma amargurada invejosa, que fulmina a pobre mulher que nunca me fez nada.

Ela é bonita. Muito mais que eu, na verdade.
Parece ser o tipo dele. Parece uma modelo, alta, toda esculpida. Ele parece relaxado, e bem.

Desvio o olhar, antes que ele me pegue olhando a felicidade alheia.

—Aceita uma taça?—A mesma moça que me serviu mais cedo, me oferece mais uma vez.

—Não irei recusar.

Faz um aceno com a cabeça, antes de ir repor a bandeja.

Os convidados estão se divertindo. Numa tenda muito bem montada, estão três enormes mesas com cadeiras. São nelas, que o banquete será servido, mais tarde. Há também uma pista de dança, com um DJ, que anima os mais jovens. Tudo está lindo. Digno da família. Não esperava nada menor que isso.

—Oi.—Deixo de olhar para as pessoas, quando alguém se posiciona ao meu lado. É uma mulher.

—Oi.—Olho agora para a minha taça, que já está quase vazia.

—Vi você mais cedo, com as irmãs de Jason.

—São minhas amigas.

—Ele me falou de você.

Só agora, eu olho para a mulher, e quase tenho um treco. É a acompanhante dele. Prefiro não usar o termo namorada, pois a esperança é a última que morre. Ela é ainda mais bonita, assim ds perto.

—Eu sou Bianca, e você já deve me conhecer.—Estendo a mão para ela.—Muito prazer.

—O prazer é todo meu.—Segura a minha mão, apertando com suavidade.

Antes que ela se apresente, Jason surge por trás dela. A expressão dele é séria. Igual a quando o revi dias atrás.

—Estava te procurando.—Ele fala para a mulher, colocando o braço na cintura dela.

—Eu só andei alguns metros.—Ela revira os olhos.—Estava conversando com a amiga das suas irmãs.

—Estou vendo.

—Não vai nos apresentar?—Ela questiona.

—Não vejo necessidade para isso. Não é necessário.

—Deixa de ser ranzinza.

—Bianca, essa Mika.—Aponta para a mulher, não muito contente.—Mika, essa é Bianca, amiga das minhas irmãs. Satisfeita agora?

—Mal educado. Não repare, Bianca.

—Finjam que eu não estou aqui.—Termino de beber o champanhe.—Se me dão licença...

—Espera.—Jason me para. Meu peito vira uma escola de samba, quando ele me toca.

—Parece que vocês precisam conversar. Eu vou dar uma volta por aí. Até daqui a pouco.—Pisca pra mim, sorri e caminha por entre as pessoas.

—Você está bonita, Bianca.

—Obrigada.—Mantenho meus olhos longe dele.

Ficamos em silêncio, e não aguentando mais, decido perguntar:

—Por que você esteve me ignorando todo esse tempo?—Agora eu o olho.—Eu só queria manter contato, coisa de amigos.

—Eu não quero ser seu amigo.—Diz sério.—Não estava preparado para manter contato com você, Bianca.

O irmão das minhas amigas.(Concluída)Where stories live. Discover now