Trinta e sete:

2.8K 249 6
                                    

🌼Bianca Vasconcelos:

Engulo em seco, olhando para Jason, que agora parece colado ao meu corpo. Ele encara meus olhos, intercalando entre eles e a minha boca. Eu faço a mesma coisa.

Fazem tantos dias que não fico assim, tão perto dele. Minhas mãos formigam para tocá-lo, sentir sua pele, os cabelos curtos e loiros.

Mordo o lábio, e ele não perde esse movimento.

—Eu preciso beijar você.—Ele diz, tocando minha bochecha.—Sentir sua boca na minha.

—Então beija.—Digo, e ele não pensa duas vezes.

Cola as nossas bocas, em um beijo rápido, avassalador. Nossas mãos parecem ter se multiplicado, estão por toda a parte. Eu seguro sua nuca com força, o puxando cada vez mais para mim.

—Como eu senti falta disso.—Ele diz ofegante.—Eu não vou deixar você longe de mim, garota. Eu sou viciado em você.

—Eu não quero estar longe.—Volto a beijá-lo.

Estamos em um lugar público, na casa da mãe dele. Temos que nos policiar quanto a uma cena de atentado ao pudor. Afasto os nossos corpos, ajeitando meus cabelos e as minhas roupas. Meu rosto deve estar vermelho e borrado, por conta do batom.

—Alguém pode aparecer...—Deixo minhas mãos em seu peito, colocando uma distância entre nós dois.—Não podemos ficar nos agarrando aqui.

—Não vejo problema nisso.—Tenta se aproximar.

—Mas eu vejo. Imagina se a sua mãe aparecer aqui? Como eu vou ficar? Morrendo de vergonha. Não terei coragem de olhar para ela mais uma vez.

—Ela vai entender.

—Jason, é sobre mim.

—Tudo bem. Vou manter as minhas mãos longe de você.—Ergue as duas mãos, dando dois passos para trás.

—Eu trouxe algo para você.—Mordo a boca, nervosa.

—Não faz isso. Ou eu vou esquecer onde estamos.—Ele faz menção de dar um passo à frente, e eu liberto meu lábio.—O que você trouxe?

Engulo em seco.
Foi algo pensado por mim, muito ousado por sinal. Eu não pensei nas consequências, em situações que me deixariam em uma saia justa. Eu simplesmente fui lá e fiz. Agora estou receosa, quanto a mostrar para ele.

—Não sei se mostro.

—Agora eu quero saber. Você aguçou minha curiosidade.

—Se você não gostar...

—Vindo de você, eu duvido muito.—Me interrompe.

—Bom, então eu espero que goste.—Sorrio de leve.

—Me mostre o que é.—Ele incentiva.

—Pode me levar até seu quarto?—A demonstração, digamos assim, precisa ser em um lugar fechado, para que ninguém mais possa ver.

—Ao meu quarto?—Mexe a sobrancelha, de uma forma maliciosa.—Estou começando a gostar ainda mais. Sofrendo por antecipação. Conte-me mais.

—Não pense em sexo. Nem tudo se baseia nele, deu pervertido.—Bato nele levemente.

—Eu estou morrendo de tesão, depois desses beijos quentes que demos, e de estar olhando para você nessa roupa. Me pedir para ir até meu quarto, parece algo bem sugestivo, brinca com minha imaginação. Eu não consigo evitar, Bianca.

—Eu só preciso te mostrar algo, sem que ninguém veja. Não envolverá sexo, de início....

—De início?—Sorri de forma maliciosa, mais uma vez.—Sei que teremos uma noite quente.

—Jason, vamos focar aqui. Eu preciso mostrar a você antes. A minha obra de arte.

—Vem, vou te levar até lá. Estou imaginando mil e uma coisas.

—E aposto que nenhuma das coisas que pensou, será o que eu preparei.

Juntos, vamos até o quarto dele. A cada passo, eu vou pensando em uma posição reação dele. Se vou levar o troco agora. Ele poderá se vingar de mim. E se esse for o caso, terei de engolir a amargura e sentir na pele.

Foi inevitável não encontrar Mika e as meninas no meio do caminho. Ainda bem que tia Candy não nos viu, ou eu não teria onde enfiar a minha cara. Imagine, estar indo para um quarto, com o filho dela, enquanto eu poderia estar com as minhas amigas. E ainda mais que ela sabe que eu e Jason nunca nos demos bem. Se eu bem sei, ela não soube da nossa fase de pegação nas férias.

Não estou preparada para contar.
Deixarei que Jason faça isso.

—Pode me mostrar.—Ele tranca a porta, depois que já estamos dentro do quarto.

Pego a minha bolsa, com as mãos trêmulas. Meu nervosismo aumentou agora. Não sei se pela surpresa em si, ou se pelo olhar que ele me lança agora. Jason avalia todo o meu corpo.

—Já disse que esse vestido ficou perfeito em você?—Nego com a cabeça.—Pois ficou. Você o deixou ainda mais bonito. Se lembrou que eu gosto de vermelho?

—Não se ache tanto.—É claro que eu me lembrei do dia na piscina. Ele elogiou meu biquíni e a cor dele. Foi o pensando nisso, que eu pensei em todo o resto.

—Aposto que foi.—Reviro os olhos.

—Pode me ajudar?—Fico de costas, mostrando o zíper médio, que vai da base da minha coluna até perto do meu pescoço.

—Com prazer.

Levanto meus cabelos, para o auxiliar, deixando uma parte do pescoço e das costas livres. Enquanto desce o zíper, ele raspa a ponta dos dedos na minha pele, de propósito. Gosta de ver a reação do meu corpo, perto dos toques dele.

Quando o tecido se abre, deixando as minhas costas nuas, ele distribui beijos por ela, me deixando ainda mais arrepiada.

Me afasto dele, retirando o vestido por completo.

A surpresa é revelada.

Me viro de frente para ele, vendo como ele me engole com os olhos. A cinta liga vermelha, foi escolhida a dedo. Foi uma atitude arriscada, mas que parece funcionar. Eu me empolguei, pensando sempre numa reação posisitiva vinda dele.

—Uau.—É tudo que ele diz.

—Pega.—Aponto para um envelope também vermelho, que está preso na fita de couro vermelho, preso na minha coxa.

Ele se aproxima, e antes de pegar, se inclina, e beija a minha pele, deixando uma mordida. Ofego e rio, quando ele pega o envelope.

Pego a minha bolsa, esperando ansiosa para retirar de lá de dentro uma outra surpresinha para ele.

Após ler o conteúdo, ele me olha com um sorrisinho de lado. Eu estou apreensiva, nervosa. Não consigo decifrar o que há por trás do sorriso. Pode ser de felicidade, surpresa, descrença, ou até mesmo sarcasmo e deboche.

—Você é uma caixinha de surpresas.—Deixa o envelope na cama, e vem até mim.—Você é minha, Bianca. Minha namorada.

Sorrio largo, o agarrando pelos ombros.
Estou feliz, muito feliz.

—O resto, a gente vê.—Ele diz, me olhando nos olhos.—Agora eu quero arrancar todas essas tiras de você, com os dentes.

—Então tira.—Digo em tom de desafio, toda desejosa.

Apalpando a minha bunda, ele diz no meu ouvido.

—Vou matar a saudades de todos esses dias longe de você, sua gostosa.—Me dá um tapa. Eu solto um grito, dando quase um pulinho. Ele acerta mais outro, deixando as duas regiões quentes e doloridas.—É só uma prévia. Vou espancar a sua bunda, até que fique roxa e ardida.

—Me deixe sem andar.—Mordo sua orelha.—Como daquele vez.

—Seu pedido é uma ordem.

Sou jogada na cama, tendo logo seu corpo pesado e musculoso sobre o meu.

A noite será uma criança.

O irmão das minhas amigas.(Concluída)Where stories live. Discover now