Bônus

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Maya

Duas noites atrás, um pouco antes de dormir, recebo a mensagem de um ser inesperado me chamando para um suposto encontro, já que ele teria um plano para fazer com que Athena e Theodoro voltem. Não acredito que estou me arrumando para sair com a última pessoa que imaginei na face da terra, Gregory Thompson. Tenho certeza que em vidas passadas eu fiz coisas terríveis, e agora ele era o meu Karma.

Coloco um vestido rosa, saltos que me deixam levemente desconfortável, e aliso meus cachos. Bom, ás vezes me sinto entediada, e eu apenas escovo. Pego minha bolsa, saindo do quarto, indo em direção a sala onde se encontra Holly e Andrew. Eu espero que no mínimo ele tenha um plano descente.

— Nossa! Eu não sei o que me deixa mais surpresa, você ter aceitado o encontro, ou estar toda arrumada para ele. — ela bate palmas

A reação de Holly foi a mais hilária possível, já que ficou em silêncio me examinando durante trinta segundos, e em seguida, teve uma crise de risos. É, ninguém esperava que isso um dia fosse acontecer.

— Obrigada, ele já está lá embaixo, se cuidem! —  dou um beijo nos dois e saio

Abençoado seja o elevador desse prédio, eu não gostava de lugares fechados, e quando não estou com a mínima pressa, ele aparece rápido. Cumprimento o porteiro que me elogia, e dá um sorriso gentil. Assim que passo do portão, vejo Gregory encostado no carro, enquanto olhava o celular atentamente.

Pigarreio para que note minha presença, e quando ele levanta sua cabeça, eu me sinto uma alienada.

— O que foi ? Ficou feio ? É o melhor que consegui, não reclame. — dou passos em sua direção

— Não é isso, você só está bonita.

Cá entre nós, ele também estava. Sua camisa social branca, com as mangas arregaçadas, se ajustava perfeitamente em seu corpo, dando bastante visibilidade aos seus músculos e tatuagens. A calça jeans preta dava a impressão de que suas pernas são maiores do que eu já sabia que fossem, enquanto calçava tênis esportivo.

Seus olhos azuis me mediram cerca de três vezes e se fizesse o ato mais uma vez, eu escorregaria para dentro de qualquer bueiro dessa rua.

— Gregory, vamos logo com isso, e agradeço o elogio.

Dou as costas, indo para o outro lado do carro, e quando vou abrir a porta, sua mão é mais ágil, fazendo o gesto. O encaro por bastante tempo, pensando no porquê ele faria isso já que eu tenho mãos.

— Holly está lá em cima, se não for pelo menos um pouco afetiva agora, ela pode desconfiar — cochicha

Olho para a varanda, e o seu sorriso poderia iluminar esse quarteirão inteiro se acabasse a luz. Exagerada, mal sabe ela que é um encontro de mentira.
Dou um passo e beijo a bochecha de Gregory, para que ela achasse que estou sendo carinhosa, e antes de entrar no carro, o vejo mais vermelho que um tomate.

— Tudo bem ? Parece estar sufocando. — indago, preocupada

— Não, é apenas o tempo!

Assinto e coloco o cinto mesmo não acreditando em nenhuma palavra que saía da sua boca. Faz frio metade do ano aqui, e nunca o vi dessa cor, a não ser quando está envergonhado.

Me sinto a vontade para ligar o som, já que o silêncio ensurdecedor nesse carro está me deixando agoniada. Pelo que já esperava, seu gosto para música era assustador. Nunca tinha ouvido falar da metade desses cantores.

Imaginei que fossemos a alguma lanchonete ou bar aqui perto, mas Gregory me levou a um restaurante tailandês, me deixando bastante nervosa. Cacete, eu não sei comer de palitinhos. Ele desce do carro, e novamente abre a porta, agora para que eu saía, segurando a minha mão.

O Que Não Disse A Você Where stories live. Discover now