Capítulo 64

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Athena

Oito meses depois...

O vestido branco com mangas que iam até os cotovelos, a capa transparente estampada com diversas estrelas pequenas e a lua quarto crescente, brilhavam ganhando destaque na parte de trás. Os saltos incomodavam meus pés inchados, e arranhados, já havia bastante tempo que eu não os usava.
Meu cabelo estava preso em uma trança embutida com algumas flores perfumadas, a maquiagem suave dava a impressão de que eu fosse uma fada.

Pela terceira vez meu vestido estava sendo regulado, ele havia apertado duas vezes mais, principalmente pela barriga ter dobrado de tamanho.

Sim, eu estava grávida. Não sabemos o sexo, pois minhas amigas querem fazer uma surpresa durante a festa.

Foi uma completa surpresa para todos nós, passei todos esses anos sabendo que não poderia ter filhos, e agora virei a casa de alguém. Eu não poderia estar mais feliz, no início do tratamento quando voltamos de viagem, comecei a ter muitos enjoos, tonteiras e ganho de peso. Achávamos que poderia ser algo relacionado aos medicamentos, mas na terceira consulta a médica pediu para que eu fizesse mais exames e constatou no de sangue que eu esperava um bebê.

Theodoro já era protetor o suficiente e quando soube da gravidez contratou seguranças para que ninguém desconhecido chegasse perto de mim. Era um saco na maioria das vezes, e chegamos a brigar muito por isso, e em um desses desentendimentos eu o ameacei de ir embora novamente. Passei dois dias com ele me seguindo seja lá para onde fosse.

— Eu estou nervosa, acho que vou desmaiar. — me sento ao lado de Oliver

— Você está pesada demais, estamos em três, não faça isso! — ele pede

Holly me abana com as mãos e assopra em meu rosto. Além do ar-condicionado, três ventiladores estavam ligados, mas nada fazia meu calor ou estresse passar.

Pela décima vez uma garrafinha de água aparece em minha frente, e sou obrigada a tomar, eu ia ao banheiro a cada cinco minutos por conta da gravidez, agora com toda essa água, a cada passo era um xixi.

O quarto aonde os meninos se arrumavam era do outro lado do corredor, mas não permiti que Oliver fosse pra lá, eu precisava da sua companhia.

Me mantive alheia em praticamente tudo relacionado ao casamento por conta do estresse, e sobrou para eles, principalmente Maya que sabia em como eu sonhava com esse dia. A pena que senti de minha amiga durante todos esses meses foi indescritível, principalmente das pessoas que estavam responsáveis junto com ela. Por diversas vezes Oliver me ligou dizendo que ela estava prestes a surtar no telefone.

Eu não morava mais no apartamento, então só ficaram eles três com as loucuras e colapsos do dia a dia.

— Desculpem a demora, a pressão de meu querido irmão, caiu. — Jéssica adentra o quarto

— Ele está bem ?

— Sim, Caleb deu água com sal pra ele.

Franzo o cenho, preocupada com a quantidade de sal que ele ingeriu.

— Não se preocupe, ele está vivo.

Me levantei com dificuldade, pois a barriga parecia pesar 100 toneladas, e Jéssica me deu o buquê de rosas brancas com azuis claro no final das pétalas.

Caminhos para fora do quarto e a porta do cômodo dos meninos já estava aberta, sinal de que já tinham partido.

A corrente elétrica que passava por todo meu corpo chegava a ser irritante, eu sabia quem estaria me esperando no altar, alguém que eu convivo todos os dias, durmo e acordo ao seu lado, que não me deixa trabalhar até mais tarde, ou não comer todas as besteiras que encontramos pelas lojas. Mas, eu me encontrava histérica.

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