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Mary Blackwood

- Você deve ser a cabra da bruxa original. Devo lhe dizer que seus filhos não têm nada haver com você. - dei uma risada.

- Acredito que não tenha vindo aqui para falar sobre meus filhos. - a bruxa original argumenta.

- Vim buscar o que tirou de mim. - aproximei me de Esther.

- Sobre isso, não será possivel. - ela me olha.

- E posso saber o porquê, bruxa? - questionei ironicamente.

- Porque eu não irei permitir. - suspirou.

- Você não entende mesmo, pois não? Eu vou levar Hayley comigo, agora. Ninguém vai me impedir de levar minha amiga de volta. - alterei o tom de voz.

- Você pode ser a mais poderosa..mas lembre se que está aqui sozinha enquanto os burros dos meus filhos foram todos pelo outro lado. Eu tenho uma linhagem de bruxas Bennet comigo. - ela sorri sarcasticamente para mim.

- Você não me intimida. - disse. - O que você quer?

- Pensei que nunca perguntaria! - ela sorri. - Você sabe que os Mikaelsons têm a tendência em usar pessoas para chegar a seus objetivos. Usei Tyler para chegar até você, Mary. - concluiu.

- Também sei que os Mikaelsons querem sempre algo em troca. - disse com minha expressão facial séria.

- Venha comigo.

- O quê? - questionei chocada com o que acabei de ouvir.

- Venha comigo e me ajude a acabar com o mal que criei. - ela segura em minhas mãos. - Tornei meus filhos em vampiros com medo de um dia perdê-los, mas eles acabaram se tornando monstros. Enquanto estive no outro lado, observei cada filho meu matar pobres inocentes apenas pelo prazer de beber sangue. Eles já viveram demais, ninguém deveria viver tanto tempo, Mary.

- Não pode me pedir para ser sua cúmplice para matar seus filhos! - gritei indignada.

- Meus filhos ou Hayley. Terá que escolher, Mary.

- Vadia! - insultei a bruxa Mikaelson.

- Já me chamaram de pior. - a mesma ri.

- Preciso pensar. - disse.

- Tudo bem, terá até amanhã às 18:00.

- Caso eu aceite terá que cumprir com sua palavra e deixar Hayley ir. - afirmo.

- Você tem a minha palavra. - a bruxa original confirma.

De repente a porta abriu se. Os irmãos Mikaelson haviam me encontrado. Não sei como iria decidir entre eles e minha amiga Hayley, por mais que não os conheça à tanto tempo como conheço Hayley, passei tempo suficiente para me apegar a esta família.
Minha última esperança é a minha irmã, Lilith. Eu sei que ela aparecerá na hora certa.

- Mãezinha que eu tanto adoro, quanto tempo! - o híbrido diz sarcasticamente.

- Meus filhos! - Esther diz com um sorriso falso.

- Mary, está tudo bem por aqui? - Elijah pergunta me preocupado.

- Está sim. Podemos ir. - digo me dirigindo à porta de saída.

- O que aconteceu enquanto não estávamos presentes, Mary? Isso tudo para recuperarmos Hayley e agora que a mesma está a metros de distância, você vai desistir? - Kol questiona me indignado e percebo os olhares dos outros Mikaelsons sobre mim.

- Não me questionem, por favor! Vocês não entendem. - disse nervosa.

- Eu simpatizei com você..por favor me diga que não vai nos apunhalar pelas costas! - a loira argumentou. - Nos diga que não está do lado de nossa mãe, nada explica você ter recuado.

- Eu tenho que ir. - quando finalmente vou sair uma voz chama pelo meu nome.

- Mary! - o híbrido grita por mim.

- Diga, Niklaus. - me viro para o mesmo, cruzando os braços.

- Diga nos meu olhos que não vai embora. - ele me olha com uma expressão difícil de identificar o que ele está sentindo neste momento.

- Me perdoem. - digo saindo da propriedade Lockwood, deixando os Mikaelsons.

Saí daquele lugar com o coração nas mãos, eu não sei o porquê de estar doendo tanto deixar os Mikaelsons. Talvez eu já tenha feito a minha escolha em deixá-los, eu teria que os matar pela vida de Hayley? Não é justo. Apeguei me mais do que gostaria de admitir, eu espero que um dia, eles sejam capazes de me perdoar. Eu estava com tantos sentimentos misturados naquele momento que tudo que eu precisava era ficar aliviada, sentir liberdade. Transformei me em loba e corri pela floresta a fora, há muito tempo que não me transformava, foi extremamente libertador, senti me em paz. Corri tanto que acabei perto de um rio, que por sinal havia outro lobo, preto de olhos amarelos. Ambos voltamos à nossa forma normal. Qual era a probabilidade de reencontrar Niklaus em questão de minutos?

- Precisando libertar tudo para fora também, love? - toda a vez que ele me chamava assim me causava arrepios.

- Talvez. - respondi de forma seca, não poderia me permitir sentir o que sentia por ele.

- Mary.. - já sabendo o que ele iria dizer, o interrompi.

- Não faça isso. - dei um passo para trás.

- O que aconteceu entre você e minha mãe? - ele questiona me dando dois passos em frente, na minha direção.

- Klaus, eu não posso, por favor, só volte para sua família e cuide deles, vá embora. - olho para rio sem coragem de o encarar.

- Por que não diz isso olhando em meus olhos? Só irei quando souber que é isso mesmo que você quer. - ele coloca sua mão em minha bochecha fazendo com que olhe para ele.

- Eu já disse o que queria. - respondo.

- Mas não disse olhando em meus olhos. - ele me olha esperando uma resposta.

- Eu quero que você vá embora, volte para Nova Orleans com sua família. Todos os momentos que passamos juntos foram insignificantes para mim. - disse segurando o nó que se formava em minha garganta, só queria desabar ali mesmo.

- Adeus, Mary. - ele vira me as costas e vai embora, utilizando sua velocidade de vampiro.

E eu desabei ali mesmo, ao pé do rio. Eu deveria ser capaz de acabar com isso, eu poderia se eu quisesse. Minha compaixão pela família Mikaelson tornou me fraca.
O amor nos torna fracos.

𝗣𝗮𝗶𝘅𝗮𝗼 𝗜𝗻𝗲𝘀𝗽𝗲𝗿𝗮𝗱𝗮 - 𝗞𝗹𝗮𝘂𝘀 𝗠𝗶𝗸𝗮𝗲𝗹𝘀𝗼𝗻Where stories live. Discover now