Capítulo 5

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Não há heróis ou vilões neste lugarApenas sombras que dançam na minha cabeçaNão deixando nada além de fantasmas em seu rastro

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Não há heróis ou vilões neste lugar
Apenas sombras que dançam na minha cabeça
Não deixando nada além de fantasmas em seu rastro

Darkside



— Conhece pessoas religiosas?

— Nossas mães são católicas praticantes, esqueceu?

Charles cruzou os braços, virando o rosto na direção do imenso vidro fumê apontado para o coração do clube, onde era possível ver algumas pessoas andando de um lado para o outro, assim como funcionários fantasiados. As luzes vermelhas não ultrapassavam o vidro até a sala onde se escondia, porém continuava o incomodando.

— Estou falando sobre religiosidade.

Pierre abriu um imenso sorriso, parando de acariciar o cabelo cacheado da coelhinha que continuava deitada no seu colo.

Ele era doente.

O monegasco não sabia como suportava aquele grupo patético de mulheres adultas vestidas de coelhos. Era totalmente bizarro. Sentia-se adentrando no inferno. Não conseguia ficar excitado vendo aqueles rostos cobertos por máscaras pretas com orelhas enormes.

— Oh, estamos falando daquele tipo de religiosidade.

— Talvez não...

— Ah sim, do tipo que podemos participar.

— Não sei se eu participaria.

— Já vi alguns, e certamente gostaria. Qual é o motivo da pergunta?

Charles era católico. Ele cresceu diante das doutrinas da igreja, porém sua vida não se resumia as regras impostas para os sacerdotes. Seus pais jamais o obrigaram a ser santo. A religiosidade nunca esteve entranhada na casa dos Leclerc, então seu contato com aquela nova descoberta era nula, até conhecer Jude.

Ela nitidamente foi educada com rigidez. Provavelmente ficava acordada a noite com medo das trevas que a esperava no inferno. Suas tardes seriam todas entediantes se ela pudesse ir ao paraíso mais rápido.

— A sra. Fissore é religiosa.

— Você gosta mesmo dos atuns mau passado. – zombou.

— Pode levar isso a sério? Por um minuto?

— O que você quer que eu diga, Charles? Não gosto de mulheres mais velhas que eu, isso deixa claro que somos o oposto um do outro. Isso deve ter sido culpa da sua mãe. Freud explica esse tipo de merda.

— Não quero trepar com ela!

— Não é o que parece.

— Quero saber o tipo de merda que essas pessoas gostam. – insistiu.

Anti-HeroWhere stories live. Discover now