Ele era o príncipe maquiavélico que todos temiam no fim do dia. Um homem corrompido pelo aroma fúnebre da morte, com toque mortal que sugava a luz dos mais santos. Seus passos eram machados de fogo, lágrimas e sangue.
A escuridão estava por toda a...
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The Dream Continues - Charles Leclerc
Charles precisou confiar na pessoa menos confiável. Deixar tudo em suas mãos para que pudesse conquistar o inimigo. Confiando na bondade humana. Colocando-se em prova. A escolha de ficar quase o matou, porque não conseguia acreditar que sua mãe faria o necessário para puxar Judith com ela até ele. Era um sacrifício para os pagãos. Uma prova para ele.
Passara a noite acordado, encarando o teto escuro, encontrando formas abstratas de monstros que não conseguiam levar sua alma embora. Serena esteve ao seu lado no apartamento assombrado, porém sua companhia não valia de nada. Ela era uma das piores namoradas que já encontrou, ultrapassado o bom senso quase inexistente de Alexandra.
Pierre não gostava de Serena, mas Charles havia entendido o jogo do francês. Não seria sua negação que o faria cometer erros gritantes, que jamais seriam esquecidos pelo próprio Charles. Não jogaria tudo para o alto. Existia uma reputação para proteger, por mais que já estivesse comprometida.
Arriscou tudo mandando sua mãe para os lobos. De todos, ela era a mais fraca e menos razoável. Tudo era motivo de choro. Lidava com todos os problemas usando a emoção. Charles sentia-se exausto todas as vezes que brincava com a morte, porque sua mãe não entendia que se tratava de um jogo inofensivo que o deixava animado.
Deitou no chão de pedra aquecido, arrependendo-se de ter nascido naquela família de desajustados. Ninguém fazia o que ele queria, ou como pedia. Tudo precisava ser difícil para Charles, mas Lorenzo tinha sorte em empreendimentos problemáticos.
A cabeça de Pierre escondeu o Sol por um instante.
— Quer água?
— Quero me matar!
— É trabalhoso morrer, sabe disso.
— Eu já estarei morto, vai ter que lidar com tudo sozinho!
— Sabe que eu odeio cemitérios! – rebateu.
— Então me jogue em qualquer lugar. – falou virando-se na direção da piscina, vendo Serena tirar uma foto do céu azul – O que ela está fazendo?
— Chamando a atenção das pessoas. Criando notícia sobre nós.
— Elas são muito desocupadas, sabia?
— Sim, eu sei.
— Deveríamos namorar pessoas ocupadas, que não tem tempo pra postar foto boba nas redes sociais ou criar confusão por causa de mensagem de fã.
— Vai terminar com a Serena?
— Vai dar muito trabalho, melhor deixar pra lá. – bufou virando para o outro lado.
