Minha mulher...

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Aquela grande felicidade que Jungkook sentia desde que finalmente recuperou sua visão parecia ter sido esmagada lentamente quando olhou para seu irmão, e por mais que tentasse dar o melhor sorriso ou principalmente achar que agora poderiam fazer as pazes, sabia muito bem com quem estava se metendo, e odiava, odiava o fato de serem gêmeos, odiava o fato que mesmo tentando de todas as formas ser um bom irmão, Jeongguk sempre queria tudo para si.

Seu dinheiro, sua casa, sua empresa e agora Aurora.

Mas não, ele poderia ter tudo que quisesse em suas mãos, mas em sua mulher ninguém tocaria.

Aurora, que estava calada olhando toda a interação, teve que soltar um leve suspiro quando Rose finalmente apareceu tentando acalmar aquela situação. Aliás, apenas ela conseguia fazer com que os gêmeos parassem de se encarar como se fossem matar um ao outro, e por mais que estivesse sempre do lado de Jungkook, parecia que o gêmeo malvado não gostava. Como se ela fosse a primeira mulher que o rejeitou, que preferiu seu irmão cego, do que a si, que era totalmente "saudável".

Mas agora, com sua visão totalmente recuperada, Jungkook não apenas enxergava tudo como também, perto de Jeongguk, ele não precisaria temer tanto, e nem se sentir tão vulnerável.

— Oh! Então agora está morando aqui? — Rose pergunta, se aproximando de Jeongguk enquanto as malas de viagem estavam em suas mãos.

— Esta também é minha casa, tenho total direito de ficar aqui, tanto quanto meu irmão. — os olhos negros novamente se voltaram para Jungkook, que mordeu os lábios inferiores, não gostando nada do tom que ele usou, como se Jungkook não pudesse fazer nada além de suportá-lo.

E Jungkook poderia, poderia comprar outra casa ou principalmente ter uma vida mais em paz, mas enquanto seu irmão gastava sua fortuna em jogos, bebidas e principalmente mulheres, ele passou tanto sua infância como sua juventude e sua fase adulta naquela casa. Ele possuía ótimas recordações, mesmo quando era cego, por causa de Aurora. Foi lá que ele a conheceu, que tiveram o primeiro contato, que tiveram o primeiro toque. Aquela casa era especial, e cada mínimo detalhe dentro dela tinha o toque de seus pais, como também de Rose, que era como uma mãe para ele.

No entanto, ele sabia que não deveria bater boca com seu irmão, sabia o quão Jeongguk era astuto em suas palavras, e principalmente para ganhar uma discussão com ele, tinha que ser muito sábio. Mas desde o momento que Jungkook começou a caminhar em direção à casa, a fim de entrar juntamente com Aurora ao seu lado segurando sua mão, sentia que seu irmão iria soltar alguma coisa.

— Finalmente comeu sua putinha? — porra! Ele não poderia deixar aquilo escapar.

Jeongguk poderia até mesmo xingar seus pais e a ele, mas Aurora não! Aurora era sua mulher! E por causa disso, assim que ouviu aquilo, no mesmo segundo apertou os punhos e não pensou muito antes de se virar para seu irmão, e automaticamente dar um soco em sua cara, um soco tão forte que Jeongguk no mesmo segundo caiu no chão, não apenas cuspindo sangue de sua boca devido à força do soco, como também um sorriso apareceu em seus lábios como se tivesse gostado daquilo.

— Pode falar de qualquer pessoa, mas na minha mulher você não fala, não vê e ao menos respira o mesmo ar que ela. — sim, Jungkook literalmente montou em cima de Jeongguk, colocando a mão no colarinho de sua camiseta preta e puxando-o para que seu rosto ficasse bem perto do seu. — Espero que tenha entendido, seu filho da puta. Fui compassivo contigo durante todos esses anos, mas a partir do segundo que falar dessa maneira novamente com minha Aurora, você vai ver que seu irmão bonzinho e burro vai se tornar seu pior pesadelo.

— Acha que eu tenho medo de você?

— E você acha que eu sou tolo? A porra dessa casa é minha! Você não assinou nenhum papel para dividir meio a meio a herança de nossos pais quando eu fui compassivo com você. Você não tem nada, nada que não seja seu ego que não cabe no peito. E ainda acha que eu não sou capaz de fazer isso? — pergunta, deixando Jeongguk calado, e sabendo que ele não iria responder pois não tinha como confrontá-lo, soltou o colarinho de sua camiseta e voltou à sua posição de antes.

Não deixando de voltar a segurar a mão de Aurora, mesmo toda ensanguentada e machucada devido ao soco tão forte que deu em seu irmão. Jungkook apenas suspirou e entrou na casa enquanto deixou Jeongguk todo caído no chão com o rosto sangrando e inchado. Aurora por outro lado, poderia dizer alguma coisa, poderia tentar falar qualquer coisa enquanto começavam a andar em direção ao quarto de Jungkook. Mas, em vez disso, ficou calada pois sabia que aquela era a melhor opção, pois diante de tudo que já tinha visto, não imaginava que Jungkook perderia a cabeça tão facilmente depois daquele insulto que Jeongguk cometeu.

Nunca o viu com tanta raiva em seu peito como naquele momento, isso mostrava o quanto mesmo estando com ele há alguns meses ainda não o conhecia completamente. Mas não negou que, no fundo, tinha gostado dele a ter defendido, tinha gostado do modo como bateu em seu irmão, e principalmente tinha gostado do modo como ele tinha falado.

Jungkook esbanjava poder, e aquilo deixava Aurora segura e ciente de que nenhum mal poderia acontecer com ela enquanto ele estivesse por perto.

E quando finalmente chegaram no quarto, não deixou de ver o coreano se sentando na cama e olhando para suas mãos ensanguentadas. Aurora não demorou muito para ir até o banheiro e pegar o kit de primeiros socorros, voltando ao quarto e agachando-se em direção a Jungkook. Pegando em sua mão e ao mesmo tempo ouvindo o pequeno gemido de dor que ele acabou de soltar, por aquela área estar tão sensível e dolorida. Aurora começou a cuidar daqueles ferimentos enquanto podia sentir os olhos do coreano ardendo como chamas de fogo em direção ao seu rosto.

Podia sentir aquela chama que invadia seu corpo de uma maneira indescritível, e não era questão de sexo, tesão ou desejo sexual, a forma como ele olhava para ela naquele exato momento era como amor ardente, um amor que não cabia no peito e que nem palavras poderiam expressar, exceto seus olhos negros brilhando em direção a ela.

— Você deveria ter se controlado.

— Você talvez não me conheça tanto quanto eu quero que me conheça. Temos pouco tempo juntos, mas saiba que, a partir do momento que seu nome sai da boca de meu irmão, eu tenho mais de mil razões para te proteger e te defender. Antes eu não podia, antes eu não podia ao menos saber onde ele estava, e naquele dia que eu te vi toda trêmula após um encontro com meu irmão, me senti inútil.

— Oh! Jungkook... eu...

— Não posso negar isso para você, Aurora, ou muito menos esconder minha decepção por saber que eu não poderia te proteger quando você o encontrou na empresa... — ele ficou calado por alguns segundos, mas depois voltou a olhar para Aurora, dessa vez com seus olhos penetrantes. — Porra! Garota, você não entende que o que eu sinto por você eu nunca senti antes por nenhuma mulher? Eu fervo só quando te olho, eu desejo beijar sua boca até mesmo quando está calada, e esse seu corpo, seus olhos, sua face, Aurora. Eu queimo, eu ardo, eu perco a cabeça por você, só por você...

De tudo que Aurora esperava, não imaginava que ele falaria aquilo, e por mais que tivesse um sentido sexual em suas palavras, pois ainda tudo que Jungkook falava era coberto de intensidade e erotismo, sabia e sentia que não era apenas isso. Ele literalmente se entregava quando amava alguém, ele fazia o possível e o impossível para conseguir entregar todo o amor e demonstrar isso para Aurora de várias formas.

Alícia, com toda a certeza, tinha perdido feio quando preferiu deixá-lo.

Mas Aurora não faria isso.

Aliás, não era tudo que ela almejava?

Um amor ardente, quente e principalmente sem limites de loucura? A maneira como os olhos negros do coreano brilhavam em direção a ela, parecia que Jungkook poderia fazer qualquer coisa para obter o amor de Aurora, para poder acariciar seu corpo e se entregar totalmente a ela, como se pudesse dar o mundo para ela, caso pedisse. Um amor a qual não tinha palavras para descrever a intensidade e principalmente o desejo sexual. Deveria ser por esse motivo que ele sempre se encontrava dentro dela e sempre queria mais, como se nunca fosse apenas um beijo, sempre era algo a mais.

Sem contar que Aurora nem conseguia imaginar o que era um selinho perto daquele homem, aliás, todas as vezes que beijava aquela boca tão avermelhada e atrativa como estava naquele exato momento, Jungkook sempre usava a língua em sua boca, chupando e mostrando o quão um selar não era o suficiente para acalmá-lo ou deixá-lo satisfeito, tudo que Aurora dava a ele era sempre insuficiente, ele sempre queria mais.

E era aquela necessidade que a deixava louca.

Perdida.

E completamente apaixonada por Jeon Jungkook.

Ele sim era o homem a qual ela queria se casar...

Vislumbres Ardentes (Jeon Jungkook)Where stories live. Discover now