Bonus - Carol.

4.8K 393 37
                                    

Bonus – Carol.

Sempre fui a louca desbocada que fazia todos rirem e se sentirem bem.

Sempre fui a doidinha, maluca legal no colégio.

E no dia que achei que ganharia minha independência e seria uma louca solta pelo mundo... ganhei na verdade a maior e pior decepção da minha vida.

Completei meus 18 anos me tornando a responsável por destruir a vida da minha melhor amiga.

Graças a minha idéia juvenil de "aprontar" pela ultima vez, tudo aconteceu.

Vi-me convivendo em um hospital, olhando pra minha amiga, minha irmã... e não a conhecendo.

Ali só havia um corpo sem vida.

Um olhar perdido e medroso, incapaz de me olhar nos olhos.

Cada lagrima que caia automaticamente dos olhos dela era uma facada em meu coração.

Porque?

O que eu fiz?

Nem perdão eu consegui pedir...

Aos poucos me mantive a distancia a olhando e tentando passar força.

Não conseguia me aproximar e tentar arrancar um sorriso.

Ver os machucados no seu rosto... as marcar em seu corpo...

Acho que se fosse comigo talvez não doeria tanto.

Me envergonho de usar a desculpa que a tia Josy deveria ficar com ela pra me afastar.

Precisei de tempo pra me refazer e me tornar a mesma amiga forte de antes.

Não vou mentir que senti alivio por ela decidir ir pra longe.

Mas ao mesmo tempo queria estar com ela, ir com ela, amparar e dar forças.

Mas fui incapaz.

Não me sentia forte...

E não me vi no direito de me aproximar pra que ela me fortalecesse.

Tranquei-me em casa e por meses me mantive afastada do mundo, apenas mantendo contato por mensagens, que cada vez se tornavam menos freqüentes.

A tia Josy me dizia que ela estava bem, me mantinha informada da gravidez, mas a Mily mesmo não se importava mais com nossa amizade e nem mais me mandava noticias.

Sentia-me cada dia pior.

Ela nunca iria me perdoar.

Chorei muito.

Isolei-me cada dia mais.

Meses passam e eu apenas vivia, a faculdade que iria fazer com ela não comecei.

Os lugares que gostava ela não estava la.

Destruí a vida da minha irmã e decidi que não merecia viver a minha.

Até que um dia minha mãe invadiu meu quarto e me deu uma comida de rabo de responsa.

Mostrou-me que eu deveria seguir a vida e que graças a Deus tudo estava se encaixando na vida da Mily.

E que eu não deveria me culpar a ponto de desistir dos meus sonhos.

E que se ela estava distante eu deveria seguir meu caminho.

E la na frente quando ela, eu e principalmente Deus quiser, no encontraríamos e colocaríamos as diferenças de lado.

Pois irmãs como nós por mais distantes que estejam sempre serão irmãs...

Uma Chance a FelicidadeWhere stories live. Discover now