Capitulo 13 - Emily

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Capitulo 13 – Emily.

A ultima coisa que me lembro, é do Vitor chorando no volante e me dizendo pra ter acalmar e tal... Aquela dor nas costas, na barriga e mais nada.

Sinto-me da mesma forma que no hospital há algum tempo, vendo tudo acontecer parecendo que estou longe.

Não entendo o que dizem ao meu redor.

Apenas sinto um sono do tamanho de um trem, que não me deixa raciocinar direito e me entrego a este sono.

Sinto uma mão quente apertar a minha, uma sensação de conforto acolhedor me toma e apesar de pesado tento abrir os olhos.

Dou de cara com os olhos azuis me encarando, naquele instante tudo passa pela minha mente e me dou conta de onde estou e do que aconteceu comigo.

-Me desculpe, eu não... – tento me explicar, mas ele me interrompe.

-Shhhh... Não se preocupe. Apenas vamos nos concentrar em cuidar do bebê e depois conversamos. – com essas palavras tenho a certeza que meu bebê ainda esta comigo, tento sorrir, mas as lagrimas em meus olhos demonstram a dor que estou sentindo.

Fecho os olhos pra tentar conte-las, mas elas rolam por meu rosto mesmo assim.

E neste momento sinto um tremor no corpo quando a mão do Vitor toca meu rosto, uma caricia leve, mas que vai direto ao meu coração.

Abro os olhos e que vejo é carinho, paixão... Amor???

Ele me olha de uma forma estranha, não sei como definir, mas antes que consiga decifrar seu olhar o medico entra no quarto com uma enfermeira e o clima se perde.

Eles trazem uma cadeira de rodas e antes que eu entenda o que esta acontecendo vejo-me nos braços do Vitor sendo carregada.

Um turbilhão de sensações se espalha por mim, enquanto me seguro no seu pescoço.

Mas tão rápido como me pegou, ele me solta me deixando sentada na cadeira.

Sinto seu olhar em meu corpo antes de cobrir minhas pernas.

Sou levada a uma sala e mais uma vez Vitor me leva no colo até a maca, me deita e me cobre.

Sinto-me mau, muito mau.

O contato com o corpo do Vitor me deixa atordoada.

Quero voltar para seus braços. Quero... Eu quero o Vitor.

Não entendo muito bem o que dizem em minha volta.

Derrepente um déjà-vú de toda essa situação me toma e o inicio do pânico se instala em mim.

Tento me controlar, mas assim que o medico me diz pra colocar as pernas no suporte não me seguro mais.

Tento explicar, mas não me vem palavras, apenas falo.

-Não pode ser pela barriga mesmo, eu não... Não... Não gosto de ser tocada...

A mesma sensação de quando acordei após ser violentada me toma.

Aquela sala branca com o medico, e pra aumentar o Vitor me olhando e me vendo naquela situação.

Explodo. E tudo ao meu redor gira.

Desespero-me e deixo que as lagrimas me levem.

E neste momento sinto novamente as mãos de Vitor me tocando, me acalmando.

Fazendo-me sentir o quanto é bom estar em seus braços.

Sinto novamente aquele carinho, paixão, cuidado e amor que vi em seus olhos, mas agora em seus braços.

Vou me acalmando aos poucos e após algum tempo me vejo agarrada a Vitor, com a cabeça encostada em seu peito, suas mãos acariciando minhas costas e sua respiração no topo da minha cabeça.

Não vi quando o medico saiu da sala, mas o agradeço, pois há muito tempo não me sentia tão acolhida como naquela sala sozinha nos braços do Vitor.

O OGRO até que não é tão mau assim.

Mais calma tento me afastar, mas ele me aperta mais em seus braços.

Então levanto a cabeça e olho em seus olhos...

-Me desculpa... eu...- ele me cala novamente.

-Shhh... – mas dessa vez coloca um dedo nos meus lábios.

Fico quieta apenas o encarando. Seu dedo desliza e faz o contorno do meu rosto.

Ele coloca uma mexa do meu cabelo atrás da orelha.

Só então percebo que devo estar uma tragédia, acabada, parecendo um fantasma, e abaixo a cabeça desviando meus olhos.

Ele segura meu queixo e levanta meu rosto.

Em quanto me encara novamente ele aos poucos começa a abaixar a cabeça aproximando seu rosto do meu.

Mas antes que nossos lábios se toque ele para e me encara.

Olha-me com a testa franzida, como se estivesse me pedindo permissão.

Retiro minha mão do seu peito e a pouso em seu rosto, fechando meus olhos.

Sinto um tremor quando seus lábios tocam levemente os meus.

Parece uma continuação das caricias nas minhas costas.

Leve, com calma, sem pressa, com carinho.

Suas mãos vão a minha nuca, e ao mesmo tempo em que abro minha boca pra receber sua língua quente ele pega meu rosto como uma taça de cristal.

Entrego-me ao beijo a ali demonstro minha mais nova descoberta.

Não tenho mais como negar.

Estou apaixonada pelo Vitor.

Uma Chance a FelicidadeWo Geschichten leben. Entdecke jetzt