Capítulo Vinte e Seis - Hannah

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 Eu estou na casa de Beth porque, ao invés de ir para a minha depois que saí da casa de Frank, fui para a dela. Nós duas estamos sentadas em seu sofá que tinha formato de L. Mas, apesar de a televisão estar ligada, nós não estávamos prestando atenção porque tínhamos o que conversar.

Falamos sobre Frank, sobre mim, sobre eu e ele, até que, então, ficamos em silêncio, até, é claro, eu resolver abrir a boca.

— E você, Beth? Está com alguém ou algo assim? – Faz tempo que não conversamos sobre isso porque, ultimamente, era apenas sobre mim e Frank. E eu não podia evitar sentir que a estava deixando um pouco de lado.

— Não, — ela responde — não estou interessada em ninguém.

— Sério? — pergunto com a sobrancelha arqueada.

— Sim e, por acaso, eu até iria te chamar para ir a uma boate, mas já que você está com Frank, este tipo de diversão é a última que você irá querer.

— Talvez eu possa chamar Frank para ir junto, o que acha? –respondo. Não seria tão ruim eu e Frank sairmos. Apesar de eu já ter marcado com ele de sair da lia dois dias, na sexta-feira, podíamos combinar de sair no sábado.

— Ótimo! — Beth afirma com sinceridade e eu abro um sorriso.

— Quem sabe eu não conheça alguém em uma das festas? – ela pergunta e em seguida faz uma careta enquanto completa a frase — porque o pessoal da rádio, ew!!!..

— Realmente! — não posso deixar de concordar com isso.

— Você não tem nada o que falar — ela ri — tem um médico só pra você! Admito que estou ficando com inveja. E, falando em inveja, eu sempre quis ter um cachorro, e quero conhecer Banzé. Posso dividi-lo com vocês?

— Não! — respondo, fingindo ciúmes — Banzé é meu e de Frank.

— Tudo bem, chata! Sério, estou morrendo de tédio e nós já conversamos tudo o que temos que conversar. Porque não chama Frank pra balada agora?

— Ele parecia querer um tempo sozinho quando eu saí do seu apartamento.

— Por favor — Beth insiste — liga pra ele.Se ele disser que não, nós não vamos.

— Tudo bem — respondo e pego o celular. Ligo para Frank e estranho quando ele demora um bom tempo para atender. Quando eu acho que irei precisar ligar mais uma vez, ele atende.

— Hannah? — a voz dele está estranha. — Tudo bem?

— Tudo... Eu estou ligando pra saber se você quer ir à balada comigo e com Beth. O que acha? — pergunto e torço para que ele responda sim.

— Desculpe — ele diz, e então fico realmente preocupada. A voz dele está mesmo mal. Será que a febre atacou novamente? – Eu não vou poder. Aconteceu um imprevisto... Mas, você pode ir com Beth, ok?

— Tudo bem... Se você precisar de qualquer coisa – tive que frisar o qualquer coisa — é só me ligar. Ok, Frank?

— Eu sei... Até mais.

Ele nem esperou eu responder, apenas desligou a chamada. O que havia acontecido com ele?

— Estou preocupada — falo para Beth e ela ergue uma sobrancelha — Frank está estranho, e ele pediu para que eu fosse com você. Ele não vai.

— Ok. Então, vamos levantar essa bunda gorda do sofá e ir. – Beth diz, dando de ombros.

— Não vou conseguir me divertir preocupada com Frank — falo o óbvio. — Vou pra casa, Beth. A gente deixa a festa pra outro dia.

— Tem certeza? — agora é Beth que está preocupada, mas comigo – Se quiser podemos ficar aqui hoje e assistir a uma maratona de séries.

Dou um sorriso fraco pra ela e respondo:

— Eu quero ir pra casa e dormir até amanhã. Pode ser?

Beth faz que sim com a cabeça, mas eu sei que esta não é a resposta que ela quer ouvir. Sorrio triste e ela compreende. Eu sou curiosa, não deixarei de pensar no que pode estar incomodando Frank até ele abrir a boca e me contar.

— Ok — Beth concorda — mas não vou deixar você ficar mofando na cama por mais de três dias. E, além do que, a gente não vai ficar de folga na rádio por mais tempo.

É. Eu pude sair com Frank ontem e hoje porque eu estava de folga, assim como Beth. James decidiu colocar substitutas no nosso lugar para podermos ter alguns dias livres depois de toda a loucura da organização do Music Zone.

— Estou indo, então. – dou um beijo na bochecha de Beth como despedida, me levanto do sofá, calço minhas botas e visto novamente o sobretudo porque, como sempre, está frio lá fora.

— Quando chegar em casa, me liga, só pra saber que você chegou – Beth pede e é muito bom saber que alguém se importa com a sua segurança assim.

— Tudo bem — respondo. — Você vai sair hoje?

— Acho que sim – ela dá de ombros. — Se eu for te aviso e se quiser aparecer lá, apareça.

Sorrio em agradecimento e Beth vai comigo até o térreo do apartamento, onde nos despedimos com um abraço. Sigo para a estação de metrô mais próxima.

Eu chego em casa e vou para o banheiro; preciso de um banho quente. E depois dele já tomado, me visto com o pijama mais confortável que possuo e deito na cama. O que será que aconteceu com Frank? Já estava melhor do resfriado quando eu saí, disso eu tenho certeza. Solto um suspiro. Essas perguntas não irão sair da minha cabeça tão cedo.

Tentotirar a preocupação sobre Frank da minha cabeça, apenas por hora, mas isso é aúltima coisa que eu penso antes de pegar no sono e entrar no mundo dos sonhos.

Para Sempre ElaWhere stories live. Discover now