Continuação Bryan

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No fim das contas, Christian e eu nos tornamos sócios em quase tudo.
Eu fico a maior parte do tempo na sede, que se encontra no centro da cidade. As construtoras Miller estão crescendo cada vez mais, então eu me preocupo em cuidar de toda a parte da papelada chata e o meu irmão fica com a parte divertida, que é basicamente viajar para vários lugares em que estão as filiais e nossas parceiras.



Ele milagrosamente se saiu bem em algo que não seja só gastar dinheiro, parece que comunicação era a sua área.
Christian consegue convencer praticamente qualquer pessoa com o bom papo que tem, e isso era ótimo para a empresa.
Até que ele não era um completo inutil, a gente até que estava indo bem com esse negócio de sociedade. Bom, pelo menos não tínhamos que ficar olhando um pra cara do outro o dia inteiro, era ele em um canto e eu em outro.


Depois que deixei o Brasil para resolver todos esses problemas, eu nunca mais tive vontade de voltar. Aqui eu me sentia verdadeiramente bem, conseguia encontrar um pouco de paz. Entre trabalhos e reuniões, eu não tive muito tempo para pensar em um certo alguém.

E isso estava funcionado perfeitamente para mim, mas no momento em que eu pensei que minha vida estava boa demais para ser verdade, foi que ela apareceu no meu escritório. Santo Deus, ela parecia estar mais linda do que eu me lembrava!


Foi como tomar um soco bem dado no estômago. Um estranho sentimento estava de volta, parecia que ele só estava adormecido e depois de encontrá-la, ele acordou mais forte do que nunca.

Maldição, eu não podia perder o controle, toda essa imagem de durão que eu demorei para construir, estava caindo pouco a pouco. Cada segundo que ela permanecia na minha frente, com aqueles olhos expressivos, como se estivesse tão surpresa quanto eu. Estava sentindo minhas barreiras rachando aos poucos e isso eu não permitiria que acontecesse nunca.


Então eu fiz a única coisa que eu sei que a afastaria tão longe possível de mim, fui um completo idiota, arrogante e egocêntrico. Tentei ignorar ela como nunca, nem sequer dirigia meu olhar em sua direção, mas isso só a afastou fisicamente, a filha da mãe estava enraizada em meus pensamentos e disso eu não conseguia fugir.


Eu a afastei tanto quanto pude, porém no dia em que eu a vi finalmente indo embora da minha empresa, eu simplesmente não pude deixá-la ir.

Vendo ela ir embora da minha vida mais uma vez, era demais pra mim. Parecia que eu estava vivendo aquele terrível dia novamente. O pânico tomou conta, não conseguia pensar em outra coisa a não ser fazer ela ficar.

Vi em seus olhos a raiva que faíscava cada vez que ia me aproximando, deixei que desabafasse tudo o que sentia em relação a mim. Quando vi, não pude me segurar e a beijei como se minha vida dependesse daquele beijo.

Sentia tanta falta dessa sensação estranha no estômago que só sentia quando meus lábios tocava os dela, senti falta daquela pele, senti falta dela por inteiro.

Agora eu me encontro lutando entre o ódio e o amor. A vontade de me reaproximar dela e o medo de machucar novamente.
Mas como sou um panaca que não aprende nunca, estou aqui no meu quarto me lastimando, ferido e desolado por ela não me querer. Na verdade acho que ela nunca quis, mas dessa vez vai ser diferente eu não vou correr atrás dela, me proíbo de fazer tal coisa estúpida.



Então eu deixei, deixei você ir embora. Com a esperança de um dia você voltar; Mas lá no fundo sabia que isso não aconteceria.
Só que eu gostava de sonhar com essa possibilidade.
O dia em que você resolveu ir, deixou minha vida de ponta cabeça e levou o meu coração junto.
O coração que te dei um dia e você prometeu cuidar, tu deixou no caminho e ali ele se quebrou.
Ele é tão sensível quanto vidro, foi quebrado tantas vezes.
E coração de vidro é assim mesmo, uma hora quebra outra hora corta.
E sim, tive que juntar todos os cacos sozinho e acabei saindo muito machucado.
Quem diria que um sentimento tão bonito acabaria assim, comigo arrumando toda a bagunça que você deixou aqui.
E agora você voltou e eu sinto que toda a arrumação que demorei anos para terminar, está prestes a virar uma desordem novamente.


Quando acabei de escrever, me senti um pouco mais leve, como se tivesse retirado um pessoas das minhas costas.

Mas eu me sinto a porcaria de um mariquinha com esses textos que eu escrevo frequentemente. Eu me recuso a admitir que tenho um diário, eu diria que são mais como palavras inspiradoras.

Só espero um dia parar de escrever apenas sobre coisas tristes...




***

Editado 29/11/21





Apaixonada por um CEOOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz