Primeira briga...

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- Você pode me falar o que a jaqueta do meu irmão está fazendo na sua casa? Ou vou precisar arrasta-lo até aqui para se explicar. - Pergunta ele furioso.

E se aproxima da minha mesa, colocando uma mão em cada lado dela de uma maneira assustadora. Ele parece estar muito bravo mesmo e eu não consigo comandar minhas cordas vocais a dar uma resposta, apenas me encolhi mais na cadeira.


- Anda, Clara estou esperando.

A cada segundo que se passa eu me torno mais covarde e medrosa. E tento encontrar a Clara destemida que existe dentro de mim.

Afinal, eu não fiz nada de errado. Não é como se eu o tivesse traído nem nada do tipo.

Mas essa sua atitude me deixa receosa do que ele pode pensar sobre mim.

- É uma longa história Bryan. - Digo por fim.

- Eu tenho todo o tempo do mundo para a sua explicação. - Ele senta-se de um jeito dramático na cadeira onde seu irmão estava a alguns minutos atrás.

- Tudo aconteceu, em uma noite que eu sai com minhas amigas, nós fomos à uma boate... -  Dou uma pausa de alguns segundos para respirar, deixando-o mais impaciente.
- Então bebemos demais e eu acabei topando participar de uma brincadeira idiota. -  Eu não quero ter que falar o tipo de brincadeira imbecil que eu topei participar, porque simplesmente não quero ver o julgamento em seus olhos, mas de qualquer forma terei que lhe contar...

- Que tipo de brincadeira, Clara?

Ele está me fuzilando com os olhos e suas mãos estão fechada em cada lado da cadeira, tomo algumas respirações longas para ganhar coragem.


-Era uma brincadeira estúpida... Tenho que dizer que só aceitei porque estava bêbada em outra situação não aceitaria, por isso não quero que me julgue.

-Fala logo que brincadeira!


-Ta bom que seja! - Respondo nervosa. - Era uma brincadeira, onde eu tinha que subir em um palco no meio da boate, enquanto alguém jogava água na minha blusa. - Abaixo a cabeça um pouco envergonhada.

Ele solta o ar frustado e passa a mão pelos cabelos de maneira impaciente.


- Por favor, não me fala que você estava de blusa branca... Por favor!

- Estava... Mas foi Ashley quem escolheu minhas roupas, ela já tinha tudo planejado... - Murmuro.

- E meu irmão viu você com a blusa toda molhada? - Ele se levanta da cadeira e começa a andar pela pequena sala.

Eu apenas aceno com a cabeça baixa.

Ouço ele pegar alguma coisa em cima de um móvel e depois o arremessar contra a parede em um acesso de raiva.

- Da pra parar com isso! - Decido enfim tomar alguma atitude para por um fim nesse ataque de ciúmes idiota que ele está tendo.

- Eu tenho uma vida e acho que posso fazer o que eu quiser com ela, nesse tempo nós nem estávamos juntos e seu irmão foi um completo cavaleiro e meu emprestou a sua jaqueta para que eu me cobrisse, foi só isso! - Digo um pouco alto, na verdade acho que estou gritando, mas não consigo controlar a intensidade de tudo que estou sentindo. Eu o amo, mas ele não pode agir dessa forma comigo.

- Meu irmão pode ser tudo, menos um cavaleiro... E não importa se estávamos juntos ou não, me deixa louco saber que ele à viu naquele estado e com certeza a cobiçou. Eu não suporto sequer pensar que minha namorada estava se exibindo para um bando de homens depravados, como você se permitiu participar de uma situação dessas?

Ele ainda continua andando de uma lado para o outro na sala, como se tentasse compreender toda essa situação.

-Sim! Sim! Eu me permitir participar daquilo... E você vai ficar aí me jugando a tarde inteira? Já passou, já foi. Podemos agora agir como adultos e voltar para o profissional? Eu acho que estou aqui para trabalhar e não para ficar discutindo relação o dia inteiro.


Cansei, simplesmente chega uma hora que não dá mais para sustentar uma discussão sem cabimento. Como ele pode estar me julgando por decisões que eu tomei, antes de sequer ter ideia que um dia voltaríamos, na verdade ele deveria ter compreendido o meu lado, mas não...

- Tudo bem. Quer voltar para o profissional? Vou atender sua vontade. - Ele diz com o rosto contraído de raiva, sua boca está em uma linha reta e seu olhar é tudo, menos doce.

Como um robô, ele caminha até sua sala e volta minutos depois com um bolo de papel, parece determinado, depois os despeja em cima da minha mesa.


- Aqui está, quero que triture todos esses papéis, depois de terminado vá até a minha sala e encontrará uma pasta cheia de documentos que precisam ser escaneados para o meu e-mail até a hora do almoço.

Ele me olha com superioridade, como costumava fazer quando eu era apenas sua funcionária e nada mais, ele se vira e caminha em direção ao elevador, mas para no meio e me olha com tanta determinação que eu nunca havia visto antes.

E eu enfim entendo o que ele está tentando fazer, ele quer que eu sinta a raiva que ele está sentindo nesse momento. Quer me atingir...


- Ah! E antes que me esqueça, vou passar a manhã fora da empresa, voltarei depois do almoço e espero encontrar uma xícara de café sobre a minha mesa, de preferência não muito amargo, até logo!

E com um sorriso bem sínico nos lábios, ele se vai.



Editado 21/03/22

Apaixonada por um CEOWhere stories live. Discover now