Apaixonada por um CEO

Dia ruim

Estou me segurando na sua corda
Estou a três metros do chão;
Estou ouvindo o que você está dizendo Mas não consigo falar nada
Você diz que precisa de mim,
Depois vai e me deixa pra baixo, mas espere
Você me diz que se arrependeu,
Não esperava que eu viraria e diria
Que é tarde demais para desculpar-se.
É tarde demais.

***

Não sei o que é mais humilhante. Ter sido praticamente mandada embora por Bryan ou chegar em casa e enfrentar os questionamento da minha amiga. Porque sei que é exatamente isso que vai acontecer, quando eu entrar por essa porta com essa cara de quem chutou cachorro na rua.

Tentei andar um pouco pela cidade, mas nada me tirava a imagem do Bryan diante de mim me mandando embora, com uma raiva avassaladora que eu jamais havia visto.

No caminho parei em um parque que tem perto do meu apartamento, na tentativa de me recompor, mas não adiantou muita coisa. Passei mais de uma hora sentada e tudo o que vinha na mente era ele, aquele maldito. Porque ele teve que ser tão babaca!

Algo dentro de mim, tenta arrumar uma resposta para esse surto todo. Um motivo que o fez agir feito um louco, porque me recuso aceitar que essa seja a mesma pessoa que me jurou amor a apenas um dia atrás. Mas é isso o que sempre fazemos, não é? Tentamos arrumar desculpas para atitudes grotescas vinda de quem gostamos, a culpa disso se chama memória afetiva. E como eu a odeio por me fazer acreditar que o Bryan seja uma boa pessoa...

Ele ainda teve coragem de me manda mensagem me pedindo para conversar com ele... Como sua cara de pau é grande! Ele não se deu nem ao trabalho de esperar pelo menos um tempo, antes de vim com esse papo furado de que eu entendi errado. Entendi errado o que? Se tudo o que ele disse está gravado bem fundo em minha memória.

O fato de eu não poder odia-lo, não quer dizer que eu não esteja profundamente magoada e triste com tudo o que aconteceu hoje, e meras palavras não vão poder aliviar a dor que eu senti por ser tão desprezada do jeito que eu fui.

Depois de um tempo eu cansei de ficar me lastimando em uma praça sozinha e fui para casa.

Nesse exato momento estou parada diante da porta sem coragem de girar a maçaneta e entrar. Eu sei que assim que estiver lá dentro, não vai demorar nem meio segundo para Ashley perceber minha cara abatida e triste, que eu nem me dou mais o trabalho de tentar esconder. Pra que vou fingir que estou bem, se eu não estou.

Estou de fato na merda.

Enfim tomo coragem e digo a mim mesma que é só a minha amiga e não um bicho de sete cabeças. Respiro fundo e entro no nosso pequeno apartamento. Não demoro muito para localizar Ash na cozinha, fazendo algum tipo de gororoba que ela sempre faz. Como ela não me vê, eu sigo direto para o nosso quarto trocar de roupa. Depois de colocar um pijama folgado vou para sala procurar algum programa patético para assistir.

-  Então é assim! Chega e nem cumprimenta mais a amiga aqui?!

- Desculpa... Foi sem querer eu juro. - Respondo na defensiva.

- Que isso, você sabe que eu estou brincando, sua boba. - Responde, enquanto vejo ela mexer mais um pouco nas panelas.

De onde eu estou sentada consigo ver exatamente o que ela está fazendo. Pois só o que divide a sala da cozinha é um pequeno balcão. Nosso apartamento é minúsculo, mas ao mesmo tempo aconchegante. Eu realmente amo essa nossa pequena bolha, não trocaria por nada.