Meias Verdades [Completo]

Capítulo 35

  Michael olhava para a chave em sua mão. As palavras de Alex fizeram com que recordasse o que passaram juntos na juventude. Agora entendia que o Emily tinha era sério e que precisava de ajuda.

Abriu com todo o cuidado a porta. Emily estava encolhida em um canto do quarto movendo seu corpo para frente e para trás, demorou para ela perceber que não estava mais sozinha. As lágrimas escorriam pelo rosto de Michael quando este chegou ao seu contato. Abraçou a mulher com delicadeza.

– Desculpa! Desculpa por não ter acreditado em você. – Michael murmurou em seu ouvido.

– Me abraça. – a voz de Emily saiu fraca.

Michael aprofundou o abraço. Emily parou de se mover e o abraçou de volta. Os olhos de Michael quase não acreditavam no que viam. Percebeu os machucados que ela tinha feito em seu corpo. Havia sangue. Muito sangue seco e outros ainda úmidos.

Michael pegou Emily no colo e a levou para o banheiro. Encheu a banheira e deu-lhe um banho. Removeu o sangue que estava seco de seu corpo foi quando as marcas no interior de sua coxa apareceram. Segurou seu desespero. No momento que ia colocando Emily na cama esta olhou dentro de seus olhos.

– Sabe que não estou curada? Eu posso fazer tudo isso de novo. Te machucar e te humilhar...

– Shiu! Não precisa me dizer nada, apenas deita e durma. – Michael afagava os seus cabelos.

– Devia ter me matado, Michael! Refleti muito sobre isso lá dentro. Era a nossa melhor opção. – Emily segura o rosto dele entre suas mãos trêmulas.

– Emily, eu me mato antes! Apenas durma aqui comigo. – deitou com ela na cama – Não vou te deixar sozinha. Nós vamos atrás de ajuda, você é o meu bem mais precioso e eu nunca irei te abandonar.

Era algo que Michael faria o mais breve possível ir atrás de ajuda para a esposa. Vê-la sofrer e se mutilar daquela forma o quebrou. Quem olhasse de fora diria que nos dias que seguiram, Michael envelheceu uns dez anos de tamanho que era a sua tristeza e preocupação.

***

– Emily!  

Michael chegou da rua animado chamando pela esposa que após iniciar o tratamento com um psiquiatra já dava indícios de melhoras. 

– Sim. – Emily o encarou.

– Vá até o parque! Está um lindo dia lá fora. - havia um sorriso sincero no rosto de Michael. 

– Tudo bem. Me arrumo rápido e podemos ir. – Emily sorri de volta.

– Não, você vai sozinha.

– Sozinha? – Emily quase não conseguiu compreender o que ele dizia.

– Isso mesmo. – Michael compreendia o espanto da mulher, para ele estava sendo difícil, mas tinha que voltar a confiar nela. 

– Não tem medo que eu vá fugir ou ir atrás dele?

– Não. A partir de hoje não é mais prisioneira. Se você não voltar eu irei entender.

Michael depois de ver a esposa entregue daquela forma decidiu que o queria era ver a sua felicidade. Se ela não voltasse teria de aceitar.

Emily com cautela deixou o apartamento. A claridade dessa vez estava diferente. Emily andou pelo quarteirão, foi até o parque. Continuou. Desceu no metro e embarcou no primeiro trem. Parou na próxima estação foi até a sua cafeteria favorita. Após cinco horas que havia deixado o apartamento retornou junto com o crepúsculo.

– Não esperava menos que isso. – Michael diz assim que Emily passou pela porta.

Ficou o tempo todo sentando em sua poltrona esperando. Tinha certeza de que Emily voltaria, tanto que não deixou que nenhum de seus homens a seguisse.

– Faça amor comigo! – Emily aproximou-se. 

– Todos os dias! Até eu morrer! – Michael segurou delicadamente o rosto de Emily.

Suavemente o lábio de Michael comprimiu os de Emily. Ela sentia o gosto de sua saliva unindo com a dela. Seus dedos brincaram entre aqueles cabelos grisalhos. As mãos experientes de Michael deslizam pela pele macia dos seus braços. Um arrepio invadiu Emily. 

Sem pressa Michael desceu o zíper do vestido de Emily. Ela por sua vez abriu com sutileza cada botão de sua camisa. Ao terminar percorreu com beijos todo o seu tórax. Michael a trouxe novamente para o contato quente de seus lábios e desfez do tecido que impedia de sentir a sua pele contra a sua.

– Nunca existirá no mundo mulher mais bela que você, Emily! 

– Não existe no mundo homem mais amoroso e dedicado que você, Michael!

As mãos se encontraram e a do homem conduziu até o quarto. Até o ninho de amor que haviam construídos há muitos anos que quase ruiu. Amaram-se como se fosse à primeira vez. 

Redescobriam um ao outro. Os suspiros que emitiam ecoavam por todo apartamento. Os corpos dançavam lentos. Os amantes se conheciam e desde a primeira vez foram os melhores parceiros de danças. 

Emily acariciou a barba que também queria embranquecer. Essa mesma a levou ao delírio quando arranhou seu ponto mais sensível. Era de propósito que Michael mantinha a barba. Quando se conheceram ela não cobria o seu rosto. Estava ali a pedido da esposa. O gozo veio em Emily. Michael esperou. Esperaria toda a eternidade se fosse necessário. 

– Tenho medo do que estávamos fazendo te fazer mais mal do que bem, Emily. – Michael mantinha o corpo quente de Emily em contato com o seu. 

– Não tenha! Eu preciso aprender a controlar e sei que estando com você vou conseguir, acredite o seu amor me dá forças.

Michael retornou o contato com aqueles lábios. Emily sentiu seu próprio gosto e aquilo voltou a acendê-la. Roçou seu corpo contra ao dele. Os gemidos voltaram junto com o arrepio pelo corpo.

Trocaram de posição. Emily deixou seu corpo encaixar sobre Michael. Os olhos azuis dele tinha o vislumbre do seu corpo. A sua pele branca. Aqueles seios firmes e rosado que esperavam serem devorados. Emily dançava sobre seu colo. As mãos de Michael se alternavam entre os mamilos e clitóris de Emily. A lubrificação da esposa descia por suas pernas. 

– Posso? – Emily abriu os olhos e pediu para Michael deixa-la ter ele dentro dela.

– Vem!

Emily parou de roçar e deixou com que ele a completasse. Definitivamente eram o encaixe perfeito um do outro. Os movimentos a partir desse momento se tornariam compassados e cronometrados. Até os móveis entraram no seu ritmo. Os sons emitidos eram enviados para infinito para quem sabe, algum dia dali milhões de anos alguém pudesse escutar o som do amor sendo feito por eles.