Capítulo Três

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Uma semana se passou e encontros casuais foram acontecendo, cada vez mais parecia que a tal garota nova estava me perseguindo. Para onde quer que eu ia, ela estava lá: banheiro, corredores, sala de música, restaurante, a loja de discos, quintal e etc...
Ela ficava me olhando estudar pela janela do seu quarto, me encarava quando eu ia passear com o meu cachorro é até mesmo me dava "bom dia" com aquele sorriso chato dela.
Na escola, parecia que ela estava em todos os cantos possíveis e aquilo já estava me irritando de uma tal forma, que eu não suportava mais olhar pra cara dela.

- Por que você odeia ela? - perguntou Dion, após termos trombado com ela no corredor do colégio.

- Odiar é uma palavra muito forte! Eu não vou com a cara dela, só isso.

- Você é louca! Todas as garotas lésbicas da escola tão apaixonadas por ela. - afirmou Dion.

- Aí que está, eu sou diferente de todas as outras garotas.

- Em falar nisso... Você ainda está ficando com aquela menina de Miami?

- Estou, mas não vou ficar mais com ela, longa história. Depois eu te conto. Nos vemos mais tarde? - perguntei, entrando na sala.

- Claro. Até mais tarde. - respondeu Dion.

Além de música, a literatura era minha outra paixão e eu até que era muito boa naquilo.
Eu sempre adorei escrever e ler poemas, romances, ficções, crônicas e etc. Tudo isso começou quando meu avô me deu um exemplar de O Pequeno Príncipe e de Harry Potter e a Pedra Filosofal. Eu me apaixonei na hora por aqueles dois universos e ficava imaginando um dia escrever, também.
Talvez se a música não desse certo, a literatura clássica seria o meu plano B.

Após eu entrar na sala de aula e me sentar na última carteira ao lado da janela, uma pessoa abre a porta e entra por ela.

- Pessoal, essa é a senhorita Svetha! Ela irá se juntar a nós nas próximas aulas de literatura. - disse a professora McGawa - Pode sentar-se ali, ao lado da senhorita Baker.

 Layla sorriu para mim e sentou-se ao meu lado. Irritada, eu olhei bem para cara dela e perguntei:

- Você tá me seguindo?

- Eu? Não, por quê? - respondeu ela.

- Aonde quer que eu vá, você sempre aparece.

- Me desculpe. Talvez nós só tenhamos gostos parecidos, não acha? - perguntou Layla.

- Que seja.

A aula começou e eu nem sequer olhava para o lado. Layla parecia uma enciclopédia ambulante. Ela sabia tudo sobre literatura francesa, clássica, moderna e etc. Era de dar nojo.
Após a aula acabar, eu saí o mais rápido possível para não dar chance alguma de iniciar qualquer conversa entre eu e Layla. Desci as escadas e fui ao encontro de Charlotte para irmos tomar um suco e comer algo na lanchonete dos pais dela. Era tipo um fast food que servia de tudo, desde sushi até cheeseburguer com batata frita e milkshake.
Peguei o carro no estacionamento do colégio e fomos. No caminho, recebo uma mensagem da minha "ficante" dizendo que queria me ver. Ela não morava tão longe. Miami Beach ficava só a algumas horas daqui, então marquei com ela de nos encontramos lá em casa.
Eu já estava de saco cheio dela, precisava de um pouco de ar e essa pareceu uma oportunidade e tanto para falar isso para ela.

- É a novinha? - perguntou Charlotte.

- Ela não é tão nova assim, só dois anos de diferença! E sim, era ela. - respondi - Já não aguento mais, além do mais, eu sei que ela curte outra garota.

- Se ela curte outra garota, por que ela fica atrás de você?

- Aparentemente, essa outra garota que ela curte não dá a mínima pra ela. - respondi, estacionando o carro em frente à lanchonete.

- Que horror! E você vai terminar com ela? - perguntou Charlotte, saindo do carro.

- Claro! Não sou nenhum brinquedo pra ela usar enquanto a outra não quer.

- Você também, hein! Só arruma relacionamentos conturbados. - disse Charlotte, ao entrarmos na lanchonete.
Quando nos sentamos, a mãe de Charlotte veio me cumprimentar e também já trouxe um copo de chá gelado que eu sempre tomo.
Eu e Lotte ficamos conversando por horas, até eu lembrar que eu tinha marcado um compromisso na minha própria casa.
Por incrível que pareça, eu estava louca pra terminar aquele relacionamento ridículo que eu tinha com uma garota que nem gostava muito de mim, então terminei de comer meu yakisoba e fui para casa.
Antes mesmo que eu pudesse estacionar o carro, já pude ver minha "namorada" sentada no degrau da minha porta me esperando. Desci do carro e fui ao seu encontro, ela me deu um beijo no canto da boca e subimos para o meu quarto, óbvio que meus pais não estavam em casa, eles nunca estavam. Nunca. E mesmo que estivessem, minha casa é muito grande para eles notarem a minha presença lá.
Quando abri a porta do meu quarto, ela já veio tirando a roupa e subindo em cima do meu colo, já que eu já estava sentada na minha cama.

- Não, cara... Espera... Nós precisamos conversar. - disse, tentando me esquivar dos beijos dela.

- Depois nós conversamos, Can. Estou com muitas saudades suas. - respondeu ela, me empurrando para trás.

Ela continuou me beijando e, por mais que eu tentasse me conter, não deu. Ela era linda, apesar de tudo.
Conforme nos beijávamos, ela tirava a minha roupa, eu passava minhas mãos por toda suas costas até chegar na bunda, e então eu a apertei com tanta força que ela gemeu perto de minha orelha, dando uma pequena puxada no meu cabelo. Nós transamos a tarde toda e quando terminamos, ela deitou ao meu lado.

- Eu não posso mais fazer isso. - eu disse, enquanto me levantava e colocava as minhas roupas.

- Você tá terminado comigo?

- Terminar o quê? A gente nem começou nada.

- Lógico que não, Candice, você nunca gostou de rótulos. - respondeu ela, se levantando também e botando seu vestido.

- O caso é que eu sei que você gosta de outra garota e eu não tô afim de ficar nesse triângulo amoroso. Sério, não tô afim.

- Então é isso? - perguntou ela, chegando perto de mim.

- É! - respondi, abrindo a porta para que ela saísse.

- Ok! Tchau... Candice.

- Tchau, Alice.

Only Wolf 3 - RecomeçoWhere stories live. Discover now