Capítulo Trinta E Sete

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Nós vivemos sob uma terrível ilusão de imortalidade. Nos relacionamentos, por exemplo : As vezes a pessoa está lá, a sua disposição, ao seu alcance. E o que a gente faz é infelizmente se adaptar e cair em certa ilusão de que a pessoa vai ficar pra sempre à nossa disposição e ao nosso alcance. E essa ilusão é perigosa. Por quê? Porque um dia a pessoa vai embora e é rápido, muitas vezes. É num piscar de olhos.

E num instante, a pessoa que esteve por anos à anos disposição já não mais esta lá. As vezes é por força da natureza, ou as vezes, é por decisão dela mesma. Afinal de contas, todos nós, já chega uma hora, que quando somos tratados com descaso, ou quando a nossa presença não é valorizada, nós tendemos à irmos embora.
E é aí, nesse momento, que chega ele. O sentimento mais comum que existe nesse vazio que é deixado pelas pessoas que vão embora : O arrependimento.

Na raiz do arrependimento existe um certo tipo de esperança, a esperança que vem do verbo esperar. O arrependido é ou foi esperançoso. Esperou o momento certo, esperou a hora certa, esperou as coisas mudarem. Esperou ao invés de agir. E isso se remete ao início "Nós temos a ilusão de imortalidade".

Pois, se nós tivéssemos a consciência de que cada minuto é um minuto à menos de nossas vidas, de que cada instante é um investimento, eu acredito, que provavelmente a gente abordaria o mundo de uma maneira diferente. E com isso, eu acho, que a grande maioria da mesquinharia iria desaparecer.

Por isso eu digo : Consciente da sua própria mortalidade, talvez, você não ficasse se apegando à coisinhas pequenas e à picuinhas nos relacionamentos que você tem, com as pessoas que você ama. Um dia você não irá mais pertencer à isso, não irá abrir os olhos, ou irá ter tempo para se arrepender de algo.

Talvez com a consciência de sua mortalidade você ame mais, perdoe mais, se arrisque mais, viva mais.

......

Naquela noite eu fiquei o tempo todo esperando notícias de Sabrina, algo que pudesse me dar mais alguma pista de Margot.
Tentei ocupar minha cabeça enquanto tocava alguma coisa em meu violão. Ficar pensando muito me c
Por algum motivo eu estava um tanto triste, me senti angustiada o dia todo.

Como se eu soubesse que algo estava errado.
Olivia e Aaron já haviam dormido, e o silêncio da minha enorme casa estava alimentando o meu mal estar.

A única coisa que me deixava bem quando eu estava assim era olhar as estrelas no meu quintal. Então me levantei do sofá e fui contemplar o céu. A noite estava fria, mas eu não liguei para isso. Me sentei em meio a grama verde e me encostei no tronco de uma árvore de ype.

Eu adorava aquilo, olhar para a imensidão estrelada me dava a percepção de ser infinita, e isso me fazia sentir melhor diante aos meus problemas. Não importa o que fossem, nunca seriam grandes o bastante.

Já haviam se passado uma hora e meia e sinceramente, eu podia passar muito mais tempo ali, na mesma posição olhando para cima. Porém, meu lapso foi interrompido por um barulho estranho. Ouvi passos em frente à minha casa, então eu me levantei e fui ver o que era.

Calmamente andei com cuidado, observando tudo ao meu redor
Aquela sensação de desespero começou a aparecer quando fui para frente da casa. Não tinha ninguém. O que me deixou ainda mais nervosa.

Quando me virei para voltar à varanda, tomei um susto que quase me fez desmaiar de medo :

- BUU!

- Layla do céu! Você quase me matou de susto, garota! -Disse, com a mão no coração. - O que você faz aqui uma hora dessas?

- Eu vi visitar a minha irmã, e não sei o por que, mas algo me dizia que você estaria aqui. - Respondeu ela, olhando para os lados.

- É.. Eu moro aqui.

- Estranho... - Layla dizia.

- A Margot está com você. -Perguntei,tentando quebrar o gelo.

- Não...ela foi numa festa no hospital que ela trabalha. - Respondeu ela, indiferente. - Mas.. E você?

O que faz aqui fora nessa noite tão fria?

- Gosto de ficar aqui, olhando para as estrelas. - Respondi. Layla deu um sorriso de canto e em seguida, veio me abraçar.

- Eu estava com saudades de você.

Enquanto eu escutava aquelas palavras, meu corpo se prontificou em alarmar meus sentimentos. Minha respiração ficou extremamente ofegante, enquanto meu coração danou a bater rápido.

Layla percebeu aquilo e olhou me dentro de meus olhos, tentando enxergar a alma que em mim habita. Tentando me decifrar, ler minha mente, procurar respostas. Respostas que eu não podia dar naquele momento :

- Por que você se esquiva tanto de mim? -Perguntou ela, ainda olhando em meus olhos castanhos.

- Não é esquivo! -Respondi.

- É o que então?

- É esperar você ter a certeza de tudo.

- Megan, eu estou cansada de tentar descobrir tudo sozinha.

- Eu imagino que esteja.

- Então me ajuda - Disse Layla, me puxando pela cintura. Nossos lábios se encontram em um beijo excitantemente demorado. Suas mãos passeavam pelo contorno do meu corpo, enquanto sua língua acariciava a minha.

Sei que não é muito agradável beijar de olhos abertos, mas eu precisava vê-la. Precisava ter a certeza de que aquilo estava realmente acontecendo. Ela era linda demais para que eu não pudesse contemplar sua beleza, enquanto nossos corpos estavam unidos :

- Eu sabia! -Exclamou Layla, após o beijo terminar.

- O que?

- Eu sabia que tinha algo à mais em você, Megan. - Respondeu ela, olhando para mim com ternura.
Deixei então, que meus medos fossem embora e tornei à beija-la de novo. Mas dessa vez, ela queria algo à mais.

Layla me encostou na árvore de ype e tirou a blusa, deixando seus mamilos à mostra. Tentei me controlar ao máximo para não fazer alguma burrice antes da hora, mas não me contive. Tomei ela em meus braços, tirando o resto de suas roupas.

Era maravilhoso ter a mulher da minha vida de volta mas ela estava se apaixonando por mim, enquanto eu já a amava perdidamente. Talvez uma coisa não acontecesse duas vezes da mesma maneira, mas isso não me importava mais.

Only Wolf 3 - RecomeçoNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ