Only Wolf 3 - Recomeço

Capítulo Vinte E Dois

Passaram se três dias desde incidente do bar, eu sentia um certo desconforto em lembrar o que tinha acontecido. Na verdade eu precisava fazer algo para distrair a minha cabeça. Já não aguentava mais ficar dentro do meu quarto mergulhada na minha depressão mental. Eu estaria bem pior se não fosse o Aaron passar todos os dias comigo desde que voltei para casa, ele não se desgrudava de mim nem por um segundo, talvez só na hora em que um de nós íamos ao banheiro. Porém, mesmo assim eu decidi procurar meu antigo trabalho e voltar a ativa :

- Tem certeza que você quer ir trabalhar? Você sabe que não precisa, somos milionários. - diz Aaron, olhando para mim enquanto me arrumo.

- Correção.. VOCÊ é milionário! Eu não tenho direito algum. Nem o nome da família eu possuo mais. -Respondi.

- Me desculpe Megan, eu só..

- Aaron, tudo bem. Eu estou só brincando.. - disse rindo. - Quando foi que você perdeu o senso de humor?

- Sua idiota! - respondeu ele rindo, também. - Bom, imagino eu que você queira ocupar sua cabeça.

- É exatamente isso. Preciso seguir em frente.

- Sabe Megan, é ótimo você seguir em frente.. Mas você acha que pra isso teria que ter um motivo? - Perguntou Aaron.

- E não tem?

- Ao meu ver, você só está querendo distrair sua cabeça para não enfrentar o que você deve enfrentar. A Layla não sabe que você voltou .. Não acha que ela deveria saber disso e principalmente do que se passa dentro do seu coração?-Respondeu meu irmão.
É claro que ele tinha uma certa razão, eu estava mesmo com medo do que ela poderia falar ou sobre qual seria a reação dela em me ver. Depois de tantos anos, minha coragem se foi com o passar dos anos.

- Bom, eu prometo que irei conversar com ela no seu noivado. - disse meio sem graça.

- Ótimo! - Disse Aaron, se aproximando de mim e me abraçando por trás. - Eu só quero o seu bem.

- Eu sei.

Nos abraçamos e eu então terminei de me arrumar. Desci até a minha garagem e peguei minha moto não resisti em olhar para o rumo da casa ao lado. Suspirei um pouco e continuei o que estava fazendo. Subi na moto, dei partida e segui em frente.
O dia estava nublado e um pouco frio, o que me deixava um pouco mais triste. Mas mesmo assim, me mantive focada por todo o trajeto. O caminho até o F. B. I a qual meu antigo parceiro trabalha era um pouco longe, o que me permitia espairecer minha cabeça mais um pouco diante aquela paisagem linda, cheia de flores, árvores, uma brisa cortante e uma estrada simetricamente perfeita para viajar.
Ao chegar em meu destino, uma onda de nostalgia tomou conta de mim e me deixou apreensiva, mas tomei um pouco de coragem e imediatamente entrei no prédio. Logo na entrada eu me identifiquei fazendo com que liberassem a minha passagem até eu chegar na recepção :

- Bom dia! Quero falar com o Agente Shaw, por favor. - disse

- Claro! Irei avisar de sua chegada senhorita..ahm..

- Megan Acaster!

- Ok! - disse a recepcionista, enquanto telefonava e avisava sobre a minha chegada. Ela sorrio de forma positiva e me informou o andar para qual eu deveria subir.
Quando o elevador chegou ao andar e abriu a porta, logo reconheci aquele homem robusto, de cabelo e barba grisalha que sorria para mim de uma forma amigável, sai do elevador e ele veio me abraçando e dizendo

- Não acredito que é você! - Disse Artur.

- Artur... - disse retribuindo o abraço.

- Venha, minha querida. Vamos até a minha sala para conversarmos.

Fomos até seu enorme escritório, todo de vídro e cheio de tecnologia por toda a parte, Artur me levou até a sua mesa e como sempre foi um cavalheiro e afastou a cadeira para que eu me sentasse, e em seguida se sentou na minha frente

- E então? No que posso te ajudar, minha querida?

- Eu quero voltar a trabalhar, servir ao F. B. I.

- Ahh, ok.. Vamos dar uma olhada na sua ficha. - disse Artur, pesquisando no computador que estava em sua frente. - Bom, você pediu dispensa à 4 anos.. Teve sucesso em todos /os casos, exceto pelo caso Anderson... Bom, sua ficha é excelente, acho que eu consigo retomar o seu emprego.

- Que ótimo! - Disse euforica.

- Você começa na semana que vem, Megan.

- Obrigada! Eu estou realmente precisando voltar ao trabalho, manter minha cabeça ocupada. - Disse agradecendo.
Levantei da cadeira, apertei a mão de Artur e me despedi. Antes de eu sair, após checar algo no computador ele perguntou algo de uma forma desconfiada :

- Megan, aqui diz que sua identificação foi apresentada no aeroporto de Nova York... O que você estava fazendo lá?

Meu coração gelou no mesmo momento, eu não podia contar o que eu realmente estava fazendo em Nova York, porém eu não podia dar bandeira. Pensei em algo sutil e logo respondi a pergunta :

- Fui visitar uma velha amiga. Peço desculpas por ter usado o meu distintivo do F. B. I.

- Tudo bem, minha querida. Mas que não se repita caso faça uma viagem que não seja profissional. - Respondeu Artur. - Está dispensada.

- Sim senhor.

- E ah.. -diz ele, complementando a frase - Seja bem-vinda. Sorri de modo amigável e respondi com a cabeça um "ok". Respirei o mais fundo possível e fui até o elevador, que por sorte estava livre e vazio. Ao apertar o botão do primeiro andar e a porta se fechar, coloco as mãos na boca como se meu coração fosse explodir de tanto medo que tive.
Eu tentei salvar uma pessoa e talvez eu seria presa se alguém soubesse o que eu tinha feito, porém, eu não consigo me imaginar não fazendo aquilo que fiz.

Ao sair do prédio e andar até chegar no estacionamento e pegar minha velha moto, botei minha jaqueta e fiz um coque mal feito para botar o capacete preto fosco, que era uma herança do meu pai. Instantaneamente peguei o celular e mandei uma mensagem, eu precisava conversar com aquela mulher antes que alguém descobrisse algo. Pedi para que ela me ligasse daqui uma hora e fui direto para a casa.