Morte súbita. Senti os pelos do meu braço se arrepiarem ao ouvir tais palavras. Tomei coragem para virar o rosto e percorrer meus olhos até achar Layla. Lá estava ela.
Com um vestido branco com rendas.
Seus cabelos loiros e ondulados estavam enormes, uns 20 centímetros a baixo dos seios.
Seus traços amadurecidos pela idade reluzia com todo o seu esplendor, seu sorriso ainda era o mesmo. Ela continuava linda:- O que eu faço? - Pergunto desesperada , ao voltar o olhar para Dion.
- Vai falar com ela! Mas leve ela para um lugar reservado. Aqui tem muita gente que conhece a Margot. Podem interpretar errado, sei lá. - Respondeu ele, olhando para os lados. - Eu te dou cobertura.
- Sério?
- Claro, amiga. Olha, lá atrás tem um jardim, você me espera lá que eu levo a Layla.
- Ok!
- Então vai.
Dion e eu nos levantamos ao mesmo tempo e fomos para direções opostas. Eu caminhei até a porta, mas no instante em que coloquei a mão na maçaneta da porta de vídro me ocorreu algo. Eu já estava cansada de me sentir impotente, eu não era uma garota frágil, não precisava de ajuda para nada e conversar com Layla, era uma delas. Eu iria me arrepender de não ter tido coragem de dar minha cara à tapa.
Respirei fundo e dei meia volta. Os passos até a mesa, eram passos de vitória. Tudo ao meu redor parecia estar em slow motion. Em um segundo que olhei para o lado, pude notar que Aaron estava olhando para mim, ele sorrio e logo vi que era a coisa a se fazer.
Dion estava estendendo a mão para Layla e ao chegar mais perto deles, eu pude ouvir ele convidando-a para dançarem :
- Com licença! - Disse, cutucando os ombros de Dion. Ele me olhou espantado e deu um passo para trás, deixando Layla e eu frente a frente. Eu engoli seco e dei um suspiro misericórdioso.
Layla franziu a testa ao olhar para o meu rosto e logo arregalou os olhos ao me reconhecer, colocando as mãos na boca - Não acredito - Ela disse.- Oi! - Disse, um pouco acanhada. Layla se levantou e veio em minha direção. Com as mãos ela tocou o meu rosto, sorrindo.
- Como.. Quando.. Ah.. Meu Deus.. É.. você.
O toque das suas mãos macias foram a melhor sensação que eu havia sentido à muito tempo. Eu a abracei, nossos rostos estavam colados e eu sentia seu coração disparado. Ela se afastou e olhou para mim novamente, uma lágrima rolou em seu rosto e eu senti Dion se aproximando de nós :
- Queridas, eu acho que vocês têm muito o que conversar,mas não aqui. Vão para o jardim para terem mais privacidade. - Disse ele, olhando para os lados. -Ta todo mundo encarando vocês, viada.
Sentadas no banco de um jardim, ouvindo o som abafado das pessoas conversando dentro do salão. Entre nós duas, um silêncio gritante. Layla não parava de me encarar e naquele momento eu não sabia muito o que dizer
- E aí, como você está? - Perguntei, tentando quebrar o gelo.
- Depois de onze anos, é isso que você me pergunta? -Perguntou Layla, séria.
- Desculpa.. E-Eu não sei muito o que dizer.. Me desculpa. -Respondi, abaixando a cabeça. Layla revirou os olhos e virou as costas, se levantando do banco. - Sabe o que é você se casar com alguém, amando outra pessoa?
- Amando? - Perguntou Layla, se virando e voltando para perto de mim. Seu tom de voz era confuso, e sua voz estava rouca, como se fosse começar a chorar.
Eu me levantei e fui em direção à ela, nossos rostos ficaram 5 centímetros de distância, peguei em suas mãos e respondi.- Todos os dias desde quando eu te conheci.
- Você nunca disse que me amava, Candice.
- Eu também nunca disse que sou louca por você.. Mas eu sou.
Layla sorrio com os olhos, me abraçou e começou a chorar. Eu pude sentir suas lágrimas caírem em meu ombro, fazendo com que eu começasse a chorar, também.
- Porque você demorou tanto pra voltar?
- Tudo estava tão complicado, que eu não quis te envolver nisso. - Respondi, acariciando suas costas.
O abraço durou uns dez minutos e eu não queria que ele acabasse nunca. Eu esperei por aquele momento por onze anos e eu não queria solta-la nunca mais.
- Com licença! - Disse Dion, se aproximando.
- Oi?! - Perguntou, Layla se afastando e limpando as lágrimas que caiam sem parar.
- Eu não queria interromper mas.. A Margot acabou de chegar. -Respondeu ele. - Achei que deveriam saber.
- E-Eu tenho que ir! - Disse Layla ao olhar para mim.
- Tudo bem! Eu só queria te ver, falar com você um pouco.
- Olha.. Eu.. eu tenho um tempo livre amanhã. Quer se encontrar comigo? - Perguntou Layla.
- Claro.
Após eu responder, ela foi embora. Layla olhava para trás a cada passo dado em direção ao salão. E eu fiquei ali, parada. Apenas contemplando o amor da minha vida.
- Sabe, quando eu vi vocês duas se abraçando, eu lembrei o porquê eu amo tanto o meu namorado. - Disse Dion, cruzando os braços e sorrindo para mim. - Um amor tão puro e único.
° Dêem uma olhada na minha obra nova : Boa Noite, Atlanta.
Bjs
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Only Wolf 3 - Recomeço
Romance2° lugar no ranking por uma semana (LGBT+) Quando tudo parecer perdido, recomeçar pode ser mais difícil do que imaginam. No último livro da trilogia Only Wolf, conto a história de Candice Baker que é mais uma garota que passa por toda a homofob...