Capítulo Treze

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Eu não podia acreditar que aquela garota tinha o poder de me fazer sentir tão bem, parecia que nada do que acontecesse poderia roubar a felicidade que ela me trazia.
Layla ainda estava pendurada na janela tocando o seu violão para mim e me olhando com aqueles olhos azuis penetrantes que faziam meu coração disparar de uma tal forma que nunca havia acontecido antes, eu sentia que ela despertava em mim o melhor que eu podia ser. Claro que era muito precoce, eu só a conhecia à duas semanas, mas eu não podia negar tais sentimentos.

- Você canta muito bem! - Disse admirando ela da minha janela. Eu não tinha coragem de sentar como ela tinha feito então fiquei em pé.

- Ora, muito obrigada! Vindo de você é uma honra. - Respondeu ela botando o violão do lado de dentro da janela.

- Vindo de mim?

- Eu escuto você praticar, as vezes, te acho brilhante.

Senti na hora a minha bochecha ficando vermelha e quente de tanta vergonha - O que mais ela tinha reparado em mim? - pensei comigo mesma

- Obrigada, também. -Respondi. Após ter agradecido, Frank bateu na porta e entrou dizendo que meus pais estavam chegando. Agradeci à ele pelo recado e fiz cara de enterro. Eu não sei se eu conseguiria olhar para a cara do meu pai sabendo do que ele tinha feito.

- O que foi, Can? - Perguntou
Layla após perceber a minha cara.

- Não quero ver meus pais, é uma longa história.

- Sei.. Bom.. Eu também sei o que fazer. Se troca e me espera na porta dos fundos daqui cinco minutos, pode ser?

- Ta mas.. Eu tenho que..

- Confia em mim, Candice. Te encontro daqui cinco minutos. - Disse Layla após entrar para dentro do quarto, fechar a janela e em seguida a cortina.
Não entendi muito bem qual era o plano mas qualquer coisa seria melhor do que enfrentar o Sr. johnny Baker e seus documentos homofóbicos.
Sem demorar eu coloquei um tênis de cano médio vermelho e uma blusa de manga cumprida preta para combinar com a calça e desci para esperar Layla na porta dos fundos.
que dava também para a garagem, eu estava escorada na parede pensando no que eu tinha descobrido de manhã, eu estava de cabeça baixa quando senti alguém me abraçando por trás e me dando um beijo na bochecha, na hora eu abri um sorriso

- Desculpe a demora! - Disse Layla.

- Tudo bem!

- Onde essa porta da? - Perguntou ela olhando para a porta do lado.

- Dá pra garagem -Respondi abrindo ela. No mesmo instante vimos a garagem se abrindo e as rodas de um carro esporte aparecerem, era meu país. Layla me puxou rapidamente e fomos correndo para a porta da frente, no trajeto esbarrei com Aaron que olhou pra mim sabendo que eu não estava muito afim de ver nossos pais - Candice, leve o carro - disse ele jogando a chave do carro dele que estava estacionado na frente da casa.
Entramos e eu saí em desparada, cantando pneu e tudo, olhei pra Layla que estava gargalhando e perguntei

- E aí pra onde vamos?

- Vamos à praia - Respondeu ela.

- Ta frio, não da pra ir à praia. - Retruquei

- Confia em mim, garota.

- Tudo bem! -Respondi. Dirigi até a praia mais próxima.

Apesar de estar nervosa, aquilo me animou muito.
Nós estendemos uma blusa minha que estava dentro do carro na areia, onde botamos nossos pertences e nos sentamos, de frente para o mar. Eu olhei para Layla. O vento estava batendo em seu rosto e balançando seus cabelos de forma armoniosa. Ela era realmente linda e estava ali, sorrindo pra mim.

Estava muito frio então tirei minha blusa e dei para Layla se cobrir, por baixo eu estava com uma blusa preta que marcava meu corpo.
. Não pude deixar de notar o corpo de Layla, também. Ele era muito bonito, instigante. Vi ela olhando para o meu da mesma forma e não pude segurar o sorriso, que ficou estampado no rosto.

- Que foi, sua boba? - Layla perguntou.

- Na-nada... - eu disse, envergonhada.
Ela me puxou, deitou minha cabeça em seu colo e começou a acariciar meus cabelos.

- Que tal darmos um mergulho? - ela disse.

- Mas ta frio, garota.

- Você reclama muito, Baker.

Concordei, acenando com a cabeça, e fomos. A água estrava fria, quase congelando. Nós entramos juntas. De brincadeira, chutei água na direção dela, que deu um pulo por causa da temperatura do mar.

- Ei! Ah, é? Agora, vou ter que me vingar. - ela exclamou e logo começou a jogar água em minha direção. 

Nós continuamos brincando, e percebi que eu estava muito menos nervosa. Na verdade, eu mal estava preocupada. Estar ao lado de Layla esvaziava minha cabeça e me deixava um tanto calma.
Ela, então, chegou perto de mim e me abraçou. A abracei de volta e ficamos assim, até que uma onda estourou perto de nós e interrompeu o abraço, nos fazendo rir. Voltamos para areia e ficamos deitadas na blusa, uma ao lado da outra. Depois de alguns minutos, senti a mão dela segurando a minha. Meu coração começou a bater mais forte e eu devia estar sorrindo muito, porque ela me olhou e sorriu também.
Ficamos na praia por horas, nos divertindo e conversando. Comemos iscas de peixe e tomamos sorvete,ela me contou sobre a vida dela e eu só a ouvia com toda a atenção do mundo, e ficamos abraçadas na canga. Ao olhar para o céu, percebi quanto tempo havíamos ficado lá: o sol estava perto de se pôr.
- Layla... Nós podíamos ver o pôr do sol juntas, certo? - eu perguntei.

- Pôr do... - ela olhou para o céu - Nossa, já estamos aqui há horas. Bom, claro que podemos, Can. - ela respondeu e sorriu para mim, me puxando pra perto.

Minutos depois, o sol começou a se pôr. Os últimos raios laranjas já podiam ser vistos. Já que o céu estava limpo, pudemos ver o evento com clareza. Enquanto assistíamos, não trocamos palavra alguma. Ela segurava e acariciava minha mão gentilmente. Olhei para ela e, pela primeira vez em algum tempo, me senti verdadeiramente feliz.
Ela me olhava frenéticamente como se queria dizer alguma coisa

- O que foi? - Perguntei.

- Nada eu só estou preocupada com a minha avó. Meus pais na volta passaram para visitar ela.

- Ela está bem?

- Por enquanto, sim! Ela sofre de Alzheimer. Não sabemos se isso é genético.

- Quer dizer então que se isso for genético, daqui uns 20 anos você vai ter se esquecido de mim? - Disse rindo para quebrar o gelo.

- Eu não seria capaz de esquecer você, nunca. - Respondeu Layla sorrindo.

- Sabe.. Eu tenho uma leve impressão de que você vai bagunçar a minha vida toda, Layla Svetha.

- Uma baguncinha não faz mal a ninguém - Respondeu ela me beijando.

Only Wolf 3 - RecomeçoWhere stories live. Discover now