Capítulo Seis

1.7K 149 15
                                    

[...]

Conhecendo bem meus amigos, aquela noite não seria nada normal ou "apenas" uma festa. Começando pelo carro de Charlotte não ser convencional, seu pai, além de ter o restaurante, também tinha uma empresa de aluguel de limousines, então ela certamente veio dirigindo uma delas.
Quando desci, Lotte e Dion estavam me esperando na porta da limousine, percebi que Layla não estava lá ainda.

- Cadê ela? -perguntei.

- Ela mandou mensagem dizendo que já estava descendo. - respondeu Dion.

Passaram-se dez minutos até que vimos a porta da frente da casa de Layla se abrindo. Ela falava com alguém no telefone enquanto caminhava até nós, e quando ela chegou, foi logo abraçando Dion como se ele fosse um dos seus melhores amigos, em seguida ela deu um beijo rápido em Charlotte e por último ela veio até mim, chegou bem perto do meu rosto e colocou sua mão esquerda no meu quadril... Ao inalar seu perfume meu coração começou a disparar freneticamente, minhas pernas ficaram bambas e eu comecei a suar.

- Feliz aniversário, Can. - Layla disse em meu ouvido.

- Ahmm... Obri... Obrigada... Ahm... Ch-Charlotte, eu vou dirigindo. Vocês três vão atrás conversando. - respondi, pegando a chave da mão de Charlotte e indo para dentro da limousine.

Fui dirigindo até a festa, eu adorava Miami Beach e conhecia aquilo como a palma de minha mão. Volta e meia, eu olhava para o retrovisor e Layla coincidentemente trocava olhares comigo.
Ela estava linda, com uma saia de cós alto de couro preto, uma blusinha do Rolling Stones e salto alto preto. Seus cabelos loiros dourados que iam até a metade da barriga destacavam-se em sua roupa e seus olhos azuis pareciam penetrar a minha alma. Eu detestava aquela garota, mas não podia negar que ela mexia um pouco comigo, ou muito.
Quando chegamos na festa, eu estacionei perto de uma árvore na esquina, desci da limousine e abri a porta de trás para os meninos descerem.
Passamos pelo jardim e a música estava alta, tinha copos espalhados por todo lado e papel higiênico jogado nas árvores. Era uma zona! Dion, que conhecia a dona da festa, foi entrando dentro da casa e veio apresentar-nos à ela.

- Pessoal, essa é a amiga da minha prima, Emma. Emma, esses são meus amigos. Espero que não tenha nenhum problema.

- Magina, Dion. A festa é por causa do aniversário da minha irmã Rebeca, e além disso, qualquer amigo de um Parker é bem vindo aqui. Podem entrar. - disse Emma, dando um copo na mão de cada um.

- Que coincidência, é o aniversário da minha amiga Candice,também. - disse Dion, apontando para mim.

- Sério? Então feliz aniversário! - respondeu Emma, sorrindo para mim - Curtam bastante, pessoal.

Entramos e logo fui beber alguma coisa, peguei uma cerveja que estava em cima da mesa. Ao olhar para o canto, percebi que Layla estava conversando com várias garotas.

- Está com ciúmes, Baker?

- Pô, que susto, Charlotte... É... Não sei do que você está falando. - respondi.

- Qual é, Can?! Até quando você vai ficar tendo raiva da garota que não fez nada pra você? - perguntou Charlotte, enquanto bebia um gole de vodka - Além do mais, dá pra notar a química entre vocês duas.

- Eu até posso estar atraída por ela, mas tenho certeza de que... Não é uma boa ideia.

- Você quem sabe, Can.

- Ah... Não! - disse, não acreditando no que eu estava vendo.

- O que foi? - perguntou Charlotte, procurando algo.

- A Alice está aqui!

- Meu Deus, quem é aquela que está com ela?

- Quem? - perguntei.

- Aquela garota maravilhosa, toda tatuada e bronzeada, ali.

- É a garota que Alice é apaixonada. - respondi, dando mais um gole na minha cerveja.

- Não é à toa.

- Charlotte?!!!

- Desculpa.

- Vem, vamos sair daqui antes que ela me veja. - disse, puxando a Charlotte pelo braço.

Tinha muitas pessoas na casa, apesar de não ser pequena, ainda assim estava uma coisa sufocante. Se não me engano, eu até tinha visto pessoas no telhado pulando com bicicletas. Tinha latas e cerveja por todo o chão, tinha meninas se beijando, garotos se beijando, héteros se beijando, enfim. Estava tudo uma loucura.
Eu recebia uma cantada ou duas de umas meninas e também de um garoto estranho que estava vestido de galinha, mas eu não conseguia tirar os olhos de Layla. Depois da décima quinta lata de cerveja, eu já estava um pouco desencanada com o fato de eu não ir muito com a cara dela, então fui lá falar com Layla. Ela estava sentada no sofá e tinha um garoto ao seu lado que parecia estar incomodando-a. Cheguei perto o suficiente para que ele me notasse e então, sorri para Layla.

- Oi, meu amor, desculpa eu ter demorado pra chegar. Não conseguia uma vaga pra estacionar. -disse, na tentativa do cara se tocar e sair dali. Layla parecia não ter entendido nada, então pisquei e ela entrou na brincadeira.

- Ahm... Tudo bem, amor. Não tem problema. Ainda bem que você chegou.

O rapaz fez uma cara de nojo, pegou a bebida dele e saiu esbarrando o seu ombro no meu, aproveitei o lugar vago e me sentei ao lado de Layla, que parecia estar eufórica, confusa e aliviada ao mesmo tempo.

 - Nada como uma falsa namorada para espantar um hétero. - eu disse, na tentativa de quebrar o gelo.

Ela riu, concordou comigo e então, o papo foi fluindo de uma forma totalmente fácil, em momento algum eu precisei forçar algum assunto com ela, e isso era ótimo!
Com o passar dos minutos, eu já podia concordar com ela, pois de fato nós gostávamos das mesmas coisas e isso era realmente impressionante.

- Posso te perguntar uma coisa?

- Claro! - respondi.

- Porque parece que você não vai muito com a minha cara? Ou pelo menos não ia, né.

- Digamos que eu tive uma má impressão sobre você, mas isso com certeza já passou. Você é legal. - respondi, olhando pra ela. Involuntariamente, acabei pegando em sua mão. Dava pra sentir o clima no ar.
Ela retribuiu o olhar e não tirou a mão fora. Isso, para mim, queria dizer que ela tinha gostado. Não vou mentir, mas o álcool colaborou muito pra aquilo acontecer. Eu jamais teria tido essa coragem, ainda mais com alguém com quem eu não ia com a cara.

- Você quer dançar?

- Claro - respondi, me levantado e colocando minha cerveja em cima de uma mesinha que tinha em nossa frente.

Layla ainda estava com a mão na minha e então, me puxou com a mesma. Estávamos frente a frente e eu engolia em seco de nervosismo. A música era What's My Name da Rihanna. Tomei a coragem necessária e puxei ela pela cintura, ficando ainda mais próxima, dava pra sentir seu corpo tocando no meu enquanto dançávamos. Minhas duas mãos continuavam em seu quadril, enquanto uma mão dela segurava minha nuca, quase não dava pra ver as outras pessoas, pois por um instante, eu só a enxergava. Quando chegou ao clímax da música e Layla estava me olhando o suficiente pra eu achar que dali sairia um beijo, a música foi interrompida e começamos a ver várias pessoas correndo escada acima, subimos pra ver o que estava acontecendo, até que vi a garota que estava com a Alice. Ela saiu de dentro de um quarto e correu em minha direção, esbarrando em mim. Ela mal olhou para trás e nem pediu desculpas por ter feito aquilo, então subi mais alguns degraus e vi Alice dentro do quarto, semi nua. As pessoas estavam comentando sobre aquilo, mas logo voltaram a se divertir na festa e eu fiz o mesmo, até dar a hora de todos irem para casa. Chamei os meninos e fomos pegar a limousine, Dion e Layla estavam morrendo, então Charlotte foi comigo no banco da frente.

- E aí, vocês são amiguinhas agora?

- Ela é legal e eu admito isso. - respondi.

- Sei! - disse Charlotte, rindo.








Dêem uma olhada em Entre laços e Quatorze Dias. Tenho certeza que vocês também iriam gostar dessas minhas duas histórias.
Beijos 💓

Only Wolf 3 - RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora