Mensagem dos Mestres - Sobre fazer o bem e a ingratidão humana

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"Como é difícil fazer o bem sem esperar nada em troca. Como é frustrante perceber as vezes que o bem que realizamos parece nunca chegar a tocar realmente o atma, a alma das pessoas e que estamos simplesmente caminhando sem rumo, sem direção certa e que estamos desperdiçando energias com pessoas que não valorizam os nossos esforços. Mas isso, dizemos a vocês, é a ilusão da matéria, por que não enxergam os pequenos fios que os ligam e as vibrações que emanam quando realizam esse bem. E não esperem mesmo retribuição. Por que ouvir um obrigado quado pode receber bençãos divinas e sua própria iluminação? Pensem nisso, pensem no tipo de retribuição que qualquer ser humano pode lhes dar e multiplique isso infinitamente, é a retribuição divina que devem esperar, pois estão realizando, da forma que podem, um plano divino e deste modo, fazem parte da criação também. Hoje, duas forças motrizes caminham sobre a Terra, a força da criação e do amor, e a da destruição e do ego. Mesmo aquele que acredita não estar fazendo nada, já escolheu um desses dois caminhos e está neste momento semeando as sementes do caminho que escolheu. Analise seus atos, suas ações e veja qual semente está plantando neste momento sobre o planeta. Quem mais do que nós sabe o quanto é difícil dedicar milênios a evolução humana e parecer por vezes que nossos esforços são em vão. Seu próprio anjo da guarda, que há milênios caminha do seu lado, o amparando e guardando em cada milésimo de segundo em sua jornada, que quase nunca é lembrado e abnegadamente, continua plantando em sua vida as sementes de amor e criação. E pensam ainda em ingratidão? Imaginem estar presos ao lado de alguém a quem foi consagrado apenas para lhe fazer o bem e esse ser muitas vezes duvida da sua própria existência. Livrem-se do ego, afastem-se do orgulho, busquem, sabemos ser difícil, mas busquem em seus corações a forte intenção de fazer o bem esperando mesmo que ninguém o saiba. Somente assim serão como anjos na Terra aos olhos do Criador e terão o seu agradecimento e seu reconhecimento... Bem diferente do reconhecimento e gratidão que qualquer ser humano possa lhe dar. "

O próprio conceito da palavra ingratidão já pressupõe o que se esperava na verdade através de um ato de bondade, do auxílio que estamos dando a alguém: gratidão. Como disse anteriormente, fazer o bem, praticar a 'falsa bondade' que como disse, não passa no fundo de mais um trabalho a ser remunerado cria sempre o sentimento de mágoa em nós mesmos, porque na verdade o que buscávamos era o reconhecimento, em forma de gratidão ou dívida da pessoa a quem estávamos ajudando. Nessa faixa vibratória, nessa nossa etapa da evolução onde somos extremamente egoicos ainda, muito mais reativos que proativos, agindo através de nossos instintos mais animais e sobre o comando de nosso cérebro - e não comandando ele -, agimos através de um conceito que dentro da caba é chamado 'pão da vergonha'. O 'pão da vergonha' nada mais é que a sensação de desilusão, de vergonha mesmo ao percebermos que fomos incapazes de conquistar uma vitória, aprender uma lição ou superar uma dificuldade sozinhos. Claro que o 'pão da vergonha' é característico de seres ainda orgulhosos, que acreditam ser autossuficientes e que não precisam de ninguém, que não compreenderam ou não sabem que na verdade todos nós estamos em constante auxílio mútuo, mesmo inconscientemente, tais quais as células de nosso coração com o objetivo de fazê-lo funcionar harmoniosamente. Essas pessoas ainda não absorveram o conceito real de Unidade e, portanto, se sentem 'separados' de todas as outras pessoas, de todos os seres à sua volta, da natureza e mesmo da Grande Mente Universal, com quem buscam ainda se religar, acreditando que em algum momento estavam separados para existir essa necessidade de religação. Ora, você com certeza percebeu que aqui eu fiz uma descrição de nós mesmos, seres encarnados nessa etapa evolutiva. 

Para que compreenda como o 'pão da vergonha' funciona, vou dar um exemplo em nossa vida prática, em nosso cotidiano. Imagine que você é um pianista, aprendeu a tocar piano durante anos, estudou e se dedicou com a finalidade de participar de uma seleção que o levaria a fazer parte de uma grande orquestra, o sonho de sua vida. Você se prepara para esse concurso, conciliando com todas as outras atividades de sua vida, mas dando o melhor de si mesmo; o dia do concurso chega, você é escolhido. Claro, você se enche de alegria, de felicidade, de admiração por si mesmo, vê o reconhecimento no olhar de todos os seus familiares, de seus amigos, se sente vitorioso! Logo depois descobre que seu pai, temendo pelo seu futuro, querendo te ver realizado, sabendo que fazer parte de uma orquestra era o grande sonho de sua vida, conversou antes com a bancada julgadora explicando todos os seus esforços, e pediu para que lhe desse uma oportunidade que seria posteriormente recompensada por ele. Independente do resultado final, sem pensar que independente disso, se fosse realmente um pianista ruim não teria bancada julgadora que o escolheria, pois seus nomes como artistas estariam em jogo, você se sente triste, amargurado, uma fralde e sente que seu pai foi o responsável por tirar a sua oportunidade de ser um vencedor por si mesmo, pelos seus próprios esforços. Você sentiu 'o pão da vergonha', reagiu à situação, e nesse caso, vai mesmo se revoltar contra o seu pai, querer se afastar dele para ter a certeza que irá a partir daquele momento conquistar seus objetivos por si mesmo, agindo a partir do ponto de vista de muitos (porque afinal não há bem e mal absolutos em todas as questões, já que não passam de pontos de vista) como um filho ingrato. Nesse momento, alguns de vocês concordaram com o filho, e se colocando no lugar dele também ficariam revoltados, se sentiriam enganados; outros se colocaram do lado do pai, refletindo que tudo o que ele fez foi por amor, e que no final das contas, ele de fato não fez nada para prejudicar seu filho, somente o ajudou a conquistar um sonho, a se realizar como ser humano. Os primeiros reagiram automaticamente ao ler a história, movidos por seus poderosos Egos, foram reativos; os segundos refletiram todos os ângulos da questão, se colocaram no lugar do filho, se colocaram no lugar do pai, analisaram o resultado final que foi na verdade um bem, mesmo o pai não tendo confiado totalmente no talento de seu filho e gerando sentimentos negativos nele por essa falta de confiança; esses últimos foram proativos. 

Mensagem dos Mestres - Guia para o Novo Humano na Nova TerraWhere stories live. Discover now