Na casa dela

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- Quem é? - perguntou Stace, quando bati em sua porta no horário marcado.

- Seu amigo... - respondi, manhoso.

Ouvi uma risada e a porta se abriu, fazendo com que eu avistasse a garota.

Desde o primeiro horário, não parava de pensar em minha tarde de estudos, a qual, por incrível que pareça, não era meu objetivo principal.

Cumprimentou-me, me abraçou e me deu um beijo na bochecha, fazendo com que eu me sentisse nas nuvens.

Deu-me as boas vindas, disse para eu ficar à vontade e colocar meu material na mesa ao centro da sala. Foi ao banheiro e pediu para que eu me sentasse no sofá azul escuro enquanto a esperava.

Enquanto isso, percebi que a casa dela era muito espaçosa e toda azul, além do design muito moderno. A TV da sala era gigante e, nas paredes, pude ver alguns quadros de pinturas azuis. Era incrível o quanto aquela casa me recordava o desenho dos Smurfs.

- Olá, rapaz. - uma doce voz vinda da copa soou pelo cômodo.

Me virei e vi uma mulher de cabelo castanho curto e olhos verdes. Ela também usava óculos, e pude notar que Stace e a mãe eram muito parecidas, mesmo que seus cabelos fossem de cores diferentes.

Cumprimentei-a, levantando do meu lugar, e me apresentei. Ela disse que seu nome era Virgínia e que era um prazer me conhecer.

- Sente-se. Sinta-se em casa. - convidou- me - Meu marido está no trabalho. É uma pena que você não irá conhecê-lo.

Concordei com a cabeça. Queria conhecer a família de Stace, mesmo que o irmão dela me desse arrepios. Nos sentamos um ao lado do outro.

- É bom ver que minha filha está se enturmando. Ela nunca trouxe nenhum amigo aqui.

- Também não sou muito sociável... Acho que isso pode ter nos aproximado.

- E vocês se conheceram na escola?

- Não, foi em um luau, nas férias.

Me surpreendi com as frases concretas que estava reproduzindo, concluindo que minha comunicação estava melhorando.

- Fico feliz de ter autorizado a saída dela naquele dia. Você parece ser uma boa pessoa.

- Obrigado.

Depois de mais algumas perguntas seguidas de um silêncio constrangedor, a mulher olhou para todos os lados e sussurrou:

- Minha filha me falou muito bem de você, mas disse que vocês eram apenas amigos. Você também pensa assim?

Fiquei extremamente sem graça. Por sorte, Stace chegou ao cômodo e me livrou da maior mentira que eu falaria na minha vida.

Começamos a estudar e pude perceber que a garota era muito inteligente, o que me deixou mais obcecado por ela. Sabia que estava doentio tal sentimento, mas não podia evitar. A cada segundo, sentia-me mais extasiado.

Em alguns momentos, encontrávamos nossos braços e a área tocada se arrepiava. Um clima estranho e constrangedor rondava a sala, porém tentávamos ao máximo quebrar o gelo. Mesmo com esses contratempos, consegui me concentrar nos estudos e fazer o que fora planejado. Aproveitei para saber quais as aulas haviam se passado e o que eu havia perdido.

Depois de umas três horas estudando, tive que, infelizmente, ir embora. Abri a porta, com um sorriso no rosto, mas alguém estava por trás dela. E a sensação de vê-lo novamente não foi nada agradável.

Amor nos olhos azuis [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now