Más mãos do Karma

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Estava em um quarto branco, deitado em uma cama de hospital. Aparelhos me cercavam, e eu ouvia um beep que significava que eu ainda estava vivo. Não tinha ninguém a meu lado e eu percebi que aquele seria meu destino para o resto da vida. Praticamente sem amigos, perdendo até os mais próximos como Stace. Doeu pensar naquela questão outra vez. Éramos somente amigos?

O médico chegou ao quarto e chamou a enfermeira para que me desse um pouco de sopa, saindo logo em seguida. De acordo com ela, fazia cinco horas que eu estava em coma, por isso, precisava me alimentar. Logo depois, minha mãe, Elisa e Zack (o último anunciado como meu irmão) entraram ao quarto. Dona Carmem me abraçou, chorando, enquanto meu amigo-irmão tentava esconder o choro.

- Meu filho! Que bom que está bem! Como isso foi acontecer?

- Calma, dona Carmem - Zack protestou - Ele acabou de acordar. É melhor deixarmos que ele descanse.

- Descansar mais?!

Rimos do desespero de minha mãe. Eu me voltei para Zack.

- Então você é da família agora?

- Sempre fui, irmão. - bagunçou meus cabelos. Eu poderia perder vários amigos, mas sabia que, com Zack, eu sempre contaria. Ele realmente era como um irmão que eu nunca tive.

Minha mãe via a cena, emocionada. Acredito que a maior alegria da vida dela seja a nossa amizade já que, desde que me entendo por gente, ela não sai muito, não tem muitas amigas e nunca encontrou um namorado novo. Acho que nós dois temos mais coisas em comum do que sabemos.

- Eu queria... Agradecer pela visita. Sei que vocês vão dizer que não fizeram mais que a obrigação, mas acho que, depois desse acidente, preciso agradecer por todos que continuam ao meu lado.

- Então ainda falta mais uma pessoa. - Zack comentou, abrindo a porta.

Pude ver, no banco de espera, uma ruiva acenando para mim. Eu queria fugir dali o mais rápido que conseguiria, mas os aparelhos me impediram. Provavelmente Stace viu minha reação, visto que saiu pisando duro, com Elisa e Zack indo atrás dela. Minha mãe alheia, aos acontecimentos, continuou ali, feliz demais para pensar em qualquer coisa se não a minha recuperação. Eu voltaria para casa em dois dias.

Mas essas quarenta e oito horas eram importantes demais na minha vida e eu não sabia. Nesse período, o meu destino era reescrito com as más mãos do destino, do karma que me perseguiria para o resto da vida.

Assim que coloquei o pé na escola, Zack e alguns amigos me cumprimentaram e me perguntaram como eu estava. Me senti feliz com aquele carinho (mesmo que, da maioria, fosse superficial) e passei a andar com os garotos pelo corredor, sentindo-me pela primeira vez em grupo.

Quando cheguei ao meu armário, lá estavam Stace e Elisa, conversando de modo apreensivo. Quando me viram, apenas Elisa acenou de longe com um sorriso. Eu não queria atrapalhar a conversa. Até um garoto chegar e eu entender tudo.

O moreno alto e forte a cumprimentou, selando os lábios dele nos seus. Eu apenas assistia a cena, encabulado, vendo que eu havia perdido Stace e eu não tinha gostado nada disso.

Chegamos ao fim desse livro 😭 mas logo, logo o ANOA 2 volta também! (Para quem não sabe, esse livro foi reescrito).

Beijos e até o próximo livro!

Amor nos olhos azuis [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now