- Então... - introduzi o assunto, tentando ser o mais educado possível, assim que sentamos em uma mesa da lanchonete - Você me deve umas explicações.
Ela suspirou fundo e começou a falar.
- Depois que você foi embora, ontem, eu e meu irmão discutimos...
Então tudo se encaixou. O olho roxo, os gritos que ouvi... Tirei o cabelo do rosto dela e acariciei involuntariamente, fazendo com que eu pensasse que estivesse louco.
- Foi ele que fez isso com você?
Vi que a garota corou com meu gesto, por isso tirei a mão delicadamente. Para minha surpresa, porém, ela evitou que isso acontecesse e fez que sim com a cabeça. Não sei se ela estava respondendo minha pergunta ou afirmando que queria o que eu estava tentando fazer. Apenas aproveitei a deixa e permiti que o momento acontecesse.
Nós nos olhamos, um olhar que arrepiou minha espinha, e eu fui me aproximando dela bem devagar. Stace ficou parada e, quando eu estava a uns 10 centímetros da boca dela, a garota fechou os olhos, e eu sabia que a hora era aquela. Só não adivinharia que ele podia estragar tudo de novo...
- Aí, cara, sai de perto da minha irmã!
John aproximou-se da nossa mesa, gritando, e me deu um soco no olho.
Várias pessoas pareceram assustadas e foram embora, logo uma garçonete nos repreendeu.
- Chega de briga, se não eu chamo a polícia! - disse, determinada, com um celular na mão.
John olhou para ela e deu um sorriso de lado, se aproximando.
- Calma, garota... Parei de brigar, mas porque você pediu. Me vê um X-tudo. Engraçado... Esse nome me lembra o que você é pra mim, gatinha. - abriu um sorriso "sedutor", apoiando um dos braços no balcão. A garçonete o olhou com uma expressão impaciente.
- Já vou trazê-lo. Espero que ele venha com sua inteligência como brinde.
A garota de cabelos castanhos foi para a cozinha e John ficou atônito. Eu e Stace nos olhamos e rimos muito. Percebendo nossa agitação, o valentão se virou, de braços cruzados, e me alertou:
- Não pensa que isso acabou aqui. Me encontre amanhã, depois da aula, atrás do ginásio.
- E se eu não quiser? - tentei parecer valente, com uma resposta estúpida - O que vai fazer? Me forçar?
- É claro que não - ele respondeu - apenas espalharei para a escola inteira que você é o maior frangote. - e ele deu sua típica risada nojenta e debochada.
- É bom que esteja me esperando. - eu disse, depois me virei para Stace, que me puxou para a porta.
Vi, de relance, o pedido de John chegando e o garoto conversando com a atendente.
- Você está louco? Você pode se machucar muito, Thomas. Meu irmão é um maníaco, que resolve seus problemas, inclusive seu ciúme, com os punhos!
- Até você duvida de mim? - gritei, com o ego ferido, e me arrependi logo em seguida.
- Eu só estou preocupada com você... - assumiu, quase sussurrando - Sei que o meu irmão não vai jogar limpo e vai levar seus...
Não deixei que ela terminasse a frase, puxando-a para um abraço de sinceras desculpas.
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Amor nos olhos azuis [CONCLUÍDO]
Teen FictionEm todos os livros de romance, vemos uma garota narrando sua grande paixão de colegial. Mas já pensaram se, em algumas dessas histórias, o garoto narrasse seu amor? Thomas é um garoto tímido, introvertido, inteligente e dedicado, ou simplesmente um...