Guerra de pipoca

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Ela deitou a cabeça em meu peito, e eu senti que não queria sair daquele abraço.

- Não vou brigar com ele para defender meu ego, Stace. Eu vou lutar por você.

A ruiva me olhou, e pude perceber que ela estava completamente corada, o que me fez reagir de mesma forma. Logo, me afastei, pedindo desculpas.

- ... Tudo bem. - estava meio cabisbaixa, mas voltou ao normal instantes depois - Agora preciso ir para casa, não é? Afinal, eu tenho muita lição pra fazer! - riu fraco, ainda meio constrangida - Mas me prometa: não brigue com meu irmão.

Sorri e beijei levemente sua testa, prometendo.

- Quer que eu te leve? - perguntei, com a adrenalina elevada. Duvidava de que ela aceitasse, mas sua resposta fora inusitada.

- Claro! Quer dizer... Tudo bem.

Eu dei uma risada interna com a empolgação dela e a minha quebra de expectativa.

Chegando em sua casa, Stace desceu da bicicleta, me deu um beijo na bochecha e disse:

- Obrigada por hoje. Foi divertido. - eu já estava me despedindo quando a garota me interrompeu - Gostaria de entrar?

- S-s-se não for muito incômodo.

Que ódio! Por que eu sempre gaguejava?

Sorriu celestialmente e abriu a porta. Vimos a dona Virgínia assim que entramos, já que ela via TV na sala. Eu a cumprimentei e ela nos deixou a sós. Decidimos ocupar o espaço do móvel azul e  assistir um filme de ficção, o qual nós dois descobrimos que amávamos. Stace também adorava ficção científica, o que era aliviante: já pensou se eu precisasse assistir algum romance por ela? Não sei se suportaria...

Dona Virgínia fez pipoca para nós e ficamos tentando acertar a boca um do outro com o milho estourado. Tenho que admitir que esse foi o dia em que mais me diverti na vida, e eu ansiava por uma oportunidade de repetir a dose.

Após algum tempo de filme, discretamente, apoiei meu braço em seu ombro, mesmo que estivesse um pouco sem graça. Stace, corada, não me impediu. Pelo contrário: deitou sua cabeça em meu ombro, o que fez meu coração pular. Fiquei admirando cada detalhe da garota, não resistindo ao desejo (talvez bobo e apaixonado) de dar-lhe um beijo na testa. Se você está se perguntando como fiz isso, eu também não sei.

Com minha atitude, Stace olhou-me e sorriu, dando-me um beijo na bochecha. Comecei a suar frio, mas tentei relaxar. Estava realmente considerando a possibilidade de nós namorarmos, e aquilo me preocupava. Eu não podia perder o foco nos estudos, mas não queria tirar os olhos dela. Ah, por que não conciliar as duas coisas?

Amor nos olhos azuis [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now