Abalado...

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Christian**

A terça-feira passou. A quarta-feira passou. E a quinta já estava indo e nada de ver aquela garota. Eu já estava começando a me perguntar se ela estudava mesmo aqui. Desde o primeiro dia em que eu a vi na sala eu não consegui parar de pensar no quanto ela havia me incomodado. Aquela raiva toda já havia passado, mas algo ainda não estava certo. Eu acho que ela realmente mexeu comigo. E agora eu já não estava querendo me encontrar com ela para provar ao Trevor que todas as mulheres são iguais, agora eu queria ver ela pra ter certeza de que ela é tão bonita quanto eu me lembrava.

Era intervalo já e eu estava no corredor conversando com um dos meninos do time quando ele me cutuca derepente e pergunta quem era aquela que havia acabado de passar pela gente.  E foi assim que eu a vi. Pelas costas eu via que ela usava uma calça preta e uma jaqueta preta. Estava com os cabelos preso num rabo de cavalo, os cabelos dela parecia ser compridos. A primeira e última vez que eu a vi, eu percebi que ela era bonita, me lembro bem que ela estava com uma calça jeans justa e surrada e uma regata larga amarela. O cabelo dela estava amarrado no coque solto, ou melhor, o cabelo dela estava uma bagunça, parecia que ela tinha corrido uma maratona, mas ainda assim ela estava bonita. Mas hoje...Hoje ela estava linda! Isso não é bom! Nem me dei ao trabalho de responder meu colega. Ela havia passado por min e eu nem percebi, só reconheci que era ela porque o idiota do cara que estava comigo assobiou e ela olhou pra trás. Ele ainda deu um tchauzinho  eu tive vontade de dar um soco nele. Só não sei porque se não fosse por ele, eu não teria visto ela.

Observei ela entrar na sala. E fiquei cuidando que sala era. Eu precisava estar aqui nesse mesmo lugar antes do fim da aula. Fui para minha sala pensando em como eu mesmo reagiria quando estivesse na frente dela.

Hoje eu estava mais arrumado do que na segunda feira. Eu estava usando uma calça bege e uma camisa de mangas compridas cinza. Eu até que estava bem arrumado, então ela não me reconheceria.

Quando faltava meia hora para o fim da aula, eu saí da sala e fiquei esperando naquele mesmo lugar onde eu e o babaca estávamos mais cedo. Eu não sabia ao certo o que eu ia fazer, se apenas ficar olhando ela passar, ou talvez eu simplesmente me esbarrasse por acaso nela, ou chamaria ela pra uma conversa. Eu nunca fiquei sem reação diante de uma mulher, porque na verdade eu sempre sabia o que eu queria, mas agora, nesse momento, nem eu sabia o que queria com ela.

Todos começaram a sair da sala, uma multidão, acho que aquilo não era uma sala, e sim um auditório. Esperei, esperei, até que as pessoas foram diminuindo. Ela já deve ter ido, ou trocado de sala durante a aula. Talvez não era ali que ela estudasse, só tinha entrado ali pra falar com alguém. Ninguém mais saiu da sala. Eu já estava dando meia volta quando vi ela sair pela porta toda atrapalhada, guardando algo na bolsa. Fingi estar andando por ali, como quem não quer nada.

Ela levantou a cabeça e logo seus olhos encontraram os meus, pois afinal, éramos os únicos naquele corredor. Não desviei o olhar, eu encarava ela e ela me encarava. Eu abri um sorriso, eu estava nervoso, não sabia o que iria fazer quando chegasse perto dela. Ela me olhava sem entender, olhou para trás para descobrir para quem eu sorria. Era meu sorriso matador, aquele que eu usava quando queria fisgar alguém. Ela voltou a olhar pra mim enquanto caminhavamos em direção um ao outro. Não consiguia pensar no que fazer, então quando estávamos próximos o suficiente eu pisquei pra ela, ainda sorrindo. Ela abriu um sorriso tímido e vi quando suas bochechas ficaram rosadas. Não me atrevi a olhar pra trás. Também não sei se ela olhou. Ela era muito mais linda do que eu havia imaginado. Eu estava ferrado!!!

Desejei aos céus que aquela garota não fosse da minha turma, assim eu não precisava pensar duas vezes em pedir pra ficar com ela. Porque ela sim, é o tipo de mulher por quem eu me interesso. Ela sim eu chamaria pra sair. Mas logo ela, eu teria que conviver todas as segundas feiras.

Liguei para o Trevor enquanto eu dava meia volta no corredor e ia embora:

-Trevor, estou ferrado! -falei quando ele atendeu o celular.

-O que houve?

-Hoje eu vi a minha parceira de turma, cara, ela é linda. Não tive coragem de falar com ela, fiquei sem reação. Ela manteve meu olhar enquanto eu encarava ela num corredor, mas é só isso. Não sei o que ela sentiu, mas eu....nossa! Minha vontade era chamar ela pra sair na mesma hora. -Falei tudo de uma vez, nem respirei, e o Trevor do outro lado da linha só consegui responder com um "haram", "e daí", "hum"...

-Entendo! - ele finalmente conseguiu falar. - Agora que você disse tudo, eu tenho certeza de que vou ganhar a aposta. Você não vai resistir e vai acabar ficando com ela.

-Ah cara que sina! Eu não posso ficar com ela. Como vou passar o resto do ano estudando com ela?

-Se vira meu amigo. E só pra te lembrar, estou indo viajar, não sei quando volto, mas quero ser o primeiro a saber quando você perder a aposta. -Trevor tirava o maior sarro de mim, naquele momento ele não sabia a angústia que eu estava passando.

-Beleza, achei que você fosse me dizer algo mais interessante. Quando você viaja?

-Amanhã! Preciso desligar, me liga mais tarde.

-Beleza.

Desliguei o celular e fui pra casa.

***

Ysabella**

Hoje tinha tudo pra ser um dia desastroso. Levantei atrasada, vesti a primeira roupa que eu achei e fiz um rabo de cavalo correndo. Ontem o dia foi muito cansativo. Após sair do serviço fui comprar uns móveis para o meu novo apartamento. Eu havia assinado o contrato por ano, e ainda consegui que o dono da loja ficasse aberto até um pouco mais tarde para que eu pudesse escolher minhas coisas. Não sei como, mais o vendedor deixou eu escolher todos os móveis do apartamento e pagar parcelado por mês. Claro que dei uma boa quantia de dinheiro de entrada. Fazendo isso eu zerei minha conta. Agora o jeito era trabalhar para sobreviver.

Cheguei no hotel já eram quase nove horas, eu ainda tinha que fazer janta pra deixar comida pronta pro almoço. Até terminar a janta, jantar, lavar a louça e tomar banho já era onze horas da noite. Desde que eu havia me mudado eu não tinha dormido assim tão tarde. E o resultado disso tudo, foi acordar atrasada hoje cedo.

As aulas se arrastaram. Troquei algumas mensagens com a Karla pelo celular, isso foi a única coisa que me manteve acordada. Ela estava com um trabalho atrasado e teria uma avaliação amanhã bem cedo, então não estava saindo pro intervalo, e depois da aula ia direto pra casa fazer o trabalho. Então amanhã, sexta feira eu teria mais tempo pra fala com ela.

Quando acabou as aulas eu nem percebi. Eu estava escorada na parede quando vi todos se levantar e sair. Olhei as horas e entendi que a aula havia acabado. Comecei guardar meus materiais que estavam todos esparramados, eu estava perdendo tempo, cada minuto do meu dia era precioso. Na pressa de guardar tudo, acabei derrubando tudo no chão. Só pra ajudar!

Fui a última a sair da sala. E eu ainda guardava meu estojo quando estava passando pela porta, esqueci do degrau e desci com tudo. Quando consegui olhar pra onde ia, percebi que eu estava sozinha também no corredor, com a excessão de que um rapaz lindo vinha vindo. Fiquei paralisada olhando pra ele, ele me encarava e eu não entendia o porquê. Acho que porque somos os únicos aqui. Aí derepente ele sorriu, pra mim? Olhei pra trás e vi que estávamos só. Meu Deus, que perfeição, um cara lindo desse sorrindo pra mim! Mas quem é ele? Quando ele chegou perto ele piscou pra mim e passou direto. Neste momento meu coração parou. Eu acho que estou sonhando acordada.

***

Uau...
Enfim algo aconteceu para unir esses dois!!!
Estavam anciosos?
Bem, se querem saber o que vai acontecer, continuem acompanhando a história.

Bjinhos
Débora

Assume que me Ama Onde as histórias ganham vida. Descobre agora