Capítulo 7

9K 825 315
                                    


Ainda estava tentando processar tudo que tinha ouvido

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Ainda estava tentando processar tudo que tinha ouvido. O que convenhamos não era pouca coisa. Não mesmo.

Segundo a diretora Analise meu pai era um duque de Górdon, grande amigo do rei. Este em seus últimos suspiros de vida confessor ter tido uma filha com uma plebeia do reino de Cérnia, no caso, minha mãe. Contou sobre o curto envolvimento dos dois, que se conheceram em uma das festas que estavam sendo dadas no palácio de Cérnia. Como minha mãe cantava e tocava muito bem, foi convidada para uma destas festas onde o casal real de Górdon junto de seu filho e alguns assessores e duques estavam visitando o reino, isso afim de estreitar ainda mais os laços de amizade, e assim foi que eles acabaram se conhecendo.

Segundo duque Afonso, meu pai, foi apenas uma noite, essa em que fatalmente fui concebida. No dia seguinte ele e todos os outros voltaram ao reino de Górdon e então ele nunca mais teve notícias de minha mãe, pelo menos até alguns meses antes de sua morte. O Duque esteve visitando nosso reino rapidamente e buscou por notícias sobre ela, mas acabou descobrindo da sua morte e consequentemente de minha existência. A partir disso pediu que tentassem me localizar, mas não conseguiu tão facilmente, pois não tinha muitas informações que pudessem ajudar.

Então depois de descobrir um tumor maligno que não lhe daria mais muito tempo de vida, pediu ao amigo rei que continuasse a me procurar. O rei tocado com a história atendeu ao seu pedido e depois de alguns meses conseguiu localizar minha tia Leila e eu. Providenciou todos os papeis necessários e por causa disso estou hoje aqui na Escola Real. Graças a meu pai... E ao rei obviamente.

Suspirei alto e virei de lado na cama. Estava em meu quarto a algumas horas. Analise tinha me dispensado da aula complementar de hoje, dando um tempo para que colocasse minhas ideias no lugar. Tinha acabado de descobrir quem era meu pai, mas nem ao menos poderia vê-lo.

Isso era tão injusto! Pensei enfiando meu rosto no travesseiro, sentindo minha garganta se fechando.

Porque as coisas tinham que ser assim? Porque não tinha o direito de ter as pessoas que eram importantes para mim ao meu lado?

Passei as mãos pelo meu rosto tentando secar as lágrimas que escorriam por ele. Não queria chorar, mas meu peito estava tão apertado que precisava aliviar isso de alguma forma. Além de que minha tia costumava dizer que chorar era bom, lubrificava o olho e limpava o pulmão.

Ah, tia Leila, queria tanto poder abraça-la agora. Até podia ligar para ela, mas sabia que estava no trabalho e não queria atrapalhar.

Ouvi batidas tímidas na porta e em seguida o rosto de Vaiola na pequena fresta.

— Oi, posso entrar? — Pediu sorrindo minimamente.

— Pode! — Pigarrei, pois, minha voz estava meio rouca pelo choro recente.

Vaiola entrou, vindo a passos silenciosos até a cama. Subiu nela e se deitou ao meu lado, de frente para mim.

— Analise me chamou, — Explicou suspirando baixo — Não me disse o que houve, mas disse que talvez precisasse de uma amiga... — Deu de ombros — Não precisa me contar se não quiser, só quero que saiba que estou aqui!

Sangue Real  [✓]Where stories live. Discover now