Um Plano Arriscado

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Rafa andava de um lado ao outro mergulhado em seus pensamentos. A voz de Leonardo ecoava em sua cabeça "esses malditos me sequestraram" "eu tinha uma vida considerável normal" "não era para eu estar aqui". Isso batia em sua cabeça, chegando a dar dores fortes na mesma, queria muito ajudá-lo depois de ter lhe contado o seu lado da história, porém estava com remorso, como iria ajudar um híbrido se ele tinha estragado sua vida por completo?! Ele destruiu sua vida.

É a primeira vez que Rafael sente ódio e remorso por alguém, mas mesmo assim pensa em várias maneiras de ajudar. Até que em sua mente, uma lâmpada acende, teve uma idéia, mas não sabia se ela iria funcionar e teria que demorar mais um tempo para concluí-la... ótimo, mais tempo com esse cara, mas valerá a pena.

O plano era o seguinte:

Os dois poderiam fazer uma encenação, um teatro. Poderiam encenar uma 'lutinha", e nessa lutinha, Leonardo poderia fingir que avançava ou mordia Rafa com ódio imaginário, e como Rafael era a rainha do drama quando queria, poderia gritar e fazer cenas com completo desespero sendo atacado pelo lobo mau. Sangue de mentira para todo o lado, (ainda iria pensar no caso do sangue) aí os guardar vão entrar e tentar neutralizar Leo, e levariam o castanho para uma ala que ficam todas as criaturas que foram feridas, é mais uma cela de verdade, dessas de presídio, mas tem uma coisa importante nelas, como Rafa era cientista, ele conhecia. Dentro dessa jaula tem uma espécie de caixa com variados fios de condução, e um desses fios é o botão que abre a jaula. Se conseguisse, poderia se disfarçar com alguma jaqueta e touca ou algo do tipo, e iria para a sala de Leo, abrir a jaula e se conseguissem sair de lá sem ninguém perceber, EURECA! O plano deu certo.

Mas sempre tem um porém...

Não se sabe se essa idéia maluca de filme vai funcionar, e também não confiava no outro.

Ficou se debatendo mentalmente com essa idéia de ajudá-lo, se era boa ou não, mas odiava vê-lo assim, deprimido.

Leo disse que levava uma vida normal, ele agora que tinha virado um híbrido, poderia tentar viver sua vida "normalmente", mas com a rotina um pouquinho diferente... poderia pedir para ele o ensinar a viver essa nova vida. Não adianta chorar pelo leite derramado, não dá para mudar o passado, já aconteceu, e não é chorando e fazendo drama que iria voltar a ser humano de uma hora para a outra.

Andou mais um pouco até chegar ao outro lado da jaula, mais especificamente o final dela, onde tem uma espécie de caverna feita com pedras firmes e seguras, e nas paredes de ferro, ficou assustado quando as viu, grandes arranhões e descascados no ferro. Tinha elevações nela que pareciam ser murros de puro ódio. Isso estava pela parede inteira. Mesmo sendo de ferro, estava destruída visivelmente, mas continuava firme e forte. Era visível o esforço jogado no lixo.

Escutou um baque surdo atrás de si, como se fosse alguém caindo de cima de uma árvore, ainda virado para a parede levou um susto e sentiu um arrepio correndo pela sua coluna. Se virou lentamente e viu o dono dos olhos vermelho sangue o observando com calma.

-O quê está fazendo?- Perguntou Leonardo, pleno.

-A-Aaammm.- Olhou para a parede de ferro e depois voltou seu olhar para o outro.- Por quê fez isso?- Não perguntou quem fez, pois a resposta estava na cara, mais especificamente na sua frente.

O outro deu de ombros e caminhou lentamente passando pelo castanho, que o fitava, e chegou à parede e passando seus dedos levemente pelas elevações e arranhados.

-Eu faço isso para descontar minha raiva.- Rafa apenas escutava. -Não tenho muito motivo...-

-Deve ser difícil viver aqui... Você tinha me dito que tinha uma vida igual a de um humano.-

A Descoberta 343 • ABO Mpreg Onde as histórias ganham vida. Descobre agora