Shawn Mendes?

125 7 4
                                    

"Oi pai" - Ana atendeu, receosa.

"Filha... queria te dar essa notícia só quando chegasse mas infelizmente não podemos esperar. Sua mãe tem uma doença em estado terminal. Infelizmente queria te dizer que não é nada, que um tratamento resolveria tudo mas não posso esconder isso de você. Precisamos passar por isso juntos, como sempre fizemos" - o pai disse, com a voz trêmula.

Ana não sabia o que responder. Era como se o chão sumisse e entrasse em queda livre sem previsão de parada.

"Não sei o que dizer... olha, já estou voltando, amanhã já pego o voo e vamos ficar juntos. Como a mãe está?" - perguntou, mordendo o lábio para não chorar.

"Nunca vi sua mãe chorar, mas estamos vivendo um tempo de primeiras vezes... me desculpe filha. Não era para ser desse jeito".

"Nós não temos culpa, nem ela. Quando chegar no Rio conversamos, ok?" - Ana disse, com a voz embargada.

"Certo filha, se cuida aí. Beijo, fica com Deus".

O que restava era chorar. Ana não sabia o que fazer nem como reagir à notícia. Perder a mãe para ela era, de longe, a pior coisa a ser vivida. E teria que ser enfrentada. Ana pegou o celular e enviou uma mensagem para Shawn, que não a respondeu. "Visto por último hoje às 19:33", mostrava o last seen do garoto no Whatsapp.

Tentando se acalmar, ela desceu as escadas e foi na lanchonete do lado de fora do prédio para comer alguma coisa. Enquanto esperava o lanche ficar pronto, ligou para Shawn e não obteve resposta. Luisa havia saído e voltaria tarde com outros amigos. Ana estava sozinha.

Depois de lanchar, subiu para o último andar da residência e ficou observando os prédios acesos na fria noite de Toronto. Ouviu música, pegou uma revista de curiosidades para ler mas nada a distraiu.

Quando voltou para seu quarto, sentou-se na cama e ficou olhando pela janela. O celular tocou.

"Oi, li suas mensagens. Estou no lobby, vim te ver".

Ana desligou o celular e pegou o elevador para que Shawn pudesse subir.

- Oi - o garoto a abraçou, dando tapinhas em suas costas - vai passar, vai passar...

- Shawn, não tem nada que eu possa fazer, não tem cura, é irreversível... é um caminho sem volta - Ana fez uma pausa para secar as lágrimas - em breve não vou ter mãe. Não vou ter mais a mulher que me colocou no mundo. Que cuidou de mim e me ensinou que a vida é maravilhosa, mas que vida é essa? Que vai tirar alguém de mim? Não é justo - a garota tremia, enquanto Shawn não a soltava do abraço.

- Eu te entendo. Realmente, não tem nada a ser feito para que esse quadro mude. Mas você pode ficar com ela, não sabe quantos dias ainda faltam... pode ser em um ano, ou em uma semana. O que importa é como vocês vão passar esse tempo - ele disse, sentando-se no grande sofá do lobby.

Shawn e Ana ficaram conversando por um tempo até as onze da noite. O celular dele tocou e era Cameron Dallas perguntando sobre uma proposta.

- Ei, preciso ir... está meio tarde - Shawn sorriu e a abraçou novamente - vai ficar tudo bem. Você vai ver. Amanhã vamos sair para conversar e comer alguma coisa. Não quero te ver assim - ele secou as lágrimas da garota.

- Obrigada por ter voltado aqui só para me dar uma força - Ana se levantou, caminhando com Shawn até a rua - Boa noite, te vejo amanhã.

Ele acenou e seguiu seu caminho. Agora tudo parecia mais leve. Ana subiu de volta para o quarto e deitou na cama para pensar. Luisa havia chegado do jantar com os amigos e bateu na porta.

Blinding Lights | Shawn MendesDonde viven las historias. Descúbrelo ahora