Surpresa no aeroporto

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Ana olhou pela janela enquanto o avião decolava. Uma senhora estava sentada ao seu lado e se preocupou com o choro da garota.

- Despedida? - perguntou, oferecendo uma caixa de lenços de papel.

- Sim... e eu não sei bem o que esperar para nós dois no futuro... - a garota soluçava.

- Meu nome é Amélia, e o seu?

- Ana.

- Quer conversar? Não há muito o que fazer dentro de um avião...

- Tudo bem, podemos sim - Ana secou as lágrimas e tentou se recompor.

- Veja só, a vida é muito longa. Vocês vão se reencontrar!

Amélia e Ana conversaram até o pouso. Depois, despediram-se.

- Espero que dê tudo certo para você - a senhora disse, abraçando-a - foi ótimo conhecê-la. Sabe, eu perdi meu filho há três anos. Desde então, pego voos para outros lugares sempre que posso, é algo que ele gostava muito de fazer. Me sinto conectada a ele sempre que estou voando.

- Sinto muito. Imagino como deve ser difícil.

- Antes, eu não vivia direito. Não aproveitava. Só trabalhava e trabalhava. E ele dizia para que eu viajasse mais. Acabou que agora é o que eu mais faço. A vida é muito assim, às vezes a onda nos atinge e não sabemos como nos proteger.

- É verdade.

- Não deixe essa distância atrapalhar o que vocês sentem. Pelo que me disse ele parece ser um garoto com um bom coração. Espero que continuem se unindo, você disse coisas muito bonitas e dava para ver seus olhos brilharem enquanto falava dele.

- Sim, eu o amo e quero que dê tudo certo.

- Vai sim. Ana, adorei te conhecer! Você é uma menina especial, espero que as coisas melhorem de verdade. Preciso ir. Tenho outro voo daqui a pouco. Fique com Deus, tá?

- Obrigada pela conversa, me fez muito bem! - a garota disse, despedindo-se.

Ao descer a escada rolante, Ana se encontrou com Maria.

- Que saudade! - a senhora a abraçou.

- Oi - a garota disse, enquanto empurrava a mala.

- Por que está com essa carinha?

- Não queria deixá-lo lá. Não queria... - a garota começou a chorar.

- Te entendo. Mas você não pode ficar assim, meu anjo. Preparei um jantar de boas vindas, vamos embora.

- Vamos - Ana colocou a mala no carro e entrou.

Ao chegarem em casa, Ana subiu para o quarto e tomou um banho antes do jantar. Deixou a água cair sobre a nuca, revigorando-se. Colocou o pijama e desceu para a cozinha.

- Filé à parmegiana... que delícia - a garota serviu quase o dobro do habitual.

- E essa fome aí? - a senhora riu.

- Saudade dessa comida maravilhosa.

Maria perguntou sobre a viagem.

- Foi boa, exceto pela parte dos vazamentos e confusões relacionadas a isso... nós nos beijamos também.

- Até que enfim saiu esse beijo hein!

- Fui eu que tomei a iniciativa. Se dependesse dele, não sei quando aconteceria. E agora não sei mais quanto tempo vou ter que esperar para que isso aconteça de novo... a vida dele vai mudar muito e ficará ainda mais cheia.

Blinding Lights | Shawn MendesWhere stories live. Discover now