Capítulo 70

4.1K 135 2
                                    


A semana passou voando e no dia da mudança de Dinah todos se juntaram para ajudá-la. Assim que a equipe de mudança deixou os móveis no lugar, o restante entrou limpando e colocando tudo em ordem. Ainda por conta de algumas burocracias Dinah tirou folga na semana seguinte, mas voltou a trabalhar na quinta.

Camila estava estudando a proposta de uma professora da faculdade que havia lhe dado aulas de prática em conjunto. Ela era regente da orquestra jovem atualmente. Estava engajada num projeto onde faria apresentações pelo Rio de Janeiro e interior com músicas populares, usando instrumentos clássicos.

- Então Camila, gostaria de saber se posso contar com você nesse projeto?
- Eu ficaria muito feliz em poder ajudar Ana. Sempre fui apaixonada por música popular e adaptar a orquestra seria fantástico.
- Ótimo. – a regente logo se animou. – São garotos iniciantes e aspirantes a orquestra principal, estão empolgados.
- Imagino, essa galerinha precisa de apoio, pois muitos acabam desistindo pelo caminho. Podemos marcar na semana que vem e estudar quais músicas colocaremos.
- Certo, eu ligo e marcamos, já venho com algumas idéias e você pensa em outras.
- Até lá então.

Camila ligou para Justin e ele também se animou. Todos os compromissos realizados tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro eles ficavam cientes. Logo na semana seguinte regente e produtora se reuniram para fechar o repertório e começar na produção dos arranjos.

- Diogo vai adorar, ele é ótimo músico. – Camila falou empolgada.
- Eu o conheço, estudou comigo, fomos da mesma sala.
- Verdade, tinha me esquecido.
- Não sou tão velha né Camila. – Ana brincou.
- Ai Ana, não é isso. Quando eu entrei pra faculdade você tinha começado também sua carreira como professora.
- As pessoas têm a visão de que regente tem que ser velho. – sorriu.
Ana era um pouco mais velha que Lauren, estava na casa dos trinta, mas seu rosto parecia de uma menina ainda. Era baixinha e os cabelos eram na altura dos ombros e bem lisos.
- Diogo estará aqui amanhã, vamos marcar na parte da tarde que é melhor, assim esticamos para a noite.
- Combinado.

Quando Camila saiu de sua sala encontrou Dinah já saindo.

- Camila, Lauren te ligou pedindo que retornasse para ela.

A empresária fez um gesto de que ligaria e logo se despediu de Ana.

- Nos vemos amanhã. – se despediram com um beijo no rosto.

Camila ligou para Lauren e ela falou que atrasaria no escritório.

- Lauren vai atrasar. – falou um pouco pensativa. – DJ, você está ocupada?
- Não muito, o que foi?
- Pode vir à rua comigo? Eu quero comprar um presente pra ela.
- Aniversário de namoro?
- Não, é que Lauren sempre compra presentes pra mim, eu nunca retribuo e gostaria de comprar alguma coisa que ela realmente gostasse.
- Ok, só vou repassar a agenda e vamos, vai pensando no que comprar.

Essa era a tarefa difícil, Camila achar algo que Lauren realmente gostasse. De fato o que ela comprasse sabia que a morena iria gostar, mas queria dar algo diferente. Saíram e passaram por vários shoppings, lojas conhecidas, lugares que Camila imaginou ter algo que fosse relevante, mas não tiveram sucesso.

- Como é difícil dar um presente a ela. – desabafou.
- É que você está procurando algo material, procure algo que seja substancial, intrínseco.
- Como é? – riu. – Você está ficando igual a Drew, falando utopicamente.
- Dê algo que ela não espere, mas não tem a necessidade de ser um presente caro ou grande, ou diferente. O que Lauren deseja nesse momento?
- Casar. – falou prestando atenção no trânsito.
- Oi?
- Ela quer casar. Lauren sempre foi louca para oficializarmos nosso relacionamento. Meu Deus como nunca pensei nisso? Vamos agora a um cartório.
- Querida! Não tem cartório aberto há essa hora.
- Claro que tem, espera que vejo um.

Camila pegou o telefone e saiu discando para um e outro até conseguir um cartório com um juiz de paz, conseguiu uma juíza que realizava casamentos gays e foi atrás dela. Correu o quanto podia para providenciar tudo antes que Lauren chegasse em casa.

- Enquanto eu converso com a juíza, você chama Drew, serão nossas testemunhas, pena que Clara não poderá vir, mas isso a gente vê depois. Contrata um Buffet e não exagera, seremos nós quatro.
- Eu podia casar também hein? – Dinah colocou a mão no queixo.
- Deixa de ser boba, seu casamento será um festão e não corrido como esse. Espero que ela goste.
- Vai gostar, será uma surpresa e tanto.

Enquanto Camila conversava com a juíza, que em sua gentileza se prontificou a ir a casa delas sem que marcassem antecipadamente, Dinah ia atrás de um Buffet. Chegaram em casa e arrumaram tudo as pressas. Camila correu para tomar um banho e se vestir. Preferiu um vestido branco e simples, nada que ostentasse.

- Será que Lauren está de branco também? – Dinah brincou enquanto maquiava a empresária.
- Não, hoje ela saiu de terninho preto.
- Ah sim, está de noivo. – riu.
- Besta!

Assim que tudo estava arrumado ouviram a porta do elevador se abrir, Lauren girou a maçaneta e viu que tudo estava escuro. Achou que Camila não estava em casa.

- Amor?! Já está aí?
- Estou sim. – Camila sorriu e acendeu a luz.
- Nossa que linda! Vamos sair? – perguntou meio desconfiada.

A mais nova fez que não com a cabeça e se aproximou lentamente.

Melodia Où les histoires vivent. Découvrez maintenant