Quando éramos jovens, éramos os únicos Os reis e rainhas, oh sim, governávamos o mundo A gente fumava cigarros, cara, sem arrependimentos Queria poder reviver cada palavra. Se eu estivesse morrendo de joelhos Você seria aquele que me salvaria E se você estivesse afogado no mar Eu lhe daria meus pulmões para que você pudesse respirar.
▹ Brother | Kodaline
[2.897 palavras]
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Conforme andávamos pela praça lado a lado, observei de relance o seu silêncio confortável. Nathaniel Kurtzberg é uma pessoa naturalmente calma. Seus ombros caídos, seus olhos baixos e um sorriso preguiçoso. Sua personalidade não é diferente, tampouco seu caminhar.
Sua cabeleira ruiva se balança com a ventania fresca do crepúsculo, possibilitando ver seus olhos perfeitamente acanhados.
Que nostálgico.
Tudo isso parece a melhor paisagem que eu poderia pedir hoje, depois de tantas conflituosas situações, o céu se desmanchando em aquarela, o Sol sumindo e harmonizando o "garoto outono" no fundo, tudo ajuda a criar esse ambiente tranquilo.
Nossa, já está bem tarde mesmo. Espero que a conversa não dure tanto, senão meus pais vão brigar bastante comigo depois.
Passei as mãos pelo exausto rosto, por um momento pensei que tínhamos algumas horas até o bater das seis horas, mas estava enganada. Devo ter dormido cedo, e aquela batalha realmente arrasou comigo.
— Marinette, tudo... Tudo bem com você? — perguntou olhando-me curioso, seu rosto enrugado só mostrava o quanto fiquei aérea demais entretida em meus próprios devaneios.
Sorrio em confirmação e ele retribui ainda mais tímido pela nossa aproximação, uma bem rara de acontecer já que apenas nos falamos na escola. Nos sentamos no banco da praça, do outro lado da rua, perto dos brinquedos do parque.
— Nós... Nós podemos ficar aqui se quiser. — sugeriu cruzando as pernas, encolhendo os braços e os pousando na coxa, era nítido que se esforçava bastante para não infringir meu espaço pessoal.
— Ok, aqui está ótimo. — debruço-me sobre o banco respirando fundo.
Os pássaros sobrevoavam ao longe pelo véu róseo, azul-marinho e amarelo do céu. As brisas frescas de antes passeavam por nós dois feito um abraço gostoso, aquele clima de verão em contraste do garoto outono ao meu lado se transformou num dos meus passatempos favoritos.
Se pudesse iria tirar uma foto e colocaria em meu mural ao lado da cama, só para que esse momento fosse registrado, mas há certas recordações que é necessário apenas em nossos corações.
Me pergunto, o que será que Nathan quer comigo? Ele me analisa silenciosamente, deve achar graça da minha inclinação ao mundo dos sonhos que sempre acabo entrando de olhos abertos.
