Você me conta todas as coisas que você faz Me diz que é difícil para você Chorando na noite tranquila Falando todas as coisas que você esconde ... Mas eu acho que no futuro Talvez todos os arco-íris Não há nenhuma canção sem amor Com os olhos fechados, você chora na sua cama.
▹ A Song About Love | JakeBugg
[2.855 palavras]
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Perambular a esmo pelas ruas vespertinas de Paris não diminuiu o sentimento de rejeição que esmagava meu coração. Apertando e chutando cada vez mais, estive tanto tempo buscando me encaixar nesse amor unilateral que nunca me vi fora dele, e pela primeira vez estou livre.
Isso é estranho… E libertador.
— Cabeça de tomate? — perguntou uma voz feminina conhecida.
Embora eu andasse de volta para casa, a fim de esfriar a cabeça, me deparo com ninguém menos que Chloé Bourgeois, sentada sobre um dos degraus do Hotel Le Grand Paris, onde ela mora.
— Nathaniel. — corrijo. Ela deu de ombros sem dar importância ao erro, Chloé sempre se mostrou ser arrogante só que agora está pior.
— O que faz por aqui? Sua casa fica do outro lado. — comentou puxando a manga do cardigã amarelo ao pulso.
— Acho que isso não é da sua conta. — digo rispidamente repousando as mãos nos bolso da calça.
Como ela sabe disso?
— Ridículo… — sorriu rolando os olhos azuis, mas sua voz tinha um tom ameno e sem ironia, ou com ar superior. Apenas… melancolia. — Totalmente ridículo.
— Chloé, vê se não me enche o saco. — dito isso, sigo o meu caminho em silêncio. Silêncio… Que estranho. Deram-se mais de minutos e ela nem ao menos retrucou.
O que deu nela?
Volto a olhá-la, Chloé continuava no mesmo local: sentada numa posição fetal, abraçando suas próprias panturrilhas enquanto a cabeça repousava nos joelhos dobrados, ela estava cabisbaixa e muito entretida encarando as sapatilhas beges para perceber que estava a observando.
— Ei, loirinha... — chamo-a sem tirar o tom indiferente. — O que foi que te deu? — ela olhou-me com a feição exausta.
— Hum… Deixe-me ver. — sorriu novamente. — Como você mesmo disse: acho que não é da sua conta. Eu não me misturo com a ralé, então vá embora que ainda dá tempo de chegar em casa sem choramingar pelos cantos porque perdeu a sua pobre Marinette… De novo.
Ouço todo o seu veneno ser cuspido rapidamente por aquelas palavras cortantes, seus olhos tomaram uma tonalidade mais escura e sua voz uma entonação esnobe e prepotente.