➙ EPISÓDIO 19 🎨 O Outro Lado

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Você me conta todas as coisas que você faz
Me diz que é difícil para você
Chorando na noite tranquila
Falando todas as coisas que você esconde
...
Mas eu acho que no futuro
Talvez todos os arco-íris
Não há nenhuma canção sem amor
Com os olhos fechados, você chora na sua cama.

A Song About Love | Jake Bugg

[2.855 palavras]

     Perambular a esmo pelas ruas vespertinas de Paris não diminuiu o sentimento de rejeição que esmagava meu coração

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     Perambular a esmo pelas ruas vespertinas de Paris não diminuiu o sentimento de rejeição que esmagava meu coração. Apertando e chutando cada vez mais, estive tanto tempo buscando me encaixar nesse amor unilateral que nunca me vi fora dele, e pela primeira vez estou livre.

Isso é estranho… E libertador.

— Cabeça de tomate? — perguntou uma voz feminina conhecida.

Embora eu andasse de volta para casa, a fim de esfriar a cabeça, me deparo com ninguém menos que Chloé Bourgeois, sentada sobre um dos degraus do Hotel Le Grand Paris, onde ela mora.

— Nathaniel. — corrijo. Ela deu de ombros sem dar importância ao erro, Chloé sempre se mostrou ser arrogante só que agora está pior.

— O que faz por aqui? Sua casa fica do outro lado. — comentou puxando a manga do cardigã amarelo ao pulso.

— Acho que isso não é da sua conta. — digo rispidamente repousando as mãos nos bolso da calça.

Como ela sabe disso?

— Ridículo… — sorriu rolando os olhos azuis, mas sua voz tinha um tom ameno e sem ironia, ou com ar superior. Apenas… melancolia. — Totalmente ridículo.

— Chloé, vê se não me enche o saco. — dito isso, sigo o meu caminho em silêncio. Silêncio… Que estranho. Deram-se mais de minutos e ela nem ao menos retrucou.

O que deu nela?

Volto a olhá-la, Chloé continuava no mesmo local: sentada numa posição fetal, abraçando suas próprias panturrilhas enquanto a cabeça repousava nos joelhos dobrados, ela estava cabisbaixa e muito entretida encarando as sapatilhas beges para perceber que estava a observando.

— Ei, loirinha... — chamo-a sem tirar o tom indiferente. — O que foi que te deu? — ela olhou-me com a feição exausta.

— Hum… Deixe-me ver. — sorriu novamente. — Como você mesmo disse: acho que não é da sua conta. Eu não me misturo com a ralé, então vá embora que ainda dá tempo de chegar em casa sem choramingar pelos cantos porque perdeu a sua pobre Marinette… De novo.

Ouço todo o seu veneno ser cuspido rapidamente por aquelas palavras cortantes, seus olhos tomaram uma tonalidade mais escura e sua voz uma entonação esnobe e prepotente.

1# UM UNIVERSO ALTERNATIVO ᵐⁱʳᵃᶜᵘˡᵒᵘˢ ❰concluído❱Where stories live. Discover now