Até Que a Morte os Separe*

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REMY

Por anos vi meu pai em uma cela de prisão, pagar por algo que não era apenas sua culpa, cresci lutando até chegar onde estava sem deixar que absolutamente ninguém me derrubasse. Lutei por meu pai, a única família que não me deixou para trás como minha mãe fez, a única pessoa que me teve ao lado quando o dinheiro acabou. Eu viveria por ele e por ele eu faria qualquer coisa, independente se terminasse com minhas mãos sujas de sangue ou não.

-Pai? Onde estava? -Levantei da cama cansado, horas de voo da Inglaterra até Nova York tinham me deixado quebrado, porém pronto pra outra se isso fosse o necessário.

-Resolvendo problemas, onde está a mulher?

-Encaixotada ainda, mais não se preocupe está viva. E o velho? Morreu?

-Não e nem pode. O filho da mãe entrou em estado de coma, logo agora. E é por esse motivo que eu estou aqui.

-O que eu tenho com isso?

-O dinheiro está todo em seu nome e pelo que pude puxar de Lorenzo, passa para a filha junto com tudo se ele vier a morrer. Eu preciso dele vivo para me dar tudo no mesmo momento que acordar caso contrário os bens passam para a filha e ela só terá acesso a tudo depois de três anos e é aí que você entra.

-Eu?

-Vá buscar a mulher, vai se casar com ela. -Nem mesmo um tiro teria me deixado surpreso, tentei respirar mais foi em vão, vendo a seriedade nos olhos de meu pai de que aquilo não era uma piada, era uma merda completamente real.

-Sim você. Existem leis meu filho, e você precisa honrar para receber a recompensa. Ela precisa do nosso nome e nos precisamos do dela para ter o dinheiro, estou me garantindo caso Júlio venha a morrer, são precauções ok?

-Casar? Você ficou louco? Que merda de história é essa? Não tem acordo nenhum aqui. -Alterei-me, principalmente por toda a situação incomoda, ele só poderia está em completa loucura.

-Não, agora vá pegar sua futura esposa, o juiz está no escritório, as alianças também. Não vamos demorar com isso, eu preciso fazer muitas coisas ainda.

-Pai eu estou falando com você! -Andei atrás dele que parecia não me dar ouvidos, eu não entendia meu pai, não nessa situação. Eu jamais me negaria a um pedido seu, mais casamento, tinha indo longe demais.

-Não há discussão nesse assunto Remy, pegue a mulher e a leve ao escritório, é sua responsabilidade mantê-la agora, tanto ao seu lado como principalmente em silêncio. Vou ao jornal mandar por uma nota, seja firme com ela, não afrouxe as rédeas nem por um segundo.

-Não sou homem pra casar pai. Acho que isso é bem claro. -Falei apontando para mim, o que não mudou nada tendo em vista que sua decisão já havia sido tomada.

-Agora é, deixe de lamentações, terá uma boa mulher em sua cama, nova em folha. Parabéns. -Ele sorriu descendo as escadas me fazendo suspirar aflito.

-Merda! -Gritei indo para os fundos da cozinha e me direcionando para o galpão, o pior sempre sobrava pra mim. Abri as portas vendo o caixote mexer, ela ainda estava viva. Peguei a mangueira de água e a liguei molhando todo o caixote com jatos de água, sem esperar por mais, andei até ele arrebentando as amarras que o mantinham presos. Seus olhos azuis estavam vermelhos e mesmo toda molhada ela não conseguia esconder isso.

-Que bom que ainda está viva, eu pretendia te deixar aí até amanhã para aprender a se comportar quando mandam. Será assim de agora em diante, eu mando e você obedece, não vai sair da linha, não vai nem mesmo abrir a boca sem meu consentimento pra isso. Se passar da linha ou fizer algo errado será castigada, e garanto que você não vai querer... Catherine. -A raiva transbordava em seu olhar trêmulo. Devagar eu a puxei para fora do caixote tirando sua mordaça e logo em seguida suas mãos, foi em segundos e quando vi suas mãos me batiam com força e total ódio, enfurecidas pela raiva e o calor do momento, era uma louca, uma completa psicopata.

MARIDO & MULHERWhere stories live. Discover now