Presente*

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REMY

Olhar meu reflexo no espelho sempre tinha ajudado a limpar minha mente nebulosa que muitas vezes me impedia da fazer algo. Olhei mais uma vez, vestindo minha camisa e me lembrando do homem que eu era e de tudo que eu tinha passado para chegar até onde estava. Ninguém me destruiria nem hoje, nem nunca. Pegando minha carteira eu a guardei em meu bolso, parei em meio ao quarto, era cedo quando alguém batia em minha porta o que eu imaginava ser Baltazar. Sem esperar eu abri em surpresa, algo que guardei para mim, a vendo parada bem ali.

-Era para você está na cozinha agora, limpando e pagando o que você me faz gastar com você todos os dias. -Notei o uniforme mais nem mesmo assim dei o braço a torcer e falei algo, essa vadia me devia muito.

-Eu preciso falar com você.. -Ela gaguejou envergonhada e meus olhos capturaram o roxo em seu pescoço, até o momento eu me amaldiçoava por ter a tocado, imunda.

-Late de uma vez e vai embora, não quero teu rastro aqui, nem agora e nem nunca.

-Me desculpe pelo que eu disse ontem, aquela não era eu.. Eu não deveria ter dito o que disse. -Ela sussurrou me olhando, eu não me importava à mínima com sua explicação.

-É realmente uma estúpida mesmo, você acha realmente que eu me importo com suas desculpas sua idiota? Eu mal ouço o que você diz e se acha que me insultou, está completamente enganada, não muda e nada o que você diz, eu simplesmente não dou importância a pessoas como você. Saia daqui e vá arrumar a cozinha, agora.

-Tudo bem.. -Foi tudo que ouvi a vendo se afastar, vagabunda ordinária. Arremessei a porta fechando-a de vez, eu estava em extrema tensão com essa maldita mulher, odiando cada vez mais cada segundo ao seu lado tudo.

-Nossa, não precisava quebrar a porta.

-Não perturbe Baltazar, não estou com cabeça agora.

-Isso tudo por Catherine?

-Não por ela, nunca. E você nunca deveria ter falado algo meu para aquela cachorra, lembre-se de ficar calado agora.

-Santiago gostou dela, viu os olhares do meu canto enquanto os observava, não posso culpá-lo, no entanto.

-Se está tentando me provocar, perdeu tempo. Amanhã terei um encontro com uns fornecedores e Santiago como um dos sócios me acompanhará, tratarei com ele o preço por ela, que fique depois que eu tiver o que o Montenegro roubou de meu pai, ela será dele, é só pagar.

-Está de brincadeira comigo?

-Não, estou bem sério e você sabe disso.

-Pare de torturar essa menina!

-Não, isso me dá bastante prazer pode acreditar. -Ele me olhou sem acreditar, mais não me questionou.

-Vai desrespeitar ainda mais Catherine? Isso não se faz Remy, não seja cruel ela já passa por tantas coisas.

-O pai dela deveria está pagando, mais como está inválida, ela receberá no lugar dele. Até mais tarde. -Juntei meu paletó saindo do quarto, era temor que eu queria ver em seus olhos e era isso que eu veria.

CATHERINE

Pensar em meu pai era tudo que pelo menos não me fazia enlouquecer, eu tinham perdido minha vida e minha família pelo ódio, tinha conhecido um homem ruim que me tratava feito bicho, não pelo trabalho que eu fazia, mais pelas humilhações e xingamentos diários. Ele tinha me dado meu primeiro beijo e fechando meus olhos, eu tentei imaginar uma linda história para mim, algo feliz que talvez pudesse ser lindo se não fosse apenas a minha imaginação. Andei até a mesa com uma bandeja de comida e ele estava lá, sempre em seu terno caro e olhar impiedoso, eu me perguntava se um dia o seu coração amoleceria, se um dia haveria luz e felicidade por algo bom dentro de si.

MARIDO & MULHERWhere stories live. Discover now