Te encontrar*

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REMY

Por mais difícil que tenha sido a verdade, ela não poderia ser esquecida principalmente quando meu próprio pai tentou contra minha vida depois de tudo que fiz, a decepção era evidente dentro de mim, estampada bem ali. A tristeza por Catherine só aumentava a intensa dor, ela tinha me escondido à verdade sobre minha própria mãe, ocultado de mim a razão de toda minha vida.

-Seus familiares estão chegando, você realmente estava desaparecido. -A mulher a minha frente tinha salvado minha vida, Deus a tinha posto no lugar e no momento exatamente certo.

-Muito obrigado, salvou minha vida.

-Não há de quê. Eu te chamaria para tomar um vinho na minha casa, cheguei a pensar realmente que a vida estava te enviando pra mim, mais não, você além de ter mulher, ainda carrega uma penca de filhos, estou fora.

-Talvez eu não tenha mulher a partir de hoje. Apenas os filhos.

-Por quê?

-Ela errou comigo, me escondeu algo que jamais iria me contar, escondeu minha história, talvez por castigo, para vingar-se do que a fiz.

-Nossa, estou pulando fora completamente agora, família lotada e complicada não é comigo, Remy. Chutei vários e me surpreende com o seu verdadeiro, você não tem cara de Remy. -Antonella falava mais meus pensamentos permaneciam em outro lugar. A porta foi aberta e com pressa eu a vi entrar me agarrando por seus braços, o choro baixo cortava minha alma, ela estava chorando por mim.

-Remy, eu rezei tanto para que estivesse bem, tanto. Olha isso...-Ela sussurrou tocando em meu peito enfaixado e tremendo ali, diante de mim.

-Ele poderia ter te feito mal, ele poderia... matado você.. -Mais uma vez seus braços me rodearam, ela parecia em desespero me fazendo agarrar uma centelha de esperança que não poderia existir mais, nós.

-Porque escondeu a verdade de mim? -Sussurrei duro e sem nenhuma palavra, ela parou. Eu precisa entender.

-Esse não é o momento Remy, você precisa...

-Não! Eu não preciso de nada além de saber o porquê de você ter me escondido tudo. Sabia o que fiz por conta de meu pai, sentiu na pele as minhas ações e nem mesmo assim teve a intenção de me contar isso!

-Você jamais teria acreditado em mim, jamais. Seu pai com toda certeza teria inventado algo novo e você me chamado de louca em algum momento. Passei pouco tempo ao seu lado, mais foi suficiente para saber com quem estava lidando, não tem direito de cobrar nada. -Ela gritou duramente me olhando, onde eu podia ver as lágrimas escorrerem.

-Se você tivesse me dito tudo antes, poderíamos estar juntos, eu já teria rompido com Rubens e indo atrás de você!

-Você não entende, eu tive que ver suas maldades e bondades contra mim, te amar quando me protegia do seu pai e te odiar quando me jogava para o lado junto a sua filha por Rubens. Não era meu segredo, era seu para descobrir, e você deveria ter vindo atrás de nós muito antes, sem precisar que eu interferisse para isso. -A vi se encolher e não pude não me magoar, eu sentia sua dor ligado à minha, mais minha cabeça dura não entendia suas razões.

-OPA! Acho que já ouvi demais... -Paramos e vi quando seu olhar fixou-se em Antonella, eu a tinha esquecido completamente.

-Quem é você?. -Catherine sussurrou com os olhos bravos e eu poderia entender bem o que se passava dentro de sua cabeça.

-Uma amiga querida, não lhe interessa, agora saia daqui. -Era mentira, mais foi o suficiente para a afastar.

-Morri de preocupação achando que Rubens tinha matado você, sofri junto a seus filhos preocupada, mesmo você não merecendo e você estava no momento mais difícil com uma vagabunda?

-Olha aqui eu não...

-Cala a boca sua cadela! Pode ficar calada no seu lugar agora mesmo! -Seu olhar voltou para o meu e muito mais que apenas desespero, eu pude ver ali.

-Eu não vou me importar mais, você e seu pai são duas pessoas que se merecem, aposto que você está ao lado dele mesmo depois da atrocidade que ele fez a sua mãe. Seja feliz com quem escolher e me perdoe se algum dia eu me preocupei, não vai acontecer mais. Acho que minha estupidez acaba aqui, você já estava em boas mãos há muito tempo. -Foram suas últimas palavras emocionadas antes da porta então bater, mais uma vez eu a tinha magoado, minha raiva tinha passado a frente mais uma vez.

-Você é um idiota sabia? Não deveria ter feito aquilo. Era nítida a preocupação dela com você, completamente compreensível ela me chamar de vagabunda. Idiota. -Antonella saiu pela porta e no meio do nada eu fiquei ali, eu precisava de ajuda, precisava me recuperar e enfim terminar com tudo do meu pai, eu queria vingança e a teria sem medir esforços, eu só não sabia se iria conseguir sabendo o que eu poderia perder.

CATHERINE

-Quando ele sai?

-O médico deu alguns dias apenas, agora ele tem um novo alguém que deve tomar contar de sua vida agora. Queria que Baltazar tivesse aqui, mais eu sei que sua família também é importante e eu preciso resolver as coisas sozinha agora.

-Remy é um idiota Catherine, assim como Daniele. Você é uma pessoa boa que cuida como uma verdadeira mãe para sua filha, que me trata bem mesmo me conhecendo tão pouco. Você merece algo bem melhor que ele. -Sentada ao seu lado eu o abracei ali, Renan estava com a pequena que dormia em seus braços em um sono calmo, sem imaginar tudo a sua volta.

-Não fale isso, é seu pai ainda.

-Isso eu não tenho certeza, quem garante que vai me querer ainda? Talvez eu nem mesmo tenha um lugar para ir.

-Você sempre terá a mim querido, sempre. Eu te criarei junto a sua irmã, como um filho. Nem pense em bobagens, eu estarei aqui sempre.

-Obrigado Catherine. -Ouvi seu sussurro me deu a certeza que eu poderia ser forte, viver sem o amor de Remy, não acabaria comigo, eu não poderia chorar por algo que nunca tive dele.

** *** **

-Odeio te ver com esses olhos, sem esperança. -Coloquei Amora no berço e o fintei.

-Desculpe, eu não ando muito bem ultimamente. -Tentei sorrir, mais era algo que eu não conseguia tão bem.

-Vai desistir dele?

-Já desistir a muito tempo querido. Remy nem prestou atenção em mim quando fui lá, eu estava morrendo de preocupação e quando o médico falou que ele tinha sido baleado, eu não pensei em mais nada. Corri feito uma idiota e me joguei nele, Remy me tratou como um nada antes me culpando e jogando em minha cara seu novo alguém. -Seus braços me rodearam e o choro me acompanhou, eu estava perdida.

-Ele não tem ideia do que está fazendo, não sabe o valor que você tem, não sabe de nada Catherine. -Suas mãos seguraram firmes em meu rosto quando seu olhar foi de encontro ao meu.

-Eu te amo. -O toque de sua boca na minha tinha sido inesperado, era o segundo homem que já tinha beijado na vida, ele não era Remy, ele era o amor que eu não poderia ter.

RUBENS

-Quero o menino e a menina aqui comigo, agora que Remy não pode se meter mais, eu preciso levar comigo meus netos.

-Você disse que a menina não era importante Rubens.

-Não pra mim Basílio, mais para Júlio é. Não quero sair do país sem deixar minha marca para os Montenegro.

-Certo então, vou preparar um sequestro, será melhor pegar um a um do que os dois de uma vez.

-Não importa os métodos, eu quero os resultados. -Meu ódio pelos Montenegro jamais iria acabar, era algo que passaria até nossa última geração.


MARIDO & MULHEROnde histórias criam vida. Descubra agora