A Princesa Da Morte

Part 6

Organizar ataques nunca foi a minha praia afinal nós não precisamos disso quando estamos a trabalhar coo fora da lei. Na rua não existe plano prévio, nós vamos até lá e pensamos como fazer segundo as circunstâncias em que nos encontramos.

- Helena como é que vai o plano?

- Mais ou menos. Nunca fui muito boa em fazer planos.

- Sabes que esta pode ser a nossa ultima missão ?

- Óbvio que sei não sou nenhuma parvinha Jake mas neste momento é a nossa melhor opção.

- Isso é verdade. Também a nossa vida já não vale nada por isso. Só não nos podem descobrir. Se começam uma guerra vão ser estas pessoas que não tem culpa de nada a pagar pelos erros dos outros.

Nisto ele tem total razão. Sermos descobertos é igual a começar uma guerra sem fim onde apenas as pessoas que não tem culpa de nada vão ser prejudicadas enquanto que aqueles que deviam ser punidos vão continuar no topo a cantar de galo. Não posso deixar que isso aconteça pois posso ficar sem a coroa e mesmo que eu a consiga o que é que vale um reino sem população? Nada.

- Jake vem comigo escolher os soldados.

Pelo caminho fomos colocando hipóteses acerca do porque do rei se querer livrar dos novatos:

- Talvez ele os ache muito fracos e queira livrar as mãos deles. Assim ele iria ficar apenas com os soldados que, segundo ele, valem a pena.

Era uma possível ideia. Hoje em dia, pelo que estudei, os reinos são vistos pelos seus exércitos e quanto mais fortes e mais volumosos mais difícil é de algum dos outros reinos tentar uma invasão. isto não quer dizer que invalida a opção de invadir mas diminui as chances de essa ser a opção mais apreciada.

Alem de escolher os soldados também tenho de os treinar. Acabei por deixar essa tarefa com o Jake. Ele vai gostar de ter um novatos para ensinar. As lutas já fazem parte do sangue dele. Ele é filho de um general muito poderoso que pelo que as pessoas comentam nunca perdeu uma batalha. É apenas uma mentira, ninguém consegue evoluir sem errar ou perder primeiro. Se nada corre mal não sabes dar valor ao que corre bem. O Jake, apesar de não demonstrar, também tem o seu espírito de liderança bem defenido. Eu sempre achei que ele não gosta desse lado da personalidade dele talvez porque lhe lembre o pai.

- Aqueles serão óptimos Helena.

Ele está a falar de um grupo de rapazes que estavam a ser maltratados por aqueles que se acham melhores. Eles podem ser aquilo que precisamos. Quando as pessoas são reprimidas a sua vontade de vencer aumenta. Com o treinamento certo e força de vontade com certeza eles conseguem chegar aquilo que precisamos.

- Vamos ver se eles vão ficar a treinar depois que acabar o treino com o treinador.

Sentar e assistir não tem tanta piada quanto participar. Acabou que me fartei de estar a ver e decidi ir dar uma volta pelo jardim real. A minha infância foi passada aqui. Eu passava os meus dias a brincar aqui com as empregadas ou então a correr pelo jardim atrás de algum animal que aqui vinha parar vindo da floresta. Pensar que este sitio já foi a minha casa trás um pouco de dor.

Quando crescemos começamos a tornar-nos algo maior do que os outros podem ser e ai vemos a realidade em que vivemos. Desta nova visão só tem duas saídas possíveis. Ou engoles e vives na mentira, tentando acreditar que tudo é perfeito e que aquilo de errado que vez são apenas coisas da tua cabeça, ou te revoltas contra aquilo que vez e decides mudar a tua vida. Eu mudei e a mudança trás sempre consequências atrás. No meu caso deixem de ter o castelo como casa, deixei de ter pais, perdi tudo aquilo que eu sempre tive como certo na minha vida. Em contrapartida ganhei poder, maturidade, liberdade e força de vontade para mudar aquilo que me atrapalha ou que eu acho errado na minha vida. Doeu sair daqui? Imenso. talvez tenha sido a pior dor da minha vida mas agora consigo ver que eu não preciso de ninguém para ser feliz, para ter a minha vida e para seguir os meus sonhos. Aqui eu era uma escrava, lá fora eu sou a dona dos escravos. Ninguém precisa de ninguém para alcançar os seus objectivos, muito pelo contrario, as vezes ter muita gente a nossa volta só atrapalha.

Acabou que caiu a noite e eu aqui fora a pensar na vida e a filosofar no meus pensamentos. Tenho de entrar, a noite é perigosa e eu estou desarmada. Voltar a dormir dentro destas quatro paredes está a ser uma sensação horrível. Tenho saudades do meu tecto negro da noite. Eu até dormia aqui no jardim mas ele não tem segurança nenhuma pelo que eu estou a ver. Amanha é possível que já parta para Green Emerald em missão. Pode ser a mina ultima noite no castelo mas agora não tem como voltar atrás, eu tenho de partir mesmo que não tenha intenções de matar o rei. Tenho de descansar mas primeiro vou falar já com os rapazitos. A pior parte, odeio convencer gente a fazer as coisas.

Para minha sorte eles já estavam todos a minha espera, muito provavelmente a mandado do Jake.

- Para aqueles que não me conhecem sou a Princesa Helena Black Emerald, provavelmente vocês conhecem-me como Princesa da Morte e eu também prefiro ser tratada por ele. Todos vocês foram escolhidos por mim durante o vosso treino. Eu quero que vocês venham em missão comigo. Não vos vou dizer que vai correr tudo bem ou algo do género. Esta viagem pode ser a nossa entrada para o inferno mas isso não nos impede de ir. Esta é a vossa oportunidade de mostrar ao rei que valem a pena e que não são apenas mais um fracasso. Aqueles que não querem arriscar que fiquem mas só não se esqueçam que aqui vocês também não vão ter futuro. O rei livra-se daquilo que lhe é inútil.

Eles ficam com medo e não os culpo por isso, eu também teria medo se estivesse daquele lado, mas apesar do medo nenhum deles desistiu da missão e isso já mostra muita coragem. nem todos aceitam assim ir numa missão que nem sabem qual o objectivo. só lhe irei dizer quando estivermos prestes a sair e essa será a segunda oportunidade deles de desistirem.

O próximo passo é ir para a estrada em direcção a Green Emerald com a esperança que irá tudo correr bem e que não vou morrer com uma espada a trespassar o meu peito