part 18

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Três dias se passaram desde que estive a investigar. Não encontrei nada de mais e os guardas também ainda não acabaram as buscas. Nunca mais tivemos qualquer contacto com as pessoas que tem a Amélia. É como se elas tivessem desaparecido do mundo porque nem uma pista eu tenho acerca de quem são. Cada vez se está a tornar mais complicado descobrir onde ela está agora. Quanto mais tempo passa menos possibilidades temos de a encontrar. As vezes penso se vale a pena estar a procura dela. Nós podemos nunca mais a voltar a ver. Quem a tem pode já a ter levado para muito longe e nós não sabemos.

O rei quase não sai dos aposentos e quando sai é para ter reuniões acerca dos avanços que temos que são muito poucos. Não sei mesmo por onde continuar a tentar.

Só sai daqui para treinar. Estou fechada no meu quarto a trabalhar a três dias e não consigo nada de novo.

- Princesa Helena. Os Reis estão a sua espera na sala do trono.

Levantei-me e acompanhei o guarda que me veio chamar. A minha vida agora é assim. Acho que não há nenhum guarda que não saiba o caminho para os meus aposentos nesta altura.

- Muito obrigada por me chamar.

Os reis estavam sentados todos na volta da mesa com um monte de papeis à volta. Desta vez o príncipe que eu não sei o nome, filho do rei Conor, e a sua mãe também aqui estão.

- Pediram a minha presença?

- Sim. Senta-te por favor.

Sentei-me e esperei.

- Bem. Tu disses-te que Purple Emerald é uma possibilidade, certo?

- Sim é. Não tenho certezas mas não estou a descartar também nenhuma hipótese.

- Tens mais alguma coisa que saibas?

- Bem tenho a certeza de que alguém que está dentro da corte encomendou o rapto da princesa ou pelo menos ajudou.

-De onde vem essa acusação?

- Ninguém sabia que a princesa ia sair do reino além do rei e de algumas pessoas da corte. Ou alguma delas falou ou então alguém que tem acesso ao castelo ouviu a conversa e falou com quem a raptou.

- É um pensamento acertado. Bem nós temos que ir até Purple Emerald. Como é uma hipótese que nos apresentas-te achamos melhor que vás conosco e enquanto estamos por lá a resolver as coisas tu vais vasculhar o reino com mais alguém contigo e vês se descobres mais alguma coisa ou se encontras a princesa. Concordas?

- Concordo sim Rei Conor. Mas quem é que vai comigo? Sou eu quem escolho ou as altezas querem que eu leve mais alguém comigo que os senhores decidiram?

- Escolhe tu. É mais eficiente.

Acenei que sim. perguntei se era só e o rei disse-me que partíamos no dia seguinte bem cedo. Levantei-me, fiz a vénia de respeito e fui embora arranjar aquilo que preciso e falar com o Jake. Ele vai comigo.

Ele estava mais uma vez a treinar os novatos e mais uma vez a coisa parecia não correr nada bem. Eu via pela sua cara que ele não estava muito calmo a treiná-los e foi ai que percebi que eram os mesmos da ultima vez e que muitos deles ainda não tinham saído do mesmo exercício. Quando o Jake me viu chamou-me.

- Que trás a majestade aqui?

-Cala a boca. Tenho de falar contigo acerca de uma coisa mas falamos quando acabares o treino dos miúdos.

- Fala já. Não vale a pena eu estar com muita coisa. Eles não querem aprender e fazem de tudo para não aprenderem. Não vou estar a estragar o meu tempo com eles.

- Os reis amanhã vão para Purple Emerald e eu quero que tu vás comigo para vasculharmos o reino enquanto os reis estão a resolver lá os probleminhas deles.

-Vamos só nós dois vasculhar?

- Sim. Não é preciso mais ninguém. Já fizemos isto milhares de vezes.

- Tudo bem quando saímos?

-Amanhã cedo. Agora vai treinar os miúdos que eu quero assistir ao treino.

Sentei-me num dos muros que não era tão alto assim e fiquei a ver o treino. Depois de eu estar lá há algum tempo vi os reis e as suas famílias aproximarem-se para ver. Como sou maravilhosa abri a porta para os reis. Não foi por respeito apenas quem estava a tentar abrir a porta era a rainha Aurora e não estava a conseguir.

-Muito obrigada minha querida. Estes homens já nem sabem ajudar uma mulher.

-De nada majestade.

Todos eles ficaram perto de mim e eu sentei-me de novo no muro e ficamos a ver.

-Os miúdos não querem aprender Edward.- O rei Conor falou.

- Não os posso matar por isso. Estamos a tentar de tudo mas eles acham que já sabem tudo o que tem a saber.

- São crianças mimadas que não sabem o que fazer se se vêm sozinhas não sabem fazer nada.- Desta vez foi a rainha Aurora quem falou.

-São todos filhos de nobres Aurora.

-Eu sei. Nota-se só pelo comportamento deles.

Neste caso os reis tinham razão. Eles não estavam a aprender porque não queriam. Talvez se ficassem numa situação real vissem que são uns coitadinhos que não sabem fazer nada.

-Não é assim! Quantas vezes eu já te disse que tens de distribuir o teu peso bem? Se continuas assim morres mal o inimigo se aproxima de ti.

O Jake estava a ficar doido com tanta falta de vontade de aprender a lutar dos miúdos. Eu acho que qualquer um ficaria. Tantos querem aprender e não podem e estes que tem a oportunidade não querem nem saber dela.

-Majestades posso ajudar no treino deles?

-Claro Helena. Vai lá.- O rei Conor foi o primeiro a dar-me a bandeira branca. Os outros reis todos fizeram gesto de sim.

Aproximei-me e decidi que iria desafiar os miúdos:

- Quem daqui acha que já sabe lutar e que isto não serve para nada?- Todos levantaram a mão.- Então um a um vai lutar contra mim. Quem ganhar passa para a guarda, quem perder vai voltar para o primeiro ano de treino. Entendido?

Nenhum se mostrou intimidado com o desafio e aceitaram-no. Talvez por eu ser mulher.

No final nenhum me deu trabalho algum para ganhar. parecia uma brincadeira de crianças.

-Como combinado todos voltam para o primeiro ano de treino porque nenhum me ganhou. Bom trabalho.

Nenhum gostou e todos começaram a protestar. Muitos tentaram a ajuda dos reis que apenas disseram que trato é trato e que eles iam sim voltar para o primeiro ano. Nada contentes todos eles disseram que iam falar com os pais e que eu ia ser punida pelo que eu estava a fazer. Só dava vontade de rir.

-Bem arranjas-te uma boa forma de lhes mostrar que não sabem nada minha querida.

-Obrigada Rainha Aurora. Eu sabia que nenhum ia recusar e também sabia que nenhum me ia ganhar. Mas serviu para eles verem que as coisas não são como eles querem. Mas majestades eu acredito que os pais realmente venham cá reclamar.

-Não te preocupes com isso.- O rei Conor começou.- Nenhum dos pais deles sabem o que andam a fazer no campo de batalha. Caso comecem a arranjar muita confusão propomos um desafio também. Parece que resulta.

A Rainha e mulher do Rei Conor bateu-lhe no braço.

-Ai.

-Bem feita. Achas bem andar a desafiar as pessoas por ai?

-Acho. Eles acham-se melhor que os outros queres que eu faça o quê? Não se vão sair a rir daqui e isso eu tenho a certeza.

Eu sai sem que ninguém percebe-se e voltei para os meus aposentos onde fiquei calmamente a trabalhar. Mais trabalho para mim.

A Princesa Da MorteUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum