part 24

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Helena... Helena...

Há uma voz que não me deixa descansar em paz. Eu só quero fechar os olhos.

Helena... Helena...

Eu acho que estou a ficar louca. Como é que eu estou a ouvir vozes? Eu estou morta e estou a pensar. Mas esta voz não me deixa ir embora. Sempre que estou prestes a ir ela perturba-me de novo.

Abre os olhos Helena.... Levanta-te...

Mesmo com muito esforço tentar abrir os olhos mas não consegui.

- Eu não consigo. Deixa-me em paz.

Abre os olhos Helena... Abre os olhos...

Aquela voz não me deixava em paz. O seu pedido era sempre o mesmo: Abre os olhos...

Tentei uma última vez. Não queria mas se eu não o fizesse aquela voz não me ia deixar em paz. Eu tentei e consegui. Eu abri os olhos mas estava tudo borrado à minha volta.

- Helena acordas-te.

Eu conhecia aquela voz mas não sei de quem é. A minha visão aos poucos foi voltando e a única coisa que vi foi um rapaz. Ele era bonito. Eu tenho a impressão que o conheço mas não me lembro de quem ele é.

Eu tentei levantar-me mas ele não me deixou.

-Não podes levantar-te. Acabaste de acordar e vais magoar-te se te mexeres.

- Quem és tu?

- Sou o príncipe Alexander. Não te lembras de mim?

Quando ele disse o nome dele todas as memórias voltaram. O rei Edward tinha sido ferido. As lembranças que eu tinha não eram as melhores e um certo medo passou pelo meu corpo.

- O que aconteceu depois que eu apaguei?

- Os reis juntaram-se e tiraram-te de lá.

- O rei Edward?

- Está vivo e muito bem de saúde.

Um alivio passou pelo meu corpo. Pelo menos ninguém se magoou. Quer dizer não sei toda a gente.

- A Amélia?

- Não sei. Eu voltei contigo para a carruagem e trouxe-te de volta. Os reis ficaram lá. Não sei se a trouxeram ou não.

Eu levantei-me mesmo com dificuldade. Não podia ficar aqui sentada sem saber se a Amélia tinha voltado ou não. Ele ficou impressionado com a rapidez com que eu já queria sair para trabalhar mas a verdade é que a preocupação que me fazia levantar e andar. Se ela tiver ficado com eles está a correr mais risco do que já estava. Nunca imaginei que eles fossem aparecer assim em frente a toda a gente a mostrar os seus feitos horríveis.

Os reis estavam todos reunidos na sala do trono. Quando cheguei lá eu ouvi uma conversa um pouco estranha.

- Vais puni-la?

- Não. Porque é que eu deveria puni-la?

- Ela matou o teu filho.

- E salvou a minha filha Conor. Nós dois sabemos bem quem é mais importante.

- Eu sei que a Amélia é tua filha e que ele era bastardo por parte da tua mulher mas mesmo assim ele estava aqui como príncipe.

- Ele só aqui estava porque a mãe fez um acordo com os antigos anciões. Por mim ele tinha crescido na nobreza juntamente com todas as outras crianças.

- Sim eu sei. Mas não achas mais sensato...

- Conor eu não vou estar a lamentar-me por um filho que nem era meu. Ele mereceu tudo o que lhe aconteceu e esta conversa acaba aqui. A Helena vai continuar a missão dela trazer de novo a minha filha e depois vai fazer a vida dela.

Eu percebi que o rei estava a ser apenas racional. Eu devia ser punida. Talvez não fosse morta mas pelo menos castigada eu seria se o rei Edward fizesse queixa daquilo que eu fiz. Eu já nem me lembrava daquilo que eu tinha feito. O castelo pelo menos não entrou em luto.

- Posso majestades?

- Claro Helena entra.

- Eu só queria fazer uma pergunta. A Amélia ficou com eles não ficou?

- Sim querida. Infelizmente não a conseguimos trazer de volta para casa.

Eu virei costas. Não quero ouvir mais nada vindo deles. Eles podiam ter tentado mas a única coisa que fazem é lamentarem-se. Eu dei a minha vida para que eles a conseguissem trazer de volta em segurança e eles não fazem nada.

Os guardas estavam todos a treinar com um general qualquer que tinha vindo não sei de onde. Não me dei ao trabalho de saber quem é eu só preciso de encontrar o Jake para treinar e falar com ele para saber como é que vamos fazer para entrar no reino.

Quando cheguei ao campo de treino o general mandou os guardas pararem e olharem para mim. Todos eles baixaram a cabeça e cumprimentaram-me com respeito. O general não gostou.

- Vocês são um monte de cobardes. Baixam-se e veneram uma mulherzinha que não vale nada. Ela não passa de uma rebeldezinha qualquer.

- General não é bem assim. - Um guarda começou.

- Ai não? então diz-me o que ela tem diferente dos outros?

- Ela é a princesa de Black Emerald. Aquela que estava desaparecida. Ela foi treinada e agora é uma das melhores guerreiras que faz parte do reino. Ela até matou o príncipe quando ele ia matar a sua irmã no confronto que houve.

- Ainda acreditam em histórias para crianças? Patético.

- O que eles dizem é verdade pai.- O Jake passou por trás de mim.- Eu mesmo a treinei e ela é melhor do que qualquer um que tu tenhas treinado em toda a tua vida.

Eu sabia que estava a conhecer aquele homem de algum lado. Ele e o Jake até que são parecidos mas tem personalidades completamente diferentes. Agora percebo o porquê do Jake ter saído de casa tão cedo.

- Ai é? Então ela vai lutar com o meu melhor guerreiro. Ele é conhecido por arrancar a cabeça das pessoas com as próprias mãos.

- Vindo da sua boca deve ser uma balela como aquela que diz de ter ganhado todas as batalhas em que participou.

- Que disses-te garota?

- Além de mentiroso é surdo. Ouviu muito bem o que eu disse e não venha com histórias para cima de mim. E já agora essa cara de sou um homem muito mau não resulta.

- Já que estas com tanta coragem lutas contra mim. Vamos ver se eu não ganho todas as batalhas em que eu participo.

- Estou a espera.

Isto vai ser o suficiente para eu descarregar toda a minha raiva e depois de já estar calma ir resolver os problemas que tenho a resolver com o Jake.

O general está muito confiante de que vai ganhar. Todos os seus guerreiros estão a sua volta a gritar o seu nome. Já os nossos guardas estão quietos e calados apenas a verem atentamente o que se passa a nossa volta.

- Nem os teus guardas confiam em ti.

- Nós não precisamos de fazer barulho para mostrar que somos bons. Nós mostramos o nosso valor na luta.

A luta começou. Para um general ele era bem fraco ou então sou eu que estou com muita raiva acumulada. Não demorou muito e derrubei-o no chão. Encostei-lhe a espada ao pescoço e disse:

- Eu sou a Princesa da Morte e tenho muito prazer em ser a primeira a ganhar uma batalha contra si.

Eu sai de lá calma e satisfeita. Os guardas ficaram muito felizes por verem o valor a ser mostrado com atos e eu ouvi eles a gritarem o meu nome.

- Jake vai ter comigo a biblioteca. Temos muito para resolver.

- Ir buscar a Helena?

- Sim e eu quero fazer tudo ficar pronto para desta vez não haver falhas. Aparece lá quando conseguires.

- Lá estarei.


A Princesa Da MorteWhere stories live. Discover now