Helena... Helena...
Há uma voz que não me deixa descansar em paz. Eu só quero fechar os olhos.
Helena... Helena...
Eu acho que estou a ficar louca. Como é que eu estou a ouvir vozes? Eu estou morta e estou a pensar. Mas esta voz não me deixa ir embora. Sempre que estou prestes a ir ela perturba-me de novo.
Abre os olhos Helena.... Levanta-te...
Mesmo com muito esforço tentar abrir os olhos mas não consegui.
- Eu não consigo. Deixa-me em paz.
Abre os olhos Helena... Abre os olhos...
Aquela voz não me deixava em paz. O seu pedido era sempre o mesmo: Abre os olhos...
Tentei uma última vez. Não queria mas se eu não o fizesse aquela voz não me ia deixar em paz. Eu tentei e consegui. Eu abri os olhos mas estava tudo borrado à minha volta.
- Helena acordas-te.
Eu conhecia aquela voz mas não sei de quem é. A minha visão aos poucos foi voltando e a única coisa que vi foi um rapaz. Ele era bonito. Eu tenho a impressão que o conheço mas não me lembro de quem ele é.
Eu tentei levantar-me mas ele não me deixou.
-Não podes levantar-te. Acabaste de acordar e vais magoar-te se te mexeres.
- Quem és tu?
- Sou o príncipe Alexander. Não te lembras de mim?
Quando ele disse o nome dele todas as memórias voltaram. O rei Edward tinha sido ferido. As lembranças que eu tinha não eram as melhores e um certo medo passou pelo meu corpo.
- O que aconteceu depois que eu apaguei?
- Os reis juntaram-se e tiraram-te de lá.
- O rei Edward?
- Está vivo e muito bem de saúde.
Um alivio passou pelo meu corpo. Pelo menos ninguém se magoou. Quer dizer não sei toda a gente.
- A Amélia?
- Não sei. Eu voltei contigo para a carruagem e trouxe-te de volta. Os reis ficaram lá. Não sei se a trouxeram ou não.
Eu levantei-me mesmo com dificuldade. Não podia ficar aqui sentada sem saber se a Amélia tinha voltado ou não. Ele ficou impressionado com a rapidez com que eu já queria sair para trabalhar mas a verdade é que a preocupação que me fazia levantar e andar. Se ela tiver ficado com eles está a correr mais risco do que já estava. Nunca imaginei que eles fossem aparecer assim em frente a toda a gente a mostrar os seus feitos horríveis.
Os reis estavam todos reunidos na sala do trono. Quando cheguei lá eu ouvi uma conversa um pouco estranha.
- Vais puni-la?
- Não. Porque é que eu deveria puni-la?
- Ela matou o teu filho.
- E salvou a minha filha Conor. Nós dois sabemos bem quem é mais importante.
- Eu sei que a Amélia é tua filha e que ele era bastardo por parte da tua mulher mas mesmo assim ele estava aqui como príncipe.
- Ele só aqui estava porque a mãe fez um acordo com os antigos anciões. Por mim ele tinha crescido na nobreza juntamente com todas as outras crianças.
- Sim eu sei. Mas não achas mais sensato...
- Conor eu não vou estar a lamentar-me por um filho que nem era meu. Ele mereceu tudo o que lhe aconteceu e esta conversa acaba aqui. A Helena vai continuar a missão dela trazer de novo a minha filha e depois vai fazer a vida dela.
Eu percebi que o rei estava a ser apenas racional. Eu devia ser punida. Talvez não fosse morta mas pelo menos castigada eu seria se o rei Edward fizesse queixa daquilo que eu fiz. Eu já nem me lembrava daquilo que eu tinha feito. O castelo pelo menos não entrou em luto.
- Posso majestades?
- Claro Helena entra.
- Eu só queria fazer uma pergunta. A Amélia ficou com eles não ficou?
- Sim querida. Infelizmente não a conseguimos trazer de volta para casa.
Eu virei costas. Não quero ouvir mais nada vindo deles. Eles podiam ter tentado mas a única coisa que fazem é lamentarem-se. Eu dei a minha vida para que eles a conseguissem trazer de volta em segurança e eles não fazem nada.
Os guardas estavam todos a treinar com um general qualquer que tinha vindo não sei de onde. Não me dei ao trabalho de saber quem é eu só preciso de encontrar o Jake para treinar e falar com ele para saber como é que vamos fazer para entrar no reino.
Quando cheguei ao campo de treino o general mandou os guardas pararem e olharem para mim. Todos eles baixaram a cabeça e cumprimentaram-me com respeito. O general não gostou.
- Vocês são um monte de cobardes. Baixam-se e veneram uma mulherzinha que não vale nada. Ela não passa de uma rebeldezinha qualquer.
- General não é bem assim. - Um guarda começou.
- Ai não? então diz-me o que ela tem diferente dos outros?
- Ela é a princesa de Black Emerald. Aquela que estava desaparecida. Ela foi treinada e agora é uma das melhores guerreiras que faz parte do reino. Ela até matou o príncipe quando ele ia matar a sua irmã no confronto que houve.
- Ainda acreditam em histórias para crianças? Patético.
- O que eles dizem é verdade pai.- O Jake passou por trás de mim.- Eu mesmo a treinei e ela é melhor do que qualquer um que tu tenhas treinado em toda a tua vida.
Eu sabia que estava a conhecer aquele homem de algum lado. Ele e o Jake até que são parecidos mas tem personalidades completamente diferentes. Agora percebo o porquê do Jake ter saído de casa tão cedo.
- Ai é? Então ela vai lutar com o meu melhor guerreiro. Ele é conhecido por arrancar a cabeça das pessoas com as próprias mãos.
- Vindo da sua boca deve ser uma balela como aquela que diz de ter ganhado todas as batalhas em que participou.
- Que disses-te garota?
- Além de mentiroso é surdo. Ouviu muito bem o que eu disse e não venha com histórias para cima de mim. E já agora essa cara de sou um homem muito mau não resulta.
- Já que estas com tanta coragem lutas contra mim. Vamos ver se eu não ganho todas as batalhas em que eu participo.
- Estou a espera.
Isto vai ser o suficiente para eu descarregar toda a minha raiva e depois de já estar calma ir resolver os problemas que tenho a resolver com o Jake.
O general está muito confiante de que vai ganhar. Todos os seus guerreiros estão a sua volta a gritar o seu nome. Já os nossos guardas estão quietos e calados apenas a verem atentamente o que se passa a nossa volta.
- Nem os teus guardas confiam em ti.
- Nós não precisamos de fazer barulho para mostrar que somos bons. Nós mostramos o nosso valor na luta.
A luta começou. Para um general ele era bem fraco ou então sou eu que estou com muita raiva acumulada. Não demorou muito e derrubei-o no chão. Encostei-lhe a espada ao pescoço e disse:
- Eu sou a Princesa da Morte e tenho muito prazer em ser a primeira a ganhar uma batalha contra si.
Eu sai de lá calma e satisfeita. Os guardas ficaram muito felizes por verem o valor a ser mostrado com atos e eu ouvi eles a gritarem o meu nome.
- Jake vai ter comigo a biblioteca. Temos muito para resolver.
- Ir buscar a Helena?
- Sim e eu quero fazer tudo ficar pronto para desta vez não haver falhas. Aparece lá quando conseguires.
- Lá estarei.
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A Princesa Da Morte
FantasyNinguém tem uma vida fácil. Nem mesmo a de Helena era. Helena vivia no grande castelo de Black Emerald até ao dia em que teve de sair para fugir das garras de seu pai. Agora ela volta para reclamar aquilo que lhe pertence. Agora ela volta uma ou...