Treze - Camila

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Camila Velay

A proporção em que nos aproximamos do local onde acontecerá o baile anual da fundação, meu coração acelera e é possível ouvir cada batida o que me deixa ainda mais nervosa, minha ansiedade aumentou desde que sai de casa e eu não sei como diminuí-la. Contudo o lugar é longe da cidade, pois estamos a mais de cinquenta minutos dentro do carro, embora o céu esteja escuro não da para ignorar quando a maioria das estrelas somem, as árvores e as pequenas casas e prédios delicadas de New Layston desaparecem e são substituídas por uma cidade iluminada e luxuosa, luzes em todos os lugares, casas decoradas, prédios gigantes luxuosos e muitas pessoas andando sobre as ruas nesse horário de sábado.

Me senti feliz quando minha teoria estava certa e confirmou por uma placa escrito Serafins City em uma lojinha. Já estudei um pouco sobre a cidade e assisti algumas matérias na TV, porém nada se compara com o que havia visto e lido. A cidade é famosa por ser tão pequena e mesmo assim ser extrema no luxo e na beleza e só se tornou mundialmente famosa depois de hospedar a marca Esmeltin. Me sinto um alienígena diante de tantos contrições incríveis.

No entanto, não é apenas eu que encaro pela janela cada detalhe da cidade. Mason carrega um olhar duro enquanto espia também. Talvez quando ele morava aqui, odiava tudo.

O vestido que escolhi com ajuda de Ally é completamente diferente de qualquer roupa que já vesti antes. Não é muito chamativo e achei que é a minha cara, seu tecido é de pura seda, há um pequeno corte entre as pernas com o comprimento dos pés até os joelhos, assim deixa mais fácil de caminhar. O mesmo parece inspirado em uma sereia, a cauda é rodada e a parte de cima é toda tampada e justa ao corpo. Me deixando com uma certa sensualidade que eu nunca obtive.

Calcei até um salto alto, embora eles sejam baixos demais e sem graça. Entretanto já sinto a diferença entre meu tênis e ele ao pisar no chão. Pensei várias vezes em passar alguma maquiagem, mas me senti muito insegura, acredito que não há maquiagem no mundo que vai mudar quem eu sou. A maioria das mulheres nesse jantar devem estar parecendo um palhaço de tanto produto no rosto. Afinal quem não iria maquiada em um jantar dado pela empresa que vende os mesmos produtos, mas eu não preciso disso se quero que as pessoas vejam minha beleza natural.

Ao chegarmos no local, que parece ser um hotel luxuoso, Mason para o carro na frente e um homem de terno preto abre a porta educadamente para nós dois.

A entrada do lugar é algum tipo de corredor, o interior do ambiente situasse em algo bem decorado e arquitetado. Há uma escada ampla que dá entrada para uma enorme porta de madeira, ao passarmos pela mesma avisto uma mulher sorrindo gentilmente próximo da porta dupla, vestida toda de preto, - igual o homem de fora - que possuí nas mãos algo que me parece com uma prancheta.

— Boa noite Sr. Cooger — ela alarga o sorriso.

Dentro do local é um salão enorme, há várias mesas redondas ocupando o centro do espaço, lustres ovais iluminam o local e as paredes douradas parecem ouro, o que deixa tudo com um ar mais ostentoso. Um palco está montado em um espaço a parte, provavelmente para alguma apresentação que ocorreria naquela noite. Uma orquestra no canto inferior do salão se prepara pra tocar algo.

Contudo acho que chegamos bem cedo, pois não tem quase ninguém nesse lugar imenso, as pessoas estão entrando e se acomodando aos poucos.

— Ah, que bom que chegaram! — alguém diz atrás de nós enquanto andamos pelo salão.

Reconheço a voz. É Emma, mãe de Mason e sua voz é nítida a emoção. Ela me cumprimenta primeiro, me abraçando apertado e depositando um leve beijo na minha bochecha. O seu perfume é tão bom quanto o do filho.

— Vou levar vocês dois até a nossa mesa — ela sorri e a gente acompanha.

A mesa que Emma nos leva é afastada do palco e talvez de todas as outras mesas. Acho um pouco estranho por eles serem os donos e não ficarem no centro, mas Mason nem parece se incomodar com isso.

Depois que sentamos não demorou muito para começar o evento, a orquestra já toca uma música calma e serena. O lugar esta um pouco cheio e só tem pessoas elegantes e mulheres bem maquiadas. Me sinto num ambiente familiar e ao mesmo tempo muito estranha por nunca ter pisado em um lugar assim antes.

A noite segue e Mason começa a encarar uma mesa no centro, nela tem um casal de ruivos extremamente elegantes e bem portados que  acabaram de chegar. Enquanto isso eu bebo mais uma taça de vinho para manter a calma e conter minha curiosidade de perguntar o porquê dele encarar tanto o casal, que apesar de parecerem extremamente tristes e solitários não aparentam buscar companhia.

A mulher é linda, seus cabelos cor de cobre caem sobre seu rosto junto de um véu preto, que é do mesmo tom de seu vestido, essa combinação passa a impressão de luto. O homem, usa um smoking também preto destacando seu cabelo vermelho e parece concentrado na conversa que tem com sua esposa, mas ao mesmo tempo observa cada detalhe ao seu redor como se julgasse minuciosamente.

Alguns pensamentos invadem minha cabeça me tirando da realidade. Me pergunto, o que eu estou fazendo aqui e se o namoro de mentira compensa todos esses esforços.

Mason fixa os olhos em mim e todos meus questionamentos de segundos atrás parecem evaporar como mágica.

— Quem são aqueles dois? — só percebo que havia abrindo minha maldita boca quando término de dizer a frase.

— São os Brench — ele responde voltando sua atenção para o casal.

— São os Brench — ele responde voltando sua atenção para o casal

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