Trinta e cinco - Camila

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Camila Brench

- Se Victor não tivesse nos procurado depois do jantar e ter suprido todas as minhas dúvidas sobre a garota idêntica a milha filha saindo do banheiro... creio que até agora você estaria nas mãos daquela aberração - Christopher se lamenta.

Bebo mais um gole de chá de camomila para acalmar os nervos.

- Não se preocupe, ela nunca mais tocará um dedo em você, querida - Fray me assegura novamente tocando meu ombro - Lilian sempre teve problemas mentais, mas não imaginava que ela fosse tão longe... Lembro que ela sofria muito por ser estéril e quando me viu grávida de gêmeos surtou... Mas eu pensei que ela fosse... - ela abaixa os olhos, soltando um suspiro alto.

Christopher aproxima da esposa tentando consola-la. Permaneço parada sem saber como agir.

Até agora não caiu a ficha de nada, não consigo acreditar que minha tia me sequestrou quando eu era apenas um bebê com ajuda do doutor Holgen , por plena vingança contra meus pais. Apenas pelos simples fatos dela ser incapaz de gerar um filho e da minha mãe ter se casado e ter dito duas filhas gêmeas com o seu amor platônico.

Tudo isso parece coisa de filme.

Não desejo nenhum mal para minha tia, porém não quero seu perdão. Ela me roubou dos meus pais. Como um membro da sua família tem a coragem de fazer isso por vingança? Por causa dela havia crescido sem pais, sem amor. Se não fosse ela, teria crescido com minha irmã e talvez entendido por que ela era daquele jeito como todos falam e também poderia ter conhecido Mason e Victor muito antes.

E, caramba eu tenho pais e uma irmã gêmea idêntica, que infelizmente não tive a oportunidade de conhecer. Tenho uma família quase completa, é tudo o que eu sempre quis. Como uma pessoa que não tinha nada de uma hora para outro agora tem tudo que sempre sonhou?

Eu mal consigo descrever a emoção que sinto. É simplesmente incrível demais pra ser verdade.

- Que isso Sr. Brench, o detetive Gal é muito competente. Foi ele que descobriu tudo, eu só acelerei as coisas - Victor se diminui, puxando saco de Christopher.

Meu pai sorri satisfeito elevando o queixo na direção do garoto ao meu lado.

- Kiro Cooger terá o que merece junto com o filho - minha mãe murmura com um sorriso.

- Eles não vão ficar impune, querida - meu pai toca seu ombro concordando.

Sinto um nó na minha garganta.

- Victor e eu poderíamos subir para termos uma conversa? - tento soar educada.

Coloco a xícara de chá sobre a mesinha do lado do sofá.

- Já disse que pode nos chamar de pai e mãe, filha - Fray me adverte e meu peito se enche de emoção - E, vocês podem ir.

Victor e eu subimos as enormes escadas duplas de madeira no centro do hall de entrada. A mansão é muito grande, tem dois andares e com um toque rústico evolvido com muito luxo. Quando a vi por fora, parecia mais um castelo do que uma casa, a fonte no meio do quintal me fez pensar que estava dentro de um filme.

É noite do primeiro dia do ano, havia passado praticamente um dia sobre o mesmo teto que meus pais. Minha mãe me mostrou tudo da mansão, mas aquilo parece um labirinto.

Meu Destino #1Onde histórias criam vida. Descubra agora