Meu Destino #1

Trinta e oito - Mason

Mason Cooger

Fecho a porta de casa rapidamente e quando passo pela sala de estar, assusto ao ver meu pai por cima de uma mulher a beijando no sofá. Eles param de imediato assustados ao perceber minha presença.

Fico de boca aberta quando vejo o rosto da mulher.

- Mãe? - franzo a testa surpreso.

Meu pai sai de cima dela ficando de pé como se tivesse levado um choque e minha mãe se senta no sofá ajeitando a roupa, com uma expressão envergonhada no rosto.

- O que vocês... vocês voltaram? - pergunto sem entender nada.

Minha mãe abre a boca, mas fecha.

- Estamos dando mais uma tentativa - meu pai responde e noto pelo canto do olho minha mãe sorrir.

- Sério? - aquela sensação de nostalgia de hoje mais cedo me invade de novo - Fico muito feliz.

- Filho, você está pálido! - minha mãe exclama se levantando e vindo até mim.

- Deve ser porquê eu não tomo mais sol - tento disfarçar.

- Não isso, você parece que viu um fantasma - ela toca meu rosto com os dedos.

Viro meu rosto fugindo do seu toque.

Engulo em seco.

- Aconteceu alguma coisa? - meu pai pergunta me analisando de longe.

Minha mãe se afasta ainda analisando meu rosto.

- Pode desabafar se quiser.

Olho para meu pai e depois para minha mãe. Droga, não tem motivos pra acabar com a felicidade dos dois, mesmo se estivesse precisando muito de ajuda, não posso fazer isso. Pela primeira vez em muito tempo sinto que eles podem se acertar. Afinal das contas acho que não é só minha mãe que morreria pelo meu pai, mas aparentemente ele também por ela.

- Eu só to um pouco cansado - finjo um bocejo - Boa noite - me despeço e praticamente corro em direção das escadas.

Entro no meu quarto e giro as chaves na fechadura da porta, trancando-a. Encosto as costas nela e passo uma das mãos pelo meu cabelo bagunçando mais, estou a ponto de surtar.

Mas que merda.

Como as coisas chegaram a esse ponto? Como não havia visto a semelhança antes? Como pude ser tão cego?

Deixo algumas lágrimas de raiva rolarem, me sinto um grande idiota. Havia ido pra uma cidade onde uma garota idêntica a minha falecida namorada mora, comecei um namoro de mentira com a própria sem se dar conta de nada... Como meu destino pode ter tantas reviravoltas? Se alguém me falasse a alguns meses atrás que tudo isso ia acontecer com a minha vida, eu iria gargalhar sem parar na cara da pessoa.

E Victor onde se encaixava nisso tudo? Eles haviam namorado, então ele havia voltado por ela? Por isso aquela confiança toda em suas palavras no dia que ele chegou de viajem.

Sinto um nó na minha garganta ao lembrar de tudo que aconteceu há alguns minutos atrás. Ainda a ficha não caiu, fecho os olhos deixando cena repassar sobre minha cabeça como um filme de terror.