Capítulo 8

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Estaciono em frente ao bar que Diana indicou. Não sabia exatamente o que queria, e o porquê de estar aqui, mas se ela deixou algo ali, certamente seria importante. Olho pela janela do carro, observando o local.
Se Diana alguma vez chegou a frequentar esse lugar, com certeza ela é muito diferente do que pensava. Esse é um dos bairro mais perigosos da cidade, e o bar a minha frente, não parecia ficar atrás. Desço do carro, ouvindo o estalar das botas contra o chão. Ainda usava a mesma roupa, e apesar de estar cansada e precisando de um banho, agradecia mentalmente por usar aqueles calçados. Para muitos, usar saltos pode atrapalhar em alguns momentos, mas para mim, que estou acostumada desde os meus dezesseis anos, esse tipo calçado esta entre os mais confortaveis.
Atravesso a rua, sem me certificar se carro estava realmente fechado, afinal... Ele não é meu. Adentro o bar, olhando para os dois lados e procuro por alguma cara conhecida. O local era escuro, com luzes vermelhas nas paredes, dando um aspecto um pouco assutador ao ambiente.
Assim que entrei, o bar inteiro parou para observar, talvez eles não estivessem abituados com a presença de uma estranha, ainda mais quando ela é conhecida por terrorismo. Mas o modo que alguns deles me encaravam, deixava claro que não era bem vinda ali. Reviro os olhos quando uma dupla de brutamontes se aproxima.

-Esse bar é nosso! - diz.

-Eu sei...

Desvio dos dois e sigo até as bebidas. Não tinha dinheiro, mas como ja sabia que aquilo terminaria em uma boa briga, sair sem pagar seria o de menos. Ouso o fungar e a respiração pesada dos dois atrás de mim, pego o copo de vodca e giro de vagar, encarando cada um enquanto tomava um gole.

-Você é aquela Morgan, não é?

-Natasha, Natasha Morgan.

Ele segura o meu pulso, e força minhas mãos atrás do corpo, me fazendo derrubar o copo no chão e bater com a cabeça no balcão. Ok, supostamente ele tem direito de estar bravo, afinal, para todos, matei milhões.

-Eu tinha família, uma filha de cinco anos!

-Olha aqui grandão, eu não fiz nada! - murmuro, sentindo meu braço doer.

-Você era a super heroína da minha pequena Elis.

-E acha que me machucar vai trazer ela de volta?

-Não, mas posso fazer justiça a todas as famílias que perderam aqueles que amam por sua culpa!!

Bufo frutada, e chuto sua canela, sentindo sua força diminuir e liberar meu braço do seu agarre, para prensa-lo contra a parede mais próxima.

-Só vou dizer uma vez, não fiz aquilo, e estou de volta para provar! Prometo que vou pegar o salafrario que matou tanta gente, mas preciso que confiem em mim!

Ele ri de modo escandaloso, deixando claro que não acreditava nem em metade do que acabara de dizer.
De relance, vejo seu parceiro pegar uma garrafa de cerveja da mesa ao lado, e se aproximar de vagar. Abaixo no instante em que ela é lançada e impulsiono o pé para trás, acertando o estômago do homem, e lançando-o sobre a mesa de madeira. A tábua cede, e quebra ao meio. Antes que pudesse realmente começar uma briga, uma voz alta e áspera grita o meu nome.

-Morgan!

Olho para os lados, franzino a testa assim que encontrei um velho conhecido. O mais estranho era que aquela área não era a dele.

-Osso?

Osso se aproxima, com uma expressão severa, olhando para os dois homens que queriam causar confusão, e apenas um olhar bastou para que a vontade de brigar do rapazes desaparecessem.

-Venha comigo.

Sigo ele por uma porta estreita, até o final do corredor, a um escritório minúsculo que armazenava bebidas, e que provavelmente servia para as negociações de contrabando.

Agente Morgan 3Where stories live. Discover now