Capítulo 16

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Depósito tudo o que precisava sobre colchão no meu barracão. Antes de sair da base OF, Dylan achou melhor que voltasse ao barracão e recolhesse as outras pistas que consegui. Talvez eles ainda precisassem de algo a mais para acreditarem na minha inocência.
Sinto meu celular vibrar no meu bolso, emitindo um toque irritante. Era um número desconhecido. Atendo, esperando que a pessoa do outro lado da linha dissesse alguma coisa.

-Natasha? -questiona Diana.

-Ela.

-Estou ligando para avisar que o presidente retirou a ordem de prisão. - diz.

-Como assim? - questiono, sentindo um frio na barriga com um misto de felicidade e ansiedade.

-A partir de agora, os agentes tem ordens para te matar, não capturar.

Franzo a testa, preocupada, isso mudava totalmente os planos.

-Natasha? Ainda está aí?

-Ah... estou... -gaguejo. -Diana? Vou precisar da sua ajuda. Precisamos nos encontrar.

- Como? Natasha, é perigoso e...

-É importante.

-O que precisa?

-Que você me prenda.

(...)

Ouso o som das portas do galpão serem abertas. Uma sombra adentra o lugar com cautela, empunhando uma arma nas mãos. Saio das sombras sorrindo para Diana, que assim que me viu, abaixou a arma, repetindo o mesmo gesto.

-Esse lugar é horrível! -exclama, olhando ao redor.

-É isso, ou dormir debaixo da ponte.

-A ponte parece uma opção melhor.

Reviro os olhos.

-Podemos parar de falar da minha casa?

-Casa?

-Diana, é sério.

-Ok, por que me chamou aqui? E que história é essa de precisar de ajuda para ser presa? Ninguém precisa de ajuda pra isso! Ainda mais você!

-Eu já tenho as provas da minha inocência. Mas com essa nova ordem do presidente, não tenho como me entregar sem levar um tiro. Por isso, preciso de alguém em quem confie. Alguém que não irá me matar e que cuidara desse material, impedindo que chegue nas mãos erradas.

-Mas e se eles te matarem? Eu não vou, mas assim que te entregar nas mãos do FBI, provavelmente eles te matarão.

- Sei disso, mas é um risco que temos de correr, e fique tranquila, até lá, vou me cuidar.

-Você estará algemada.

Dou de ombros.

-Isso nunca me impediu. E não esqueça, é essencial que você entregue essa mochila nas mãos certas.

-Para quem?

- Não sei... A alguém importante e que você confie, não conheço ninguém lá dentro. É preciso apenas que seja confiável.

-Está bem, e como vou te prender?

-Essa prisão tem que ser o mais real possível. Alguma ideia?

-Pensei que você já sabia.

-Estou meio inferujada no quesito "prender uma pessoa". De uns tempos pra cá passei de çaçador para a caça.

-Não há um melhor modo de te prender, todas as opções pareceram suspeitas.

-Então, o que sugere?

-Que me deixe leva-lá direto para a seed do FBI. Assim, estarei lá para garantir sua segurança e impedir que alguém destrua as suas provas.

-Esta bem. Mas quero que priorize as provas, não eu. Como já disse, sei me cuidar.

- Podemos ir? Esse lugar me da calafrios.

Sorrio, caminhando com ela até o seu carro.

-Depois de um tempo você se acostuma. Menos com os ratos, isso é quase impossível de se acostumar.

-Que nojo.

Entro no carro, colocando o cinto de segurança, mas Diana permanece do lado de fora, me encarando com uma sobrancelha arqueada.

-Acha mesmo que vai aí? Não vamos dar um passeio Natasha.

Ela retira uma algema do bolso e me leva até o bagageiro do carro.

-Isso é sério? -indago.

-Fica tranquila, meu bagageiro é bem cômodo. - debocha.

-Muito engraçadinha.

-Aproveite a viagem. - murmura, antes de fechar o compartimento. - Só por segurança, a senha é LOBO.

Olho para às algemas, eram as mesmas que Alfie usou naquele motel. Provavelmente essa também abria com comando de voz. Bem vinda ao futuro.
Enconto a cabeça na lataria encapada do carro, sentindo o tripidar do veículo conforme passava pelas estradas. Não sabia exatamente por qual caminho estavamos indo, e muito menos quantos quilômetros faltavam para chegar ao destino final. A partir dali, as coisas seriam muito mais tensas. Até porque, não contei a Diana como consegui as provas e muito menos o que pretendia fazer. Me sinto culpada por trai-la depois de tanto tempo recebendo a sua ajuda. Mas preciso fazer o que é certo, não posso deixar que milhões morram mais uma vez. Se não fizer nada, desta vez, realmente serei a culpada.
Abaixo a vista até as algemas, usaria a palavra chave em último caso, ao contrário, ela continuaria bem ali onde estava. Reprimo um gemido quando por acidente, bato a cabeça na lataria.

-Vai com calma aí! -Grito, sabendo que provavelmente ela não me ouvia.

Sinto o ritmo do carro começar a diminuir, para somente então, parar. Suspiro pesadamente, resgatando forças para enfrentar uma seed inteira de pessoas que querem me matar.
Diana abre o bagageiro, deixando que as luzes do dia voltassem a me atingir. Depois daqueles minutos no escuro, precisava apreciar a última vez que á veria em questão de horas... ou talvez dias.

-Vamos! - diz, segurando meu braço com força enquanto arrastava a mochila no outro. - Boa sorte, Natasha. -sussurra.

-Sorte não existe. E Diana? Confio em você. - digo, sem sequer olhar nos seus olhos.

-Nunca pensei que fosse ouvir isso...

Assim que adentramos o prédio, imediatamente as câmeras de segurança fazem o meu reconhecimento fácial e os alarmes da seed começam a tocar. Os agentes que ali estavam, tiram suas armas do cinto e olham ao redor, buscando o invasor. Não demorou muito para que quase todos os agentes do FBI mantessem suas miras centradas na minha cabeça. Ao que tudo indica, Diana parecia mais tensa do que eu.

-Coloque as mãos na cabeça! - diz um deles.

Não digo que não tentei obedecer, mas as algemas dificultaram um pouco o processo.

-Agente Bartley? Quero que á leve para uma cela blindada. Mantenham-na longe de qualquer tecnologia e limite o acesso de agentes de acordo com a cadeia de comando! - diz Diana.

-Mas senhora, nós temos ordens de...

-Obedeça! -fala, alto o bastante pra que os agentes mais próximos começassem a abaixar as armas.

-Sim senhora.

Sim senhora? Parece que não foi somente o Alfie que cresceu na vida.

Obviamente, não relutei em deixar que o agente me arrastasse com brutalidade até a tal cela blindada. Para ele, ainda era uma criminosa, e criminosos não devem ser tratados como pétalas. Após tantos corredores, finalmente chegamos a uma cela de vidro. Ela era totalmente lacrada, com um banco e uma privada de metal. Não havia buracos para que o oxigênio entrasse, apenas uma pequena grade de metal, onde seguramente, seria por ali que ele passava.
Bartley soltou os meus pulsos das algemas, proferindo a senha de Diana e me empurrou para dentro, assim que digitou o código na entrada.
Suspiro pesadamente, encostando minha cabeça no banco e relaxando meu corpo, sorrindo para a câmera, sabendo que naquele momento, muitos agentes observavam.

Agente Morgan 3Where stories live. Discover now