Capítulo 12

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-Já disse que não fiz nada! - branda pela décima vez.

-Escuta Senhor...?

-Machel.

-Machel, o seu carro parou nesse endereço diversas vezes, e dias depois diversas bombas foram encontrada no local. Acha mesmo que vou acreditar nesse papinho?

-Não existe nenhum entregador loiro!

-E quanto ao carro?

-Talvez se você mostrasse a placa, conseguiria identifica-lo!

Retiro o papel guardado no bolso da calça e estendo o pedaço amaçado sobre a mesa.

-Reconhece?

-Não.

Suspiro, apertando a arma contra as suas costas.

-Estou ficando sem paciência... tem registros de todos que trabalharam pra você?

-Sim...

-Então procure, quero ver a foto e cada um.

Tremendo, ele vasculha o computador, teclando com rapidez enquanto tratava de respirar fundo. Separo a arma do seu corpo, notando o quanto aquilo o deixava nervoso, mas continuo apontando.

-Aqui está! - ele aponta a tela.

A foto de um homem loiro, de olhos castanhos e sardas no rosto preenchia o espaço.

-Mas... ele trabalhou aqui por pouco tempo.

-Foi antes das bombas?

-Sim mas... dois meses antes ele foi despedido.

-E o carro? Cada entregador tem um? Sabe se ele devolveu o dele?

-Sim, cada entregador tem um, mas se ele não tivesse devolvido eu teria percebido.

- Talvez estivesse ocupado demais com as suas mulheres.

Sem dar atenção, Machel continuou digitando.

-Segundo os registros, todos os carros estão aqui.

-E como explica o carro?

-Não sei! Já disse tudo o que sei, agora por favor, me deixe ir!

-Acha que algum funcionário possa ter emprestado o carro?

Machel já não estava apto a responder, chorava olhando para o cano da arma que continuava muito proxima a ele. Bufo, tudo isso não deu em nada. Guardo a arma de volta a cintura, e caminho em direção a saída.

-Obrigada pelos seus serviços!

Encosto a porta, ouvindo os lamúrios e choros ficarem abafados pela madeira.

(...)
Olho para a casa a minha frente, era tarde da noite e por conta do horário, as ruas estavam vazias.
Sei que prometi ser forte, que não choraria enquanto isso não terminasse, mas apesar de estar cumprindo essa promessa, minhas forças estão totalmente esgotadas.
Cruzo as mãos sobre o capuz do carro e apoio o corpo na lataria. Minhas pistas estão acabando e minhas chances de provar minha inocência indo pelo ralo. Todas as descobertas parecem não dar em nada. Além disso, alguém que confiava, alguém que realmente me importava, me traiu. Fora que nem meus amigos acreditam na minha integridade. Sei que nunca fui um exemplo de pessoa, mas nunca fiz algo tão tremendo quanto assassinar milhares de pessoas.
Seguro as lágrimas, forçando meu corpo a caminhar até a porta da casa, que até então encarava. Bato cinco vezes, com força maior do que o necessário, ouvindo a porta sendo destrancada pelo lado de dentro.
A visão da minha mãe abraçando ao próprio corpo, provavelmente escondendo uma arma entre os braços, prevenida para o que pudesse acontecer me alegrou.

Agente Morgan 3Onde as histórias ganham vida. Descobre agora