Capítulo 21

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-Ele não disse nada? -indaga Noah.

-Ainda não, está sobre interrogatório a mais de 12 horas. - responde Jack.

-E se está evitando falar, é porque sabe de alguma coisa. - argumenta Simon.

-Posso falar com ele? Talvez consiga alguma coisa. - proponho.

-Morgan, você é só uma informante.

-Mas s...

-Já disse que não!- intervém Miller. - Me deixem a sós com a Srt.Morgan.

Os agentes obedecem, e Miller aponta para a cadeira a sua frente. Suspiro irritada, e decido permanecer em pé. Essa história de informante já está começando a me encher o saco, não faço tanta questão de estar em campo, mas estou aqui para o ajudar, o que significa que existem determinadas coisas que tenho que fazer!
E Miller até agora, não demonstrou nenhuma simpátia por mim, o que diminui ainda mais minhas chances de comvence-lá a me deixar participar.

-Acho que você ainda não entendeu suas condições nessa agência. Ser uma informante significa que você não pode de forma alguma, participar da investigação. Está aqui somente para nos dar informações, não para acha-las. E se me lembro bem, você se negou a entrar para qualquer organização. Portanto, não tem autoridade nenhuma aqui!

-Quando aceitei fazer parte disso, imaginei que não ficaria enfurnada nesse prédio, você sabe que tenho capacidade para ir além de vigiar câmeras!

-Escute, você assinou aquele papel. Não há nada a ser feito. E quanto a vigiar as câmeras, esse é o máximo que chegará nessa força tarefa, não confio em você!

-Já provei que sou inocente!

-Eu sei, mas sinto que ainda esconde algo, e acredite, sempre tive uma boa intuição. Se não está satisfeita, sugiro que converce com o Diretor.

-Quer saber? Estou fora! Não preciso de vocês para investigar, como já notou, consigo muito bem virar sozinha.

-As postas estão abertas. Mas sabia que os recursos do FBI não estarão mais disponíveis para você.

Ouso toques na porta de vidro. Ambas viramos e olhamos a figura do diretor do FBI adentrar a sala. O que ele faz aqui? Justo agora?

-Olá Agente Miller. Srt.Morgan? como tem passado? Conseguiu a se adaptar a cidade?

-Estou bem, obrigada.

-Agente Miller, como anda a investigação?

- Muito lenta senhor. Estamos interrogando um suspeito, mas até agora, nada.

-Continue investigando Agente. Srt.Morgan, poderia me acompanhar até minha sala? Há assuntos que devemos tratar.

- Não sou mais uma informante diretor.

O velho franze a testa, com um misto de surpresa e uma pequena raiva.

-Como não fui informado, Agente Miller?!

-Nós acabamos de conversar sobre isso senhor e...

-Por favor, Srt. Morgan, me acompanhe até minha sala. E quanto a você, agente, falaremos mais tarde.

Concordo prontamente, seguindo Philip com um sorriso no rosto. Faz mal se sentir bem pela desgraça dos outros? Porque é exatamente assim que estou me sentindo agora.
Subimos pelo elevador, e antes de entrar na sala, Philip pediu para que sua secretaria repassasse os telefonemas. Ele abre a porta, e me da passagem para o seu escritório. Ao contrário do que pensava, tudo ali é  muito simples, não havia muitos móveis e os que estão ali, são  indispensáveis.
Assim como Miller, Philip apontou para a cadeira, pedindo para que me sentasse. Sento, cruzando as pernas e recostando o tronco na cadeira, curiosa para saber o que ele queria.
  
-Bom, como sei que odeia rodeios, vou ser bem direto. Quero que seja minha agente.

-Já disse que não vou entrar para nenhuma agência.

-Sendo parte FBI, você poderia  atuar em campo. E não precisaria passar pela academia para se tornar uma agente. Seria uma das nossas agentes de Elite.

- Por que está me fazendo essa proposta? Por que agora?

-Acho que ambos sabemos que foi uma injustiça você não poder fazer parte da OSCU. O governo te prejudicou, e eu quero utilizar aquilo que tenho a disposição para tratar de diminuir esses efeitos.

-Acha mesmo que sou tão ingênua? - indago, rindo debochadamente. - Aposto que dentro de alguns dias, a CIA, ou qualquer outra organização fara a mesma proposta, a pergunta é: Por que? Se for sincero comigo, talvez considere o FBI como uma boa opção.

     Ele suspira, frustrado e me encara durante longos minutos, para somente depois falar com cautela.

-Você é o rosto do século, sua imagem talvez nunca seja esquecida. E associar essa imagem a uma agência é o interesse de qualquer um. Além de ser uma ótima agência, sua presença traria prestígio e verbas. O presidente está cortando algumas organizações, e  quero garantir que o FBI não seja uma delas.

-O FBI? Essa uma agência mundialmente famosa!

-Sim, mas já ouviu falar que " o FBI é o corpo e a CIA a cabeça"?

-Claro mas...

-O problema. - intervém. -É que as outras organizações estão fazendo as mesmas coisas que fazemos. Claramente somos mais especializados, mas nos últimos tempos, não temos resolvidos casos importantes e nem estado na mídia. Se não conseguirmos resolver esse novo caso, você sera nossa segurança.

-E o que te faz pensar que não escolheria a CIA?

-Você é inteligente, mas nós dois sabemos que sua preferência sempre foi o "corpo", não a "cabeça".

-E o que ganharia em troca?

     Philip me encara, indignado.

-O que? Acha mesmo que não pediria nada? Vocês vão ganhar as minhas custas, por que não posso fazer o mesmo?

-Não tenho como oferecer nada em dinheiro, talvez no futuro. Mas agora, estou sem condições. O máximo que posso garantir é que o seu salário será o mesmo de um agente de Elite.

-Só isso?

-Você terá a minha confiança, é somente isso que posso oferecer.

-Terei que seguir as ordens de Miller?

-No momento, ela é sua superior. Tenha paciência, Miller é uma boa agente, só está sobrecarregada.

-Preciso responder agora?

-O presidente cortará as agência semana que vem, mas ainda existem alguns trâmites a serem tomados para a sua entrada. Não sei ainda como posso contrata-lá sem que você passe pelo processo acadêmico, mas vou descobrir. E se desce a resposta agora, seria um problema a menos para me preocupar.

     Inspiro, analisando os fatos. Talvez não seja uma boa ideia estar amarrada a uma agência. Mas como Miller mencionou, se estiver fora, os recursos do FBI estariam indisponíveis. E se quiser encontrar uma maneira de impedir Dylan, ou compactuar com os seus atos, preciso desta organização.

-Você aceita?

-Sim.





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