Agente Morgan 3

Capítulo 45

-E então? Alguma ideia de como fazer isso? - questiona Alex, enquanto atravessavamos a rua até a seed do FBI.

-Está com medo, Alex?

-Só fiz uma pergunta.

-Vou fingir que acreditei.

-E então? Posso ter uma resposta?

    Bufo.

-Vamos entrar do modo convencional. Fica traquilo que hoje não terá nenhuma ação.

-Vai simplesmente pedir  para falar com o diretor?

-Isso mesmo, gênio.

     Entramos no prédio movimentado de agentes circulando pelo saguão e nos aproximamos da portaria, olhando para os dois lados. Pelo canto  dos olhos, vejo Alex olhar dicretamente para as saídas, talvez tomando nota das possíveis rotas de fuga.
      O guarda sorriu quando me viu, e logo desfez o gesto ao ver minha expressão séria.

-Precisa de alguma coisa Agente Morgan?

-Falar com o diretor Philip, é urgente.

-Desculpe... - murmura teclando. - Mas os registros dizem que o diretor não está no prédio.

-Como não? Onde ele está?

-Não posso dar esse tipo de informação.

-É importante, garanto que o diretor te agradecerá por isso.

      Ele suspira pensativo, pausando as tecladas no computador e buscando algo na gaveta da mesa. De lá, retirou um bloco de notas, e se pôs a escrever o que deveria ser um endereço.
       Antes de estender o papel, olhou para os dois lados, se cetificando se alguém não nos via.

-Se alguém perguntar, não fui eu. - sussurra.

-Pode deixar, e obrigada.

       Saio do prédio arrastando Alex atrás de mim. Ele da partida, enquanto digito as coordenadoras no GPS do carro. Pelo retrovisor, pude notar a uns cinco metros, que a van de Dylan tomara outro rumo, deixando a pista e dobrando a direita.
      Recosto a cabeça no acento, incomodada pelo silêncio mortal entre nós. Não que eu quissesse falar com ele, mas desejava que alguém da equipe estivesse lá comigo. Quem sabe assim tudo isso deixasse de parecer uma completa loucura.
     Alex dobra a esquina, e durante alguns segundos me encara com o canto dos olhos.

-Consegue ficar dois segundos sem me olhar, Alex?

-Estou apenas analisando.

-Analisando o que?

-O seu comportamento. Está incomodada por estar no mesmo carro que eu, acertei?

-Sim.

-E como quer que acredite que está do meu lado.

-Não preciso que acredite. Estou aqui  para me salvar, e cuidar daqueles que amo. Estar no mesmo carro que você é apenas um efeito colateral.

-Gosto de trabalhar com pessoas confiáveis.

-Como o seu pai? - debocho.

-Sim.

      O carro se aproxima do endereço, nos possibilitando exergar o enorme prédio branco a nossa frente. Alex estaciona, e retira um binóculo de detecção de calor do porta-luvas.

-Quer fazer as honras? - debocha, me estendendo o objeto.

-Não.

         Ele sorri de canto, e se vira para o prédio, com o binóculo no rosto.