Capítulo 3 - Kill Who She Hates

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POV Niall

"[...] eu ainda não acredito no que ele me fez. Estive apaixonada por ele tanto tempo e no final ele não passava de um idiota."

Daniel. Quem será esse tal Daniel de que a Dianna falou tanto no diário? Se eu vejo esse gajo, espanco-o todo. A Dianna é uma rapariga completamente maravilhosa e não mereceu o que este otário lhe fez. Aquele ordinário partiu-lhe o coração, por isso merece que eu lhe parta a cara.

Estou mortinho para que a Dianna passe aqui. São quatro e vinte, portanto daqui a uns dez minutos ela já deve cá estar. Não sei como o fazer, mas tenho de o fazer : Eu tenho de conseguir tirar o medo que ela tem de mim do seu interior. Só consegui sentir-me mal ao ler o que ela escreveu de mim. Eu já sabia que ela não iria escrever "Somos os melhores amigos forever", mas nunca pensei que ela fosse tão assustada.

Os dez minutos passaram e a sua figura pequena é avistada por mim no fundo da rua. O meu esforço para não sorrir é enorme à medida que ela se vai aproximando. Enquanto ela caminha até mim - e a tremer - vou tirando o seu livrinho cor-de-rosa com purpurinas do bolso interior do seu casaco e entrego-lho.

Não sou daqueles todos românticos que consegue adivinhar os sentimentos de uma rapariga de momento, mas acho que ela ficou feliz.

- Que se passa? - pergunto.

Ela está estranha. Quer dizer, comigo ela está sempre estranha, mas hoje parece mais triste. Mesmo quando lhe devolvi o diário, aquele maravilhoso sorriso só durou dois segundos.

- Não é nada. - ela mente. Posso não adivinhar os sentimentos, mas sei quando elas mentem.

- Vá, senta-te aqui e fala comigo. - eu mando e sento-me, batendo levemente com a minha mão no meu colo.

Diih começa a tremer. Consegue ser fofa e enervante ao mesmo tempo. Ela senta-se no meu colo, virada para mim, com uma perna em cada lado das minhas juntas.

- Hum? - encorajo-a - O que se passou?

- Não foi nada, a sério. - ela insiste.

- Ouve, Diih. Eu sei que não sou a pessoa com quem tu estás mais à vontade, mas eu posso-te ajudar. O que se passou? - volto a perguntar.

- Eu zanguei-me com a minha amiga. - ela confessa - Não havia mal nenhum nisso, mas é que ela é a minha única amiga. - Diih prossegue.

- Porquê, o que aconteceu? - questiono.

Não consigo parar de me sentir feliz com isto. Não a forcei a contar-me e fico alegre só de saber que ela confiou em mim e me contou o seu grande problema. Talvez ela estivesse a perder o medo por mim. Se for isso, eu rebento aos saltos.

- Ela tem um namorado e ele sempre a traí-la. Eu decidi contar-lhe e ela zangou-se comigo, dizendo-me que eu só os queria separar para ficar com ele. - ela continua.

- Há alguma coisa que eu possa fazer. Sei lá, espetar um murro no gajo? - eu pergunto e ela ri.

A gargalhada dela é tão harmonioza que eu sinto-me em paz comigo mesmo só de a ouvir. Se eu pudesse voltar atrás, nunca teria assaltado lojas e super-mercados, nunca teria matado ninguém, nunca seria quem sou hoje, só que eu acho que ela vale a pena. Eu tenho a minha vida completamente fodida. Sou procurado em todo o lado, não posso andar normalmente pelas ruas, eu sinto-me tão infeliz, mas ela... Ela deixa-me tão bem quando está comigo e eu nem sequer a conheço há uma semana.

- Não podes fazer nada, mas isto também já lhe passa. - ela responde e depois ri outra vez - O que leste no diário?

- Tudo. - respondo.

- Tudo, tudo, tudo? - Diih está admirada e eu só assinto com a cabeça.

- Quem é o Daniel? - pergunto.

- É o Daniel. Foi o maior erro da minha vida. - talvez ela esteja a exagerar. O maior erro da vida dela é estar a dar-me trela, porque eu não mereço.

- Hum, posso dar-lhe um murro? - interrogo e ela volta a rir.

- Não. - ela responde - Ele foi só um desperdício de tempo. - ela admite.

- Yah, eu li. - aviso e ela sorri, mas o sorriso desvaneceu.

- Ele tentou violar-me. - ela informa.

- Posso dar-lhe um murro? - volto a perguntar.

- Não! - ela ri e baixa a sua cabeça.

A sua testa colou-se ao meu ombro enquanto ela continuava a rir. Cuidadosamente e de muito leve, eu contorno as suas ancas e uno as minhas mãos depois de o fazer. Ela não parece dar fé por isso sorrio.

- A quem é que eu posso dar um murro? - brinco.

- Ao saco de boxe. - ela responde claramente.

- O Daniel pode ser o meu saco de boxe. Ou aquele Louis. - lembro-me do rapaz que ela detesta.

- Eu não te deixo dar-lhe um murro. Eu deixo-te dar-lhe dois. - Diih continua a brincar e eu não evito rir.

- Não gostas mesmo dele, pois não. - os meus olhos brilham. Isto nunca me aconteceu.

Ela tem algo de especial. Dianna consegue deixar-me horas a pensar nela, consegue deixar-me feliz em segundos e pôr um sorriso na minha cara. E um sorriso é algo que raramente me aparece.

- Eu odeio-o. - ela confessa.

O telemóvel no bolso detrás das suas calças começa a vibrar. Ela eleva as suas ancas e agarra o pequeno objeto cor-de-rosa. Pude notar que a imagem de fundo era a Katy Perry e que quem lhe ligava era a sua mãe. Ela desliga.

- Tu gostas mesmo de cor-de-rosa e da Katy Perry. - aponto e ela sorri envergonhada.

- Eu adoro rosas. Rosas são.. cor-de-rosa. - Diih ri.

- Tens de ir, suponho. - suponho e ela assente.

Não foi preciso pedir. Ela tocou suavemente com aqueles lábios em forma de coração na minha bochecha e eu sinto-a formigar quando os seus lábios se afastam. Porra, nunca pensei que me fosse sentir assim.

Angel of Darkness ➵ horan ✔Where stories live. Discover now