Capítulo 6 - Niall's home?

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"[...] estou quase pronta. A mãe trabalhou de madrugada, por isso ainda está a dormir. A Daisy não sai da cama tão cedo aos Sábados. É a altura perfeita para sair sem me perguntarem onde vou!"

Como sempre, o Niall ficou de me vir buscar, mas é claro que eu é que vou ter com ele. Ele não me disse onde iamos, nem sequer fazer o quê. Contudo, as hipóteses são poucas, visto que eu e ele não podemos ir normalmente às compras ou ao cinema. Acabo de me vestir e confiro-me ao espelho. Não é nada de provocante. Também não tenho intenções de o seduzir.

O meu telemóvel toca e eu pego nele, vendo "Niall" no ID. Já me ocorreu mudar o nome no contacto. Há quem goste muito de vir cuscuvilhar o meu telemóvel e ver Niall escrito num contacto iria ser estranho. Até porque nem há muitos Niall's em Inglaterra. Atendo.

- Estou? - eu falo e sinto-o sorrir.

" - Já estás pronta, Diih?" - ele pergunta.

- Sim, já vou. - respondo e procuro a minha mala.

" - Vais onde? Eu vou aí ter. Vamos ficar aí." - Niall informa.

- Estás maluco? A minha mãe e a minha irmã estão em casa. - aviso.

" - E?" - ele balbucia.

- E tu és um criminoso procurado por todo o mundo e odiado por toda a gente! - eu lembro, mas arrependo-me do que disse.

" - Eu sei." - Niall murmura e eu sinto-o magoado. É o que ele é, mas se fosse eu não iria gostar da frase que disse - "Vem cá ter, então." - ele desiste.

- Desculpa. - sussurro.

Ele desliga a chamada. Simplesmente, detesto quando ele faz isto. Ok, talvez ele tenha razão. Não devia ter dito. Porém, menti. Eu disse que era odiado por toda a gente, mas a verdade é que eu não o odeio. Não gosto dele, mas não o odeio. É querido.

O diário entra na minha mala e eu dirijo-me ao corredor para sair pela porta de entrada. O frio congela o meu corpo e a brisa gelada levanta os meus cabelos. Os meus pés caminham pelas ruas cobertas de neve. Onde me levará o Niall.

Quando chego à rua, Niall está sentado na beira do passeio, a mexer no telemóvel. Sorrio e caminho até ele. Com o som dos passos, ele leva logo a mão à parte de trás das calças, mas quando repara que sou eu, ele larga a arma que iria tirar. Ainda não me habituei ao facto de estar a sair com um assassino. Niall guarda o seu telemóvel e levanta-se.

- Vamos. - ele diz e abre a porta de um carro preto, com vidros escuros.

Eu só assinto com a cabeça e entro no carro. Niall liga-o e saímos da rua. O meu coração bate mil à hora. Se apanham o Niall, ainda chegam problemas para o meu lado. Quero perguntar-lhe onde vamos. Onde ele me leva. Porém, acho que não sou corajosa suficiente para lhe perguntar. Mesmo sabendo que ele não me vai fazer nenhum mal.

Ele liga a música e os meus ouvidos quase rebentam quando ele põe música que, basicamente, são berros e um som pesado. Ia dizer-lhe para mudar, mas também não sou corajosa para isso. Que remédio tenho eu, vou ter de aguentar.

- Queres que eu mude? - ele pergunta, olhando para o retrovisor para observar o condutor de trás.

- Se não te importares. - respondo e ele tira o CD e mete na rádio.

''Burn'' da Ellie Goulding. Gosto muito mais desta. O meu corpo aterra no acento confortável do carro do Niall e eu olho pela janela. Niall entra na autoestrada e a minha curiosidade aumenta ainda mais. Pelos vistos, não me vai levar a lado nenhum da cidade, mas sim a outro lado, de outra cidade.

- Hum... onde vamos? - eu interrogo finalmente e encolho-me.

- Eu não te vou espancar, não vejo porquê tanto medo. - ele comenta de uma maneira rude e eu assinto com a cabeça - Vamos a um sítio. - ele responde.

Fiquei a saber o mesmo. Como sei que, mesmo que insista, ele não me vai dizer onde vamos, eu decido calar-me. E é assim que vou ficar até chegarmos ao "sítio". Uma meia hora depois, Niall e eu estamos praticamente no meio do nada. Só espero não estarmos perdidos. E no meio do nada, aparece uma casa que eu considero grande.

- Ahm... tu moras aqui? - questiono curiosa.

- Sim. - Niall responde.

- Porque me trouxeste aqui? - eu não deixo de estar curiosa.

- Acontece que por eu ser o Niall e a minha família... Bem, ser a minha família, nenhum de nós cinco pode andar por aí a passear por onde quiser. A minha irmã mais nova nunca saiu daquela casa e a minha irmã mais velha, mas mais nova que eu, não sai de casa há quatro anos. Acho que lhes fazia bem falarem com outra... rapariga. - ele explica-se.

- Que idades têm elas? - eu pergunto.

- Quinze e cinco. - ele responde e eu assinto.

O portão abre-se verticalmente quando Niall prime o botão do seu comando. O carro entra para lá dos muros altos e eu vejo um lindo jardim. E, como se já não bastasse o jardim ser lindo, tinha de ter um monte de rosas.

- Ah, a minha mãe era florista. - ele informa e sorri. Eu rio calmamente.

Estão duas pessoas sentadas na relva verde iluminada pelos poucos raios de sol que penetravam por entres as nuvens cinzentas. Quase de certeza que são as irmãs do Niall. Como era o nome delas, mesmo?

- Mamã, o Niall voltou! - a mais pequena grita e levanta-se, começando a correr.

O tutu de tule cor-de-rosa da menina saltitava à medida que as suas pernas se moviam. Eu adoro crianças. A mais velha levanta-se e vai a correr atrás da mais nova. Niall estaciona o carro. Não sei porquê, mas o meu nervosismo aumenta. Ele trouxe-me para aqui sem eu saber, não tive tempo de me preparar para o pior. Niall abre a porta do carro e sai de lá. Eu saio logo a seguir.

- Cheryl e Jeremy. A mais velha é a Isabela e a mais nova é a Jennifer. - Niall apresenta-me a sua família, murmurando.

Uma senhora loira aparece à porta de casa e eu deduzo que a senhora é a mãe do Niall. Ambos sorriem e Cheryl abre os braços, abraçando o Niall. Jennifer agarra as pernas do irmão e a Isabela apenas espera que as duas o larguem. Eu permaneço imóvel.

- Mãe... - Niall geme e a senhora larga o pobre rapaz, dando-lhe espaço para respirar. Há quanto tempo não verá ela o Niall?

- Olá. - Jennifer cumprimenta-me, puxando a minha camisola para chamar a minha atenção.

Eu sorrio e ajoelho-me à beira da menina. Aqueles grandes e redondos olhos azuis observam-me perfeitamente. A menina sorri e abraça-me e eu fico sem saber como reagir. Sei que os olhares estão todos em mim, e isso é perturbante.

Levanto-me com a menina nos meus braços e olho discretamente para o Niall, esperando um sinal ou algo do que eu devesse fazer. Niall simplesmente ignora e fica a falar com a sua mãe e com Isabela.

Angel of Darkness ➵ horan ✔Where stories live. Discover now